País não teve cobertura ampla das doses de reforço e não abriu mais leitos hospitalares
O infectologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Julio Croda, disse à CNN nesta sexta-feira (23) que “não houve uma vacinação adequada. Há baixas coberturas principalmente em idosos de doses de reforço. A China não utilizou vacinas mais adequadas para essa população, as vacinas de RNA.”
Croda explica também que não houve abertura de novos leitos hospitalares de terapia intensiva no país. “Fica claro que por conta das baixas coberturas, principalmente na dose de reforço, no contexto de uma nova variante, subvariante da Ômicron, e sem leitos suficientes, é uma tragédia anunciada.”
O diretor do Centro Nacional de Doenças Infecciosas chinês, Zhang Wenhong, disse que a China deve atingir o pico de infecções por Covid-19 em uma semana.
Após o relaxamento do regime de “Covid zero” no país, por conta de protestos e da desaceleração da economia, autoridades acreditam que o sistema de saúde terá uma pressão extra com o aumento de casos da doença.
O infectologista explica que a mudança do tipo de política para a Covid-19 deveria ter sido feita de forma gradual, e não de maneira brusca. “Deveria ter sido feito um relaxamento progressivo baseado nos dados”.
Era preciso verificar se havia “capacidade de atendimento, baseado na cobertura vacinal com a projeção do número de casos, hospitalização e óbito”, completa. Para ele, faltou uma estratégia para saber quais províncias poderiam iniciar esse relaxamento, estabelecer metas de vacinação e quantidade de leitos.
Brasil
No caso do Brasil, Croda ressalta que a política de fechamento de aeroportos não é adequada, pois em alguns momentos as variantes da Covid chegarão ao país. “O mais importante é fazer como a índia e a África do Sul: manter uma boa cobertura de sequenciamento de passageiros”, para instituir medidas, como o aumento das coberturas vacinais e conter o avanço da doença.
FONTE: CNN BRASIL
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