A Dinamarca já contabiliza 214 casos de Covid-19 por meio de mutações do novo coronavírus provocadas por visons. A informação foi divulgada em um relatório publicado no site do instituto responsável por doenças infecciosas no país. As notificações se referem a infecções que ocorreram desde junho. Nesta sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu cautela e anunciou que está cooperando com seus escritórios regionais em países que criam visons.
Uma mutação do novo coronavírus foi identificada em cinco fazendas que criam populações do animal, que lembra doninhas e cuja pele é usada na produção de casacos e outras peças de vestuário, e levou o governo do país europeu a anunciar na última quarta-feira o sacrifício de 17 milhões de visons.
Segundo o governo dinamarquês, das 214 pessoas, pelo menos 12 foram diagnosticadas com a mutação que afeta especificamente a produção de anticorpos contra a Covid-19. O primeiro-ministro do país, Mette Frederiksen, disse que a alteração pode provocar riscos às vacinas em desenvolvimento.
Em coletiva de imprensa na sede da OMS em Genebra, a principal autoridade técnica sobre a doença na entidade, Maria Van Kerkhove, reconheceu que a transmissão do patógeno entre animais e humanos é “preocupante”, mas salientou que o risco é muito menor em outras espécies além dos visons.
— Estamos trabalhando com nossos escritórios regionais, onde há fazendas de visons, e avaliando a biossegurança para prevenir surtos — disse Van Kerkhove, pontuando que o governo dinamarquês tem feito sua parte.
Já a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, procurou atenuar os temores em torno dos impactos da versão mutada do Sars-CoV-2 nas vacinas testadas mundo afora. Swaminathan disse que ainda é cedo para tirar conclusões sobre os efeitos na imunização da população.
O diretor-executivo do programa de emergências da OMS, Mike Ryan, afirmou ainda que a entidade deverá informar aos países-membros “nas próximas horas” uma nova avaliação de risco sobre o caso.
FONTE: REUTERS
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