Relatório divulgado na COP26 mostra o país asiático como o maior poluidor da atmosfera, superando os EUA e a União Europeia
A China é responsável por 31% das emissões de CO₂, o principal gás do efeito estufa, em 2021, segundo um estudo do consórcio internacional de cientistas Global Carbon Project divulgado durante a COP26, cúpula da ONU sobre as mudanças climáticas.
“Esse relatório é um balde de água fria”, comentou em entrevista à AFP a coautora Corinne Le Quéré, professora de mudanças climáticas na Universidade de East Anglia. “Mostra o que acontece no mundo real, enquanto aqui em Glasgow falamos sobre como lidar com as mudanças climáticas.”
Por outro lado, em 2021 as emissões cairão 3,7% nos Estados Unidos e 4,2% na União Europeia, aponta o estudo. Os Estados Unidos respondem por 14% das emissões planetárias, e a UE, por 7%. A Índia, o quarto maior emissor, é responsável por 7%.
A pandemia freou brutalmente a economia mundial e, com isso, a poluição do planeta decorrente do consumo de energia fóssil, mas as emissões globais neste ano voltaram a se aproximar de níveis recordes. Em 2020, as emissões totais caíram 5,4%, porém em 2021 devem se elevar 4,9%, a menos de 1% do recorde de 2019.
O relatório constata que a reativação econômica voltou a se basear nos combustíveis fósseis. As emissões devido ao petróleo devem aumentar 4,4% em 2021. Não voltarão aos níveis de 2019, mas os autores assinalam que o setor de transportes ainda não retornou aos níveis pré-crise.
A consequência desse reaquecimento da economia e do planeta é que se torna cada vez mais distante o objetivo ideal de limitar o aumento da temperatura em 1,5ºC.
O planeta já experimentou um aumento entre 1,1ºC e 1,2ºC em relação à era pré-industrial. No ritmo atual, o mundo tem apenas oito anos para ter 50% de chance de limitar o aumento da temperatura em 1,5°C.
A queda da atividade mundial devido à pandemia “nunca foi uma mudança estrutural. Deixar o carro temporariamente na garagem ou trocá-lo por um veículo elétrico não é a mesma coisa”, disse Corinne.
A recuperação “foi mais forte do que o esperado”, destacou Glen Peters, do Centro Internacional de Pesquisas sobre o Clima, outro autor do estudo.
Para alcançar o equilíbrio entre emissões e retenções de gases em 2050, o que se conhece como neutralidade de carbono, seria necessário deixar de emitir 1,4 bilhão de toneladas por ano.
FONTE: R7.COM COM AFP
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