Brasil

Comissão sobre pedofilia do Vaticano pede fim de omissões

A Comissão para Proteção de Menores do Vaticano, divulgou o resultado da reunião de três dias sobre os crimes sexuais na igreja Católica. Através do cardeal de Boston, Patrick O’Malley, que coordena a comissão solicitada pelo papa Francisco, o grupo exprime “profunda solidariedade a todas as vítimas que sofreram abusos sexuais, sejam crianças ou adultos vulneráveis”.

O’Malley ressaltou que “as trágicas consequências desses abusos são causadas pela falta de ouvir, pela falta de reportar suspeitos de abuso e da falta de ajuda às vítimas e aos seus familiares”. Ainda de acordo com o cardeal, o papa quer que a comissão seja “autônoma, independente e não associada a algum ministério” da Igreja.

Ao ser questionado se sentiu resistência na Cúria Romana sobre as decisões do grupo, o cardeal declarou que “sentiu pessoalmente essa resistência e que há muitas pessoas que não veem essa questão como um problema da Igreja no mundo. Por isso, estamos impacientes para ter mais pessoas de todos os locais do planeta que devem enfrentar o problema, pois há ainda muita ignorância sobre o tema. A educação é muito importante para que a Igreja comece a responder [os abusos] e se torne mais segura para as crianças”.

Uma vítima de abuso sexual, Marie Collins, que faz parte da Comissão afirmou que teve “um sentimento positivo do encontro, pois viemos todos com pontos de vista diferentes, mas querendo proteger as crianças do mundo todo”.

O cardeal O’Malley ainda disse que “queremos, particularmente, que seja garantido o direito da responsabilidade dentro da Igreja, para garantir o desenvolvimento de instrumentos protocolares e procedimentos eficazes e transparentes” dentro da instituição. Ele ainda falou que a Comissão “não tratará casos individuais de abuso, mas poderá apresentar recomendações sobre as diretivas da Igreja para assegurar a obrigação da responsabilidade”.

A Comissão irá propor a criação do que o cardeal chamou de “práticas melhores”. “Ao seu tempo, iremos propor iniciativas para encorajar a responsabilidade local no mundo e também programas de educação, formação e ação nos casos de abuso.

Contamos também com os católicos se empenhando em nossas paróquias, pessoas de boa vontade que querem garantir que as crianças e os adultos vulneráveis sejam protegidos dos abusos”, finalizou o cardeal.

A criação da Comissão de Proteção aos Menores, feita por um pedido do papa Francisco, foi criada após a Organização das Nações Unidas criticar a Igreja por não investigar os casos de abusos sexuais e que a Santa Sé “adota políticas e práticas” que levam à impunidade. Francisco chegou a pedir perdão publicamente às vítimas de pedofilia e crimes sexuais.

Fonte: Agência ANSA

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