Em entrevista ao ‘Fantástico’, Cezar Bitencourt chamou ato de ‘antecipação de condenação’ e disse que vai recorrer da decisão nesta segunda (5). Loures está preso em uma cela da PF em Brasília.
Bitencourt também criticou os acordos de colaboração premiada celebrados pelo Ministério Público e disse que o cliente não fará delação. O advogado afirmou ainda que nesta segunda (5) entrará com um recurso contra a prisão.
Rocha Loures foi preso neste sábado (3) em Brasília. Ele está em uma cela de 9 metros quadrados na Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal.
O ex-assessor de Temer é suspeito de cometer os crimes de organização criminosa, corrupção passiva e obstrução de Justiça. Em março, ele foi flagrado pela PF recebendo em São Paulo uma mala com R$ 500 mil. Segundo delações de executivos da JBS no âmbito da Operação Lava Jato, o dinheiro era a primeira parcela de uma propina que seria paga por 20 anos.
A prisão de Rocha Loures foi solicitada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e autorizada pelo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin.
Na decisão, Fachin afirma considerar “imprescindível” a prisão do ex-deputado e chama de “gravíssima” a conduta do ex-assessor de Temer.
“É absolutamente denscessária a prisão. Não foi demonstrada essa necessidade. Ele [Rocha Loures] não é mais deputado, ele não é mais assessor do presidente, não tem mais o espaço, a circunstância que tinha”, declarou Bitencourt.
“É uma antecipação da condenação. Não tem nenhum fato novo, não tem nenhum fundamento”, acrescentou.
Nesta segunda (5), Loures deve prestar depoimento à PF e, em seguida, deve ser transferido para a penitenciária da Papuda, a 30 quilômetros do centro de Brasília.
Críticas a delações
Na entrevista, Bitencourt disse também que o cliente não fechará delação premiada e criticou os acordos celebrados pelo Ministério Público e homologados pelo STF, citando as delações dos donos do grupo JBS.
“Significa dizer: o crime compensa. Rouba bastante, rouba bilhões, pega o teu jato e vai embora. Então, digamos assim, os bons ladrões têm impunidade com o beneplácito do procurador-geral da República”, disse.
Temer recebe ministros e advogado
Em Brasília, o presidente Michel Temer, que também é alvo de investigação com base nas delações da JBS, recebeu aliados no Palácio do Jaburu, onde mora.
Os ministros tucanos Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e Bruno Araújo (Cidades) estiveram no Jaburu. Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) também se reuniu com Temer.
Na pauta, estava o julgamento da ação que pede a cassação da chapa que o peemedebista compôs com Dilma Rousseff nas eleições de 2014.
O Tribunal Superior Eleitoral começa a julgar o caso na próxima terça-feira (6). O resultado do julgamento é decisivo para a sobrevivência de Temer no Palácio do Planalto.
O PSDB, principal partido da base de Temer e autor da ação que pede a cassação da chapa, avalia desembarcar do governo caso o resultado do julgamento seja desfavorável ao peemedebista.
À noite, o presidente recebeu o advogado Gustavo Guedes, que defende Temer no TSE. Eles avaliaram os cenários do julgamento e debateram os impactos da prisão de Rocha Loures no caso.
Fonte: G1
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