O encontro promovido pela TV Gazeta foi o primeiro após o atentado contra o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro
Combater o “radicalismo” e o “discurso de ódio”. Promover a “paz” e a “tolerância”. Esses termos dominaram as declarações dos candidatos à Presidência da República no primeiro debate depois do atentado contra o presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, na semana passada – que, ausente, foi o protagonista oculto do encontro.
Atacado por Henrique Meirelles (MDB) por ter veiculado críticas a Bolsonaro no horário eleitoral do dia seguinte ao ataque, Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que não vai mudar o discurso da sua campanha. “Não tem grandes mudanças. Nós vamos na linha propositiva. Vamos mostrar que o caminho não é o do ódio, mas sim o da união nacional”, afirmou o tucano, que discordou da tese de que ele disputa os mesmos votos do que o deputado. “Eu não busco eleitor de A, B ou C. Eu busco todos os eleitores.”
Guilherme Boulos, do PSOL, disse que o debate foi marcado pelo “clima de se opor à intolerância na política”. “Nós estamos em campos opostos em relação a projeto para o Brasil e isso não muda, mas não acho que tem que ser resolvido no tiro, na porrada ou na bomba de nenhuma forma”, afirmou o presidenciável.
Predominou também, entre os candidatos, o entendimento de que o fato acontecido nesta semana é o produto de uma situação social que se verifica há tempos no Brasil. Alvaro Dias, do Podemos, identificou a “indignação” sem a promoção de um comportamento pacífico como o problema. “O Brasil é um país que vive hoje na indignação justificada com os escândalos de corrupção, com a incompetência do governo, das desigualdades sociais, da desigualdade de oportunidades. Portanto, é um país conflituoso e nós temos que semear a paz”, argumentou.
Para Ciro Gomes, do PDT, Adélio Bispo de Oliveira, o responsável pela facada no candidato do PSL em Juiz de Fora (MG), agiu de forma errada para combater algo que discorda, por falta de “equilíbrio mental”. “Ele agiu, por si ou combinado com alguém, para buscar uma solução que não é nem por aquela linguagem, nem individual”, comentou. Ciro também ironizou que Bolsonaro “foi ferido na barriga, mas não mudou nada na cabeça”, pelo comportamento de aliados do presidenciável após o atentado, citando o pastor Silas Malafaia, o senador Magno Malta (PR-ES) e os filhos do político do PSL.
Marina Silva, da Rede, e Henrique Meirelles, do MDB, fizeram menção a discursos “radicais”, sem precisar se trata-se apenas do discurso de Bolsonaro ou também de outras candidaturas. Para a ex-senadora, “quando se cultiva o ódio ele acaba se concretizando na prática”. Já Meirelles, antes do debate, afirmou que “o que leva a violências como essas”, é o “radicalismo”.
Os dois candidatos, no entanto, fizeram menções críticas à proposta de legalizar o porte de armas no Brasil, encampada por Bolsonaro. “Deus o livre aquela pessoa tivesse uma arma na mão”, afirmou a candidata da Rede. “A violência está na faca ou na bala, como já se propôs nessa eleição”, disse o presidenciável do MDB.
FONTE: VEJA.COM
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