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CASO NEYMAR – “Não houve estupro”, revela ex-marido de Najila Trindade

Testemunha-chave do inquérito envolvendo o craque Neymar, o ex-marido de Najila Trindade, Estivens Alves, disse à ISTOÉ que a modelo não foi violentada. Ele foi a primeira pessoa com quem ela conversou depois de ter mantido relações sexuais com o jogador num hotel em Paris. Estivens confirma, no entanto, o relato dela de agressão

Depois de atrair os holofotes em junho, a partir das acusações de agressão sexual de Najila Trindade Mendes de Souza contra Neymar Jr., craque da seleção brasileira e do time francês PSG, o caso ganhou mais um inesperado capítulo. Na terça-feira 23, um dia antes de depor à Polícia Civil de São Paulo, o ex-marido Estivens Alves, primeira pessoa com quem Najila conversou após manter relações sexuais com o jogador, concedeu entrevista exclusiva à ISTOÉ. ASSISTA AOS VÍDEOS COM TRECHOS DA ENTREVISTA

Testemunha-chave de dois inquéritos, Alves afirmou que sua ex-mulher não foi estuprada. Segundo ele, na ligação que recebeu dela, em 16 de maio, um dia depois do ato sexual com o jogador num hotel em Paris,  Najila lamentou, ainda chorando, a grosseria e o pouco caso de Neymar. Mas em nenhum momento fez referência à violação sexual. “Não houve estupro”, concluiu ele à ISTOÉ. Alves também relata que soube por ela que “ambos haviam ficado juntos na noite anterior e que ele tinha sido um ‘escroto’, um ‘imbecil’, um ‘monstro que me agrediu, que me bateu’”. 

O relato do ex-marido é de fundamental importância para os investigadores também porque ele é a única pessoa que afirma ter visto o teor completo do vídeo de sete minutos gravado por Najila, no quarto 203 do hotel Sofitel Paris Arc Du Triomphe, no início da noite seguinte ao encontro íntimo. Até agora, somente cerca de um minuto e quinze segundos desse vídeo é de conhecimento público – nem a polícia teria acesso à gravação. Alves afirma não estar de posse do vídeo, armazenado inicialmente no celular de Najila, mas a ex-mulher lhe mostrou a gravação. 

No trecho já divulgado, a modelo aparece desferindo tapas no jogador, enquanto afirma: “Você me agrediu ontem. Você me deixou aqui sozinha”. De acordo com Alves, nos momentos não tornados públicos até agora Neymar teria tentado acalmá-la. “Ele repete: ‘Calma, calma, calma’. ‘Relaxa, relaxa, relaxa’. Depois, a coloca sentada na cama e ambos conversam. “Eu não te falei que não conseguiria ficar com você. Lembra que eu te falei para trazer uma amiga? Era para você não se sentir sozinha. Eu tenho meus compromissos. Tenho que treinar, tenho meu médico, meus tratamentos e minhas campanhas”. Ela fala: “Me perdoa? Eu te machuquei? Eu não queria ter te machucado. Eu estraguei tudo”. Ele pergunta o que poderia fazer. A modelo diz que apenas quer voltar ao Brasil. Neymar, então, liga para um assessor para marcar a passagem de volta”. A seguir, ela teria desligado o celular, acomodado sobre a pia do banheiro da suíte. O vídeo, depois de ter sido assistido por Estivens Alves, teria sido apagado. Najila sustenta a versão de que perdeu o tablet onde o armazenou ou foi roubada. O material nunca chegou a ser divulgado por inteiro, já que quando ela o repassou, o aplicativo de mensagens empregado cortou a gravação, que era longa para os padrões do WhatsApp.

Durante a entrevista à ISTOÉ, Estivens Alves esteve o tempo todo acompanhado de sua advogada, Milena Peterle Savio, que o aconselha nos depoimentos e deve representá-lo nas ações que ele pretende abrir contra jornalistas, blogueiros e comentaristas de rádio e TV por difamação a ele e a seu filho, de 7 anos. Alvo de comentários maldosos, a criança deixou de frequentar a primeira série do ensino fundamental e está sob os cuidados da mãe fora de São Paulo.

