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Criminosos especializados em furto de celulares se infiltram em blocos de rua

Conheça a história da jovem que teve três celulares furtados neste fim de semana

 Três furtos em três dias. É impressionante, mas foi o que aconteceu com uma carioca de 23 anos, que teve três aparelhos celulares furtados em eventos pelo Rio no último fim de semana, confirmando a tendência de aumento nas ocorrências durante o carnaval. O caso foi revelado pelo colunista Ancelmo Gois. No período em que quadrilhas especializadas em furto visitam a cidade com a intenção de se infiltrar em blocos, foliões precisam ter atenção redobrada para não virar estatística.

O primeiro furto que a psicóloga X. sofreu foi na saída de um samba, na Fundição Progresso, na Lapa, na última quinta-feira. Ela deixava o local com amigas e só percebeu que o celular não estava na pochete quando chegou em casa. Na sexta-feira, ela comprou outro aparelho, mas teve receio de usá-lo, uma vez que pretendia aproveitar um bloco no Centro. A jovem, então, saiu com o telefone antigo da irmã, o que foi providencial. Naquela mesma noite, ela seria furtada mais uma vez.

— Foi muito rápido. Quando eu percebi, no fim do cortejo, na Praça Mauá, a pochete já estava aberta — relembra a jovem, que prefere não ser identificada.

No sábado, por mais incrível que possa parecer, a psicóloga passaria pelo terceiro furto. Foi em outro bloco, também na Praça Mauá. Ela e uma amiga chegaram a avistar os suspeitos, mas não puderam alcançá-los.

— Minha amiga viu dois caras que estavam esbarrando em todo mundo. Assim que eles passaram por mim, percebi a pochete aberta, mas eles saíram muito rápido — relatou.

A carioca, no entanto, não pretende deixar de aproveitar a folia depois dos três furtos seguidos. Ela já planeja algumas mudanças de hábito, como a substituição da pochete por uma doleira, e pretende levar outro aparelho antigo para os blocos, e assim poupar o que acabou de comprar. Mas do carnaval ela não vai abrir mão.

— Uma das coisas que eu mais amo no carnaval é que se trata de uma festa democrática. Quero continuar ocupando as ruas com liberdade. Mas vou ficar mais atenta. E meus amigos também. Estamos nos protegendo mais — diz a psicóloga, que seguiu acompanhando blocos de rua no domingo, mas sem nenhum aparelho de celular.

‘No empurra, empurra, ninguém sente’

O furto de celulares é um negócio tão lucrativo que atrai criminosos de outros estados para o Rio de Janeiro no carnaval. No último dia 8, cinco pessoas foram presas na Lagoa e encaminhadas à 14ª DP (Leblon). Com eles, os policiais apreenderam 15 aparelhos de celular. Em depoimento, um dos detidos confirmou que todo o material havia sido furtado em apenas um local, o GB Bloco, em Laranjeiras.

De acordo com o depoimento prestado por um dos suspeitos, eles e outras quatro pessoas haviam se infiltrado no bloco especificamente para efetuar furtos. Moradores de São Paulo, eles chegaram ao Rio no próprio sábado e pretendiam ficar na cidade até o fim do carnaval. Alguns se hospedaram num hotel na Zona Sul, e outros numa comunidade no Rio Comprido, que é ocupada por uma facção criminosa com a qual os suspeitos teriam ligação.

Ainda segundo o suspeito, os membros do grupo têm em comum a “habilidade” de furtar com discrição. Nos blocos, eles agiriam de forma ordenada. Dois atuariam diretamente na multidão, e os outros três seriam responsáveis por receber o material, retirar o chip e esconder, para dificultar o flagrante. O documento também tem a descrição dos alvos preferidos pelo bando. Eles escolheriam as vítimas de acordo com o tipo de bermuda que estivessem vestindo ou se a bolsa estivesse na lateral do corpo. “No empurra, empurra, ninguém sente”, declarou o homem à polícia. O material roubado seria vendido no Centro de São Paulo.

— Existem muitas gangues como essa. São pessoas que já vêm para o carnaval com esse objetivo. Eles agem rápido e de modo premeditado. O grupo vai para blocos de carnaval e um deles começa a furtar celulares. Logo depois, passa para um receptador, que fica bem próximo, e se livra do flagrante para continuar roubando. É frequente também que outro integrante do grupo distraia, de alguma maneira, a vítima escolhida, antes do furto —, explica o delegado Antenor Lopes, titular da delegacia do Leblon.

Atenção deve ser redobrada

Na 5ª DP, delegacia da área onde ocorrem desfiles de dezenas de blocos, inclusive megablocos, o número de ocorrências envolvendo foliões furtados sempre sobe no carnaval. Para evitar grandes transtornos, o delegado Geraldo Assed orienta que as pessoas evitem levar celulares caros para a folia.

— O aumento que em todo carnaval tem. É muito bloco e muita gente, então, acaba aumentando em relação aos dias normais. Mas nada de extraordinário em relação a outros carnavais — explica o delegado, que aproveita para fazer um alerta: — O folião tem que ter cuidado. Hoje em dia tem celulares de R$ 9 mil. Não dá pra ostentar nada de muito valor nesses locais, pra evitar chamar atenção.

Mas se o roubo ocorrer, o folião tem mais chance de recuperar o aparelho se, ao registrar a ocorrência, tiver em mãos o IMEI do celular. Trata-se de um número de identificação encontrado no aparelho e na embalagem dele.

— É muito importante que uma vítima que tenha seu celular subtraído informe a polícia sobre o IMEI do aparelho. Eu faço um apelo à população que mantenha, enquanto o aparelho está em uso, a caixa do produto. A vítima pode levar essa informação para a polícia. E, se esse telefone foi apreendido na mão de um criminoso, ele poderá ser devolvido ao proprietário —, explica a delegada Valéria Aragão, titular da 12ª DP (Copacabana).

 

FONTE: O GLOBO

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Marcio Martins martins

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