Um cinegrafista do principal canal de televisão russa morreu ao ser atingido por tiros no leste da Ucrânia, cenário de uma insurreição armada pró-Rússia, anunciou a emissora Pervy Kanal, que acusou as forças ucranianas.
Anatoly Klyan, de 68 anos, trabalhava na televisão estatal Channel One e foi o terceiro jornalista russo morto desde que separatista pró-Rússia começaram um levante contra o governo central da Ucrânia em abril.
Ele realizava uma reportagem com rebeldes nas imediações de uma unidade militar ucraniana da região de Donetsk, segundo o canal.
O ministério russo das Relações Exteriores exigiu das autoridades ucranianas uma “investigação objetiva” sobre a morte do repórter. Também denunciou o que Moscou considera uma demonstração de que “as forças ucranianas não querem uma desescalada” e impedem a implementação do cessar-fogo, segundo a France Presse.
- Klyan estava com um grupo de jornalistas russos levados por insurgentes da autoproclamada República de Donetsk para um encontro com mães de soldados, que exigiam a retirada dos filhos.
“Uma vez no local, aconteceram os tiros procedentes dos militares. Anatoli Klian recebeu um tiro mortal no abdome”, anunciou a emissora em sua página na internet.
O Comitê de Investigação anunciou a abertura de um inquérito por “uso de meios e métodos de guerra proibidos e assassinato de uma pessoa durante sua atividade profissional”.
“Anatoli Klian é mais uma vítima das autoridades ucranianas, que ignoram as normas internacionais de defesa da população em período de conflito”, afirma o Comitê em um comunicado.
Klian trabalhava há 40 anos para a televisão russa e participou em várias missões em regiões consideradas difíceis, segundo o Pervy Kanal.
O motorista do ônibus que transportava os jornalistas foi ferido e estava hospitalizado.
Em 17 de junho, dois jornalistas da TV pública russa morreram na região de Lugansk.
Além disso, o fotógrafo italiano Andrea Rocchelli morreu perto de Slaviansk no fim de maio, assim como seu auxiliar russo Andrei Mironov.
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