Multidões de manifestantes se reuniram no centro da capital sul-coreana para denunciar a revisão “insuficiente” da agência
O chefe da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) se reuniu neste sábado (8) com o ministro das Relações Exteriores sul-coreano em Seul, onde centenas de manifestantes denunciaram o Japão por autorizar o descarte de água tratada da usina de Fukushima.
Rafael Grossi chegou à capital sul-coreana na última sexta-feira (7) após uma viagem ao Japão durante a qual a AIEA aprovou o polêmico projeto de despejar água da usina nuclear de Fukushima — onde ocorreu um acidente em 2011 — no oceano.
Multidões de manifestantes se reuniram no centro de Seul neste sábado para denunciar a revisão “insuficiente” da agência, enquanto Grossi se reunia com o ministro das Relações Exteriores, Park Jin.
Eles seguravam cartazes com críticas à AIEA e a acusaram de escrever seu relatório “sob a influência do Japão”.
Grossi se defendeu apresentando um processo de aprovação “muito minucioso”.
“Este é o relatório final completo (…) Nenhum especialista me disse que discordou do conteúdo”, afirmou ele em entrevista à agência de notícias sul-coreana Yonhap.
Os legisladores da oposição sul-coreana também se mobilizaram contra o plano de Tóquio, alguns até fazendo greve de fome.
O chefe da AIEA se reunirá com membros da oposição no domingo no Parlamento.
A Coreia do Sul diz “respeitar” a decisão da AIEA, apesar da rejeição da oposição e dos crescentes protestos no país.
A agência da ONU aprovou esse plano do governo japonês para descartar cerca de 1,33 milhão de toneladas de água contaminada, previamente tratada e armazenada na usina, que está próxima da saturação. A usina de Fukushima foi devastada pelo tsunami ocorrido em 11 de março de 2011.
A agência estimou na última terça-feira (4) que esse projeto “cumpre as normas internacionais de segurança” e terá um “impacto insignificante na população e no meio ambiente”.
O Japão anunciou que o dumping começará neste verão.
FONTE: R7.COM COM AFP
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