Casado por sete anos com Najila, Alves tem hoje 31 anos, é publicitário, especialista em business intelligence e ex-modelo fotográfico. Foi bancário por oito anos e, quando saiu, montou uma consultoria em planejamento e desenvolvimento. Hoje, atua como executivo de contas de uma startup de tecnologia. Indagado sobre o que motivou a revelar agora todos esses detalhes, o ex-marido apenas afirmou que não é seu intuito favorecer ou prejudicar alguém. Em sua opinião, não há vencedores nem vencidos nessa rumorosa contenda. Neymar e Najila tiveram suas vidas viradas de ponta cabeça, assim como ele e o filho. “Quero dar um basta na história”. Ele só faz um pedido: “Gostaria que Neymar se retratasse com meu filho”, lembrando que o jogador expôs nas redes sociais o nome da criança ao divulgar as conversas e as imagens íntimas trocadas com Najila. Por essa razão, o jogador e seus assessores são alvo de uma investigação sobre delitos de informática em tramitação no Rio de Janeiro.

Você viveu por sete anos com Najila Trindade, a mulher que hoje acusa Neymar de estupro. Como era sua relação com ela?

Foi um casamento que teve problemas como qualquer outro. Estamos separados desde o final de 2017. Nosso relacionamento hoje é o de pais de uma criança. É um relacionamento que tem complicações por causa de organizações financeiras e datas. Mas ela não deixa faltar nada para ele. Ela e eu nos desdobramos. Quero que este seja meu último depoimento público.

Algum representante do Neymar te procurou?
Ninguém. Inclusive a Najila é a primeira a se incomodar comigo quando falo alguma coisa. Ela acredita que eu estou jogando a favor do Neymar.

Por que você decidiu falar agora?

Pelo momento que estou passando, acho que é minha obrigação levar o que vi e senti a todos, a fim de esclarecer a minha parte, sem favorecer ninguém.

A Najila teve um encontro com Neymar e te ligou no dia seguinte?

Esse é um ponto. Eu, de verdade, me surpreendi com a ligação dela. Quando ela foi viajar, não falou do que se tratava. E não cabia a mim saber. Quem me falou que ela estaria em Paris foi meu filho, no café da manhã. Nessa manhã [quinta-feira, 16 de maio], mandei uma mensagem para ela: “Paris?”.  Quando mandei a mensagem, na manhã seguinte ao suposto estupro, ela respondeu: “Sim, estou aqui”. Perguntei se ela tinha ido a trabalho ou a passeio. Ela respondeu: “passeio” e que estava chorando desde a noite passada. Antes mesmo dela retornar, disse: “Foi se encontrar com o Neymar? kkkkk”. Brincando disse: “Foi casar com ele? Eu não tinha ideia. Era uma piadinha. Ela respondeu: “Vim encontrar com ele mesmo. Estou chorando desde ontem”. Daí, ela começou a explicar um pouco das coisas que tinham acontecido. Ela estava muito desorientada, confusa. Foi tudo muito rápido. Na minha cabeça, aquilo não passava de uma brincadeira.

Ela falou que havia mantido uma relação sexual com Neymar?

Nesse momento, ela contou que havia ido até lá e se encontrado com ele. Que eles tinham ficado na noite passada e que ele tinha sido um “escroto” com ela, um “imbecil”. Ela falou que ele tinha sido muito agressivo, mas não citou nada sobre relação sexual e estupro. Então, ela me disse que ia andar um pouco para esfriar a cabeça. Nesse momento era de manhã aqui no Brasil. Eu estava saindo de casa para ir ao apartamento dela deixar nosso filho com a babá, que iria levá-lo para a escola. Deixei meu filho e ela me ligou de novo. Ela só me pareceu meio confusa. Pedi que ela ficasse bem e perguntei quando voltaria.

Você perguntou se ela havia sido estuprada?

Não. Nem ela falou 

Em algum momento alguém falou em estupro?

Não. Ela falou em agressão e que foi deixada sozinha repetidas vezes. Não vi nenhuma prova contra ambos. Não estou aqui para defendê-la. Ela tem a vida dela e eu já sofri muitos danos na minha vida por causa disso tudo. Só que, se fosse para armar um golpe, ela o teria filmado na noite anterior, quando houve sexo. Aliás, não sei nem se na segunda noite teve sexo.

Você está convencido de que foi uma relação consensual?

Estupro é uma palavra muito pesada. Estupro propriamente dito não houve. Essa é a conclusão do Estivens. Não houve estupro. No máximo houve um desentendimento entre ambos no meio da relação sexual. Ele assumiu que bebeu antes e pode ter ultrapassado o limite.

Quando você percebeu que ela não estava bem?

Trocamos mensagens. A partir daí, ela começou a se mostrar muito preocupada com a forma como as coisas poderiam acontecer lá. Eu não sabia a razão, mas ela disse que se sentia ameaçada. Foi algo que se estendeu por semanas, mesmo aqui no Brasil. Acho que hoje ela está mais tranquila.

A Najila achou que Neymar poderia usar seu poder e influência contra ela?

