A capital da Ucrânia sofreu um novo ataque aéreo na madrugada desta segunda-feira (2), após um fim de semana de Ano-Novo marcado por bombardeios russos que deixaram pelo menos quatro mortos em várias cidades.
Aos primeiros sinais de novo ataque, a administração militar de Kiev ordenou que os moradores fossem para abrigos.
O “sistema de defesa aérea está funcionando (…) Varandas e janelas de edifícios sofreram danos no bairro de Desnyansi”, