Comparsas de Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, entregaram o chefe do tráfico à polícia na investigação mais recente da Polícia Civil do Rio contra ele. Em depoimento à 21ª DP (Bonsucesso), traficantes presos nas favelas de Manguinhos e Mandela, ambas na Zona Norte, apontaram Piloto como principal fornecedor de drogas das duas comunidades. Após o final do inquérito, Piloto foi denunciado à Justiça pelos crimes de associação criminosa e tráfico de drogas com outros 16 criminosos, apontados como traficantes de diversas favelas da Zona Norte do Rio. Há um mês, a Justiça recebeu a denúncia do Ministério Público.
A investigação contra Piloto começou no dia 31 de março de 2017. Na ocasião, um traficante da comunidade do Mandela foi preso por policiais militares e levado à 21ª DP. Na delegacia, o homem prestou um depoimento de três páginas, obtido pelo EXTRA, em que detalhan toda a estrutura do tráfico da favela. Sobre Piloto, o criminoso afirmou que era “o principal fornecedor de drogas e armas da favela” e acrescentou que ele “estaria no Paraguai e que seu dinheiro seria reconhido por um ‘nacional’ de vulgo ‘Mel’”.
Ao final da investigação, o relatório do inquérito aponta Piloto como “líder do tráfico de drogas na comunidade do Mandela e atualmente é também um dos principais fornecedores de drogas e armas da facção Comando Vermelho”. Segundo a investigação da 21ª DP, Piloto, “mesmo residindo no Paraguai, gerenciava os pontos de vendas de drogas na comunidade do Mandela e enviava grandes cargas de drogas e armas para abastecer a comunidade”.
Neste domingo, o EXTRA revelou mensagens do traficante interceptadas pela PF que mostravam que o traficante acompanhava em tempo real as remessas de armas e drogas que enviava do país vizinho. Há uma semana, Piloto está preso no presídio federal de Catanduvas, no Paraná. Ele foi expulso do Paraguai na segunda-feira passada, após matar uma jovem no quartel onde estava preso.
Também é réu no mesmo processo Fábio Pinto dos Santos, o Fabinho São João. Fábio saiu da prisão beneficiado por uma decisão judicial em setembro de 2015, após mais de sete anos preso — parte deles em presídios federais. Logo após ser solto, Fábio procurou a Central Única das Favelas (CUFA), ONG que visa à inserção social de jovens de favelas dominadas pelo tráfico, para deixar o crime. Na ocasião, afirmou em uma entrevista ao jornal “El País” que preferia “morrer a voltar para o crime”.
Na investigação, Fábio é acusado de ainda ser chefe do tráfico da favela de Manguinhos. Sua prisão foi decretada pelo juiz Guilherme Schilling Pollo Duarte, da 32ª Vara Criminal, no dia 18 de outubro. A defesa do réu pediu a revogação da prisão. No último dia 18, o juiz negou o pedido: “Os crimes imputados na denúncia são gravíssimos e punidos com pena máxima superior a quatro anos. Logo, presente o requisito exigido para a decretação da prisão preventiva”, escreveu o magistrado na decisão. Fábio está foragido.
FONTE: EXTRA
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