Acredito que ela pensou que ele – ou alguém – pudesse tentar algo contra a vida dela. Tanto que, em uma das mensagens, escreveu que não sabia se deveria fazer uma denúncia contra ele lá [em Paris] ou aqui, depois que voltasse.

Ela deu detalhes desse primeiro encontro?

Na verdade, em nenhum momento dei muita credibilidade para isso dela estar com o Neymar. Tanto que dias depois até comentei com ela, em tom de deboche, que iria ao Rio para encontrar o Zico. Na minha cabeça, não fazia sentido ela com o Neymar.

Nem antes da viagem ela deu alguma pista?

Depois, lembrei que algumas semanas antes do episódio, ela fez um comentário elogiando muito o jogador, com ares de desejo. Eu estava brincando com meu filho. Iríamos comprar uma chuteira nova para ele. Como ele já tinha uma do Cristiano Ronaldo, falei para pegarmos uma do Messi.

Mas, afinal, quando é que você entendeu o que estava acontecendo?
Só quando vi o vídeo divulgado por ele, afirmando que estava sendo acusado de estupro. Foi aí que percebi que a conversa dela fazia sentido. Eu tinha ouvido aquilo há duas semanas, mas em nenhum momento comentei com ninguém. Logo depois, minha namorada disse que estavam começando a falar do meu filho nas redes sociais. Foi quando resolvi me pronunciar pela primeira vez. Na manhã seguinte [terça-feira, 4 de junho], comecei a ser procurado por emissoras e jornais. Repórteres foram até o condomínio em que moramos procurando testemunhas. Fui até uma emissora para falar que eu não tinha nada com o que ocorreu em Paris.

E o sumiço do tablet?

Na terça eu a procurei. Avisei que as coisas estavam tomando grandes proporções. Propus pegar o nosso filho até ela resolver a vida. Ela disse que estava protegida, com pessoas que estavam cuidando dela. Na quinta-feira [6 de junho], peguei o menino. Eu tinha que ir até onde ela estava para pegar a chave do apartamento a fim de fazer as malas dele. Quando perguntei pela chave, ela disse que o imóvel tinha sido arrombado. Ela me autorizou a entrar. Subi com um dos porteiros e gravei a visita. Mandei o vídeo para ela. Ela pediu para pegar roupas e um tablet. Eu nem sabia de tablet. Procurei e não achei. Só havia uma caixa. Vi que faltavam outros itens de valor. Também sei que outro apartamento no condomínio dela foi arrombado.

E o segundo encontro dela com Neymar, que foi filmado? O que você viu?

Assisti na íntegra. Não relatei isso antes, pois não quis participar dessa história. Ela queria divulgar o vídeo completo, mas acho que só não foi a público por um erro primário. Qualquer vídeo de celular enviado por WhatsApp com mais de dois minutos será cortado. Ela mandou para alguém. Não foi para mim. O material foi cortado sem que ela percebesse.

Em que situação você assistiu a esse vídeo?

Ela estava no apartamento da segunda advogada dela, a Yasmin […]. Disse que estava tomando muito remédio. Para quê? “Não tô conseguindo dormir, tô muito assustada. Estou sendo ameaçada de morte”. Falei para ter calma […] Ela estava bem avoada … Foi quando me mostrou o vídeo. Estávamos na sala da Yasmin. Ela falou: “Ta aqui”. Pegou o celular, olhou a galeria, a apertou o play e deu na minha mão. Daí acontece o que vimos na mídia. Ela vai recebê-lo na porta [do quarto] beija e tudo. Vão para a cama. Ela dá um tapa nele. […] Ele recua um pouco e ela fala: “Você vai me bater. Não vai devolver?”. Ele se levanta e ela fala: “Você me bateu e me deixou aqui sozinha”. Nesse momento, ela se recolhe. Não dá para ver se está inclinada, não dá para saber se está caída ou abaixada. Mas dá para ouvir. Ele fala: “Linda, calma. Relaxa, relaxa”. Ele fica ao lado dela uns três minutos, tentando acalmá-la. Ele a levanta pelos braços, sem agressividade. Com as mãos nos bolsos ela começa a chorar. E pergunta: “Por que você fez isso comigo? Por que você me bateu e me deixou aqui?”. E chora. Ele pede calma repetidas vezes, sem responder às perguntas dela. Ele se mostra uma pessoa muito assustada com tudo que estava acontecendo, sem esperar por aquela reação dela. Até que ele consegue ter algum controle sobre a situação. Ele senta ela na cama e fala: “Eu não te falei que não conseguiria ficar com você. Lembra que eu te falei para trazer uma amiga? Era para você não se sentir sozinha. Eu tenho meus compromissos. Tenho que treinar, tenho meu médico, meus tratamentos e minhas campanhas”. Ela fala: “Me perdoa? Eu te machuquei? Eu não queria ter te machucado. Eu estraguei tudo”. Não tenho certeza, mas parece que ele pergunta o que poderia fazer por ela, que responde: “Quero ir embora, para minha casa”. Ele pega o celular, liga ou manda mensagem para alguém. Ela levanta, vai ao banheiro, onde estava o celular, e encerra o vídeo.

E a informação de que ele teria ficado bravo ao ver o celular apontado para o quarto?

A minha teoria é que ele viu o celular depois. Mas não dá para saber o que houve. Quando ele se propõe a mandá-la para o Brasil, ela para a gravação. Mas não dá para saber o que ocorreu depois, nem se ele tentou gravá-la sem sucesso.

O que ela disse para você depois?

Depois que me mostrou, perguntou o que eu achava. Falei que o vídeo não provava nada do que foi dito pelos dois lados. Era uma discussão de um casal. Ela pegou o celular e disse que me daria, pois não confiava em mais ninguém. Não aceitei, mas disse para ela me mandar o vídeo completo que eu jogaria na internet. Isso foi na véspera do depoimento dela e do suposto sumiço do celular, que teria ocorrido entre os dias 6 e 7 [de junho].

A Najila possui esse material?

Até onde sei, não.

Alguém roubou esse celular?

Até pode ser. Mas esse vídeo não torna ela uma golpista, nem ele um estuprador.

E sobre a denúncia?

Ela foi até a Delegacia da Mulher [sexta-feira, 31 de maio]. Segundo o que conversamos antes, ela não iria até lá dizer que foi estuprada. Ela me disse que relatou o que aconteceu e suas declarações foram qualificadas como estupro. No dia seguinte, um sábado, quando tudo estourou, fiquei cuidando do menino, que estava febril. Ela saiu da delegacia preocupada e queria saber do garoto. No final do dia seguinte, fui devolvê-lo. Conversamos sobre coisas do meu trabalho, que eu teria que viajar ao Rio e que precisaríamos acertar nossas agendas. Antes, ela havia pedido que eu ocultasse as fotos do pequeno no Instagram. Não ocultei. Nesse dia, ela pediu de novo. Avisei que eu não tinha nada a ver com aquilo em que ela estava metida. Discutimos.

Quem agiu errado nessa história?

Os dois. Ele, por ser a figura que é mundialmente famosa, não podia ter feito aquilo. Acho que ela até pensou em uma relação com ele, mesmo sem muito compromisso. Só que as coisas começaram a sair do controle.

Ela queria dinheiro para quitar suas dívidas?

Se ela queria dinheiro ou não, jamais tive essa informação. Ela nunca falou comigo sobre dinheiro. Perguntei o que ela queria. Ela disse que queria justiça. Se quisesse dinheiro, ela diria por aí que é amiga do Neymar. E, se quisesse mídia, não teria feito o que fez. Não sei quem divulgou a denúncia contra ele, mas o caso não deveria ter vazado. Depois, ele fez um vídeo e, meu único ponto contra, foi que ele citou o nome do meu filho. Seria só ele ter borrado a imagem.

O que você acha do Neymar?

Só gostaria que ele se retratasse com meu filho, que teve sua vida interrompida. Ele não pisou mais na escola, mas ainda não perdeu o ano. Até minha ex-namorada sofreu ataques.

Mas ao divulgar as imagens e as conversas, ele cometeu um crime?

Não sou eu quem vai decidir isso.

Quem saiu mais prejudicado?

Tudo conspirou contra ela. O Neymar tem apoio público. Enquanto dizem que eu formei uma quadrilha com a Najila.

Ainda há algum envolvimento entre vocês?

Não, nenhum. Mas tenho muita consideração por ela e por minha outra ex.  

E os casos anteriores de agressão entre vocês?

Naquela terça [4 de junho], um repórter comentou que havia um B.O. sobre uma agressão minha contra Najila da qual ela se defendeu me dando uma facada. Foi quando eu comecei a ser pressionado a me pronunciar. Isso foi em 2014. Nós vivemos uma relação com agressões de ambas as partes. Naquela vez ela me agrediu, mas me socorreu e chamou meu irmão, que me levou ao hospital. Depois, ela fez um B.O. afirmando que tinha me agredido. Nunca fiz denúncias contra ela.

Vocês mantêm contato?

Uma vez a cada dois dias. Ela e meu filho estão bem instalados.

FONTE: ISTO É

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