CARACAS (Reuters) – Buscando amenizar os protestos e a afronta internacional, o presidente socialista da Venezuela, Nicolas Maduro, afirmou neste sábado que a Suprema Corte irá rever a decisão de anular o congresso liderado pela oposição, movimento que os críticos denunciaram como uma reviravolta na ditadura.
“Esta controvérsia acabou… a constituição venceu”, disse Maduro em um discurso televisionado pouco depois da meia-noite.
Ele foi flanqueado por altos funcionários de um comitê especial de segurança do Estado que ordenou ao tribunal superior que reconsiderasse suas decisões.
Enquanto Maduro, de 54 anos, tentou lançar um movimento na tentativa de resolver um conflito de poder, seus adversários afirmaram que se tratava de uma retaguarda de um governo impopular que exagerou na mão.
“Você não pode fingir normalizar a nação depois de realizar um ‘golpe'”, disse Julio Borges, líder da Assembleia Nacional Legislativa.
Nesta semana, ele rasgou publicamente as decisões judiciais e se recusou a participar do comitê de segurança, que inclui os chefes das principais instituições.
Depois de derrubar a maioria das medidas do congresso desde que a oposição ganhou o controle em 2015, na quarta-feira, a corte suprema pró-Maduro foi mais longe com a decisão de assumir as funções legislativas.
Tal fato galvanizou a desmoralizada e dividida coligação da oposição da Venezuela e trouxe uma torrente de condenações e preocupações internacionais, desde as Nações Unidas e União Europeia até a maioria dos principais países latino-americanos.
A decisão de rever a ação da corte –e presumivelmente revogar a norma controversa-– pode amenizar os protestos, mas os oponentes de Maduro devem manter a pressão.
Eles estão furiosos porque as autoridades frustraram um referendo contra Maduro no ano passado e por adiarem as eleições locais previstas para 2016.
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