Cerimônias de sepultamento reúnem centenas de pessoas nesta sexta (10).
Acidente matou 17 universitários e o motorista do ônibus.
Os corpos de nove das 18 vítimas do acidente com um ônibus de universitários na Rodovia Mogi-Bertioga (SP-98) começaram a ser enterrados na manhã desta sexta-feira (10) em dois cemitérios de São Sebastião (SP). As cerimônias tiveram início por volta das 10h.
Centenas de pessoas acompanham os sepultamentos, marcados pela comoção de parentes e amigos das vítimas. Os enterros acontecem em sequência, com previsão de cerca de meia hora para cada cerimônia.
O primeiro corpo a ser enterrado foi da jovem Gabriela Silva Oliveira, de 22 anos. Ela estudava engenharia na UMC, em Mogi das Cruzes.
No cemitério da Barra do Una serão sepultados também os corpos de Natália Rodrigues Teixeira, Maria Maceno, Daniela Mota Dias, Lucas Inácio Pereira, Daniel Oliveira Damázio, Rita de Cássia e Damião Nunes Brás. A estudante Ana Carolina da Cruz Veloso será enterrada em Juquehy.
Velórios
As demais vítimas estão sendo veladas em outras cidades. O corpo do motorista, Antônio Carlos da Silva, 37 anos está sendo velado em Caraguatuba, onde morava e será sepultado em São Luiz do Paraitinga. Sônia Pinheiro de Jesus, de 37 anos, era velada na manhã desta sexta no Cemitério Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, informou o Bom Dia São Paulo.
Guilherme Mendonça de Oliveira, de 19 anos, está sendo velado nesta sexta-feira (10), em Itaquaquecetuba (SP). O enterro do jovem está previsto para às 13h no Caminho do Céu.
Já a família de Daniel Bertoldo aguarda liberação do corpo no Instituto Médico Legal de Guarujá para fazer a cremação. Não há informações sobre as demais vítimas.
A quadra de Juquehy fica no Altino Espírito Santo, esquina com a Rua Maria Madalena. A quadra da Barra do Una à rua Cravinhos, sem número. A despedida dos estudantes segue até às 9h quando devem começar os enterros.
Liberação
Os corpos das vítimas começaram a ser liberados no fim da tarde desta quinta-feira após o perícia e identificação no Instituto Médico Legal. Para agilizar o trabalho de liberação dos corpos, o Estado de São Paulo organizou uma força-tarefa.
Acidente
Dezoito pessoas morreram após o acidente envolvendo um ônibus fretado que capotou na noite da última quarta-feira (8) na Rodovia Mogi-Bertioga, no limite entre as cidades paulistas deMogi das Cruzes e Bertioga.
O ônibus levava universitários de Mogi das Cruzes para São Sebastião e tombou na pista sentido litoral. No km 84 da rodovia, na descida da serra, o motorista perdeu o controle logo depois de fazer uma curva, atravessou a pista, bateu nas pedras, capotou e caiu em um barranco.
Segundo o Corpo de Bombeiros, 15 pessoas, incluindo o motorista, morreram no local do acidente. Outras três morreram em hospitais.
Como foi o acidente
O acidente ocorreu por volta das 23h . Segundo o delegado Fábio Pierri, o ônibus estava acima da velocidade permitida, de 60 km/h, mas a polícia ainda apura outros fatores que podem ter contribuído para o acidente.
A empresa União do Litoral contesta a informação e afirmou que o velocímetro do ônibus envolvido no acidente registrava 41 km/h. De acordo com informações da assessoria de imprensa da empresa, um representante da empresa teve acesso ao velocímetro do veículo que registrou a velocidade.
No entanto, o tacógrafo do veículo – espécie de caixa-preta – é quem determinará oficialmente a velocidade precisa do acidente. O objeto foi apreendido pela Polícia Civil e passará por perícia.
A Polícia Civil informou que não chovia e não havia neblina no momento do acidente, mas a pista poderia estar escorregadia. A empresa do ônibus contesta e diz que havia neblina no momento do acidente.
Uma hora antes do acidente, o motorista que dirigia o ônibus, Antônio Carlos da Silva, de 37 anos, avisou a mulher, por meio de uma mensagem de celular, que chegaria mais tarde em casa por causa da neblina na rodovia.
Um dos sobreviventes disse que o ônibus estava descontrolado. “Na terceira vez que ele repetiu o movimento [de tentar fazer a curva] de forma brusca e invadindo a pista, percebemos que havia algo errado. Começaram a pedir para que colocássemos o cinto. Eu coloquei e aí começou a gritaria, as pessoas se desesperaram e percebi que o meio-fio estava cada vez mais próximo, foi quando capotamos”, disse Wanderson da Silva, de 24 anos (veja o vídeo abaixo).
Segundo a Artesp (agência de regulação), a Viação União do Litoral Transporte e Turismo Ltda está cadastrada para fazer serviço de fretamento.
A vistoria ao ônibus envolvido no acidente ocorreu em 2015 e é válida até 26 de agosto de 2016. A credencial da empresa, que deve ser renovada a cada cinco anos, termina em 31 de outubro de 2016.
Identificação dos corpos
A Superintendência da Polícia Técnico Científicaenviou uma força-tarefa ao IML de Guarujá, para ajudar na identificação das vítimas.
Além de reforçar as equipes do IML, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) também pediu rapidez nas investigações sobre as causas do acidente e um balanço sobre o quadro de saúde das vítimas estão internadas. Os casos mais graves serão transferidos para unidades especializadas.
Em visita à região de Presidente Prudente na manhã, o governador manifestou solidariedade às famílias das vítimas do acidente.
O prefeito de São Sebastião, Ernane Bilotte Primazzi, lamentou o acidente e informou que a administração municipal disponibilizou assistentes sociais e psicólogos para prestar apoio às famílias.
A Universidade Braz Cubas, em Mogi das Cruzes, que tem alunos envolvidos no acidente, decretou luto. Na noite de quinta, os universitários prestaram uma homenagem às vítimas do acidente.
O município de São Sebastião decretou luto oficial de três dias na cidade, suspendeu as aulas nas escolas da rede municipal nesta quinta e sexta-feira, além de cancelar os eventos programados para o município.
No Twitter, o presidente em exercício Michel Temer disse que está chocando com o acidente na Mogi-Bertioga. Ele disse ainda que vai chamar órgãos de fiscalização para evitar que se repitam “tragédias como essa”.
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