Cultura

Cultura constrói riqueza econômica e não só cultural de um país, dizem especialistas na Live do Valor

Ilda Santiago, diretora-executiva do Festival do Rio, e Ricardo Piquet, presidente-executivo do IDG – Museu do Amanhã, ressaltaram a importância dos governantes olharem para a produção cultural como parte importante da economia do país. Eles participaram da Live do Valor desta quinta e falaram sobre o tema “Cultura e suas experiências de inovação e relação com o público”.

Para Ilda, a frase “Não dá para construir uma sociedade sem cultura e sem arte” precisa ser dita como um mantra principalmente quando o setor vem sendo atacado profundamente nos últimos anos, e não somente com a falta de verbas, mas de fato sendo atacado.

 Para Ilda, a frase “Não dá para construir uma sociedade sem cultura e sem arte” precisa ser dita como um mantra principalmente quando o setor vem sendo atacado profundamente nos últimos anos, e não somente com a falta de verbas, mas de fato sendo atacado. “Existe um desconhecimento da sociedade do que a cultura é de verdade capaz de aportar como um todo. E por isso é necessário que a gente tenha discussões muito mais abertas e transparentes sobre os investimentos governamentais em todas as indústrias. É importante que a sociedade saiba os investimentos, o subsídio que são dados a cada indústria e como cada uma presta conta disto”, acrescenta.

Piquet complementa dizendo que a cultura é um setor da economia que se necessita investimento muito baixo de infraestrutura e que se consegue retorno muito rápido. “Qualquer governante precisa reconhecer a cultura como parte importante assim como considera qualquer indústria que está no nosso dia a dia e diminuir essa postura de trazer as questões ideológicas pra dentro da produção cultural. Há de se respeitar as leis, as regras e o direito à produção cultural em qualquer lugar. Temos que defender o incentivo fiscal federal à cultura”, diz ele.

Sobre os novos desafios tecnológicos e as novas demandas do público durante e pós-pandemia, Ilda diz que mudaram as percepções, mas que não mudou nada que já estivesse a caminho. Para ela a pandemia acelerou e potencializou a velocidade de mudança, mas eram coisas já esperadas e que, na medida que o cinema se tornou digital, ele se tornou também mais democrático tanto na produção, quanto na divulgação e impacto no público. “Isso já estava acontecendo antes, nos últimos 10, 15 anos. A forma como a gente usufrui do cinema, impacta como a gente também percebe, digere e internaliza isso. Agora, pós-pandemia, o que temos que pensar, e o que o cinema pensa, é quais são os filmes que fazem as pessoas saírem de casa”, diz ela.

Além disso, Ilda também fala que é preciso ter em conta a mudança de público, que faz o Festival do Rio, por exemplo, trabalhar para trazer públicos diferentes, sejam eles mais jovens ou mais velhos. Ela explica que no pós-pandemia o que as pessoas mais buscam é a experiência. Não é só o filme que faz as pessoas saírem de casa, é a possibilidade de ter alguma coisa que elas terão naquele momento estando fora de casa. É um processo de redescobrir novas possibilidades.

Já para Piquet, a inovação é um conceito muito amplo. Ele afirma que alguns cientistas declaram que estamos vivendo um grande momento da humanidade nas áreas da saúde, da alfabetização e do acesso à informação. Mas ele diz que estamos passando por um dos maiores alertas que é a questão das mudanças climáticas e que temos que nos preparar, nos adaptar, ser mais empáticos e mais resilientes com tudo isso. Essa adaptação requer algum tipo de inovação, que não necessariamente requer uma startup, ou que depende de uma inovação tecnológica. “A mala com rodinhas, por exemplo, é uma grande inovação low tech, e isso transformou uma série de movimentos”, diz ele.

Piquet conta que no Museu do Amanhã reconhece a diversidade de inovação e se prepara pra poder entender qual a expectativa daquele público, como ele deve interagir e qual o comportamento dele. Sempre dando oportunidade para que aquele visitante possa voltar e se aprofundar em cada conteúdo que ele deseja.

Ilda e Piquet estão otimistas e celebram como as grandes empresas entendem o valor da cultura e a importância das parceiras público e privado para o setor cultural. Ilda diz que as empresas hoje já começam a ter um entendimento maior e orgulho de estarem ligadas a eventos e a equipamentos culturais dependendo de suas linhas de ação e das suas paixões. E Piquet complementa dizendo que é uma alegria ver as empresas engajadas na causa.

FONTE: VALOR ECONÔMICO

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Gomes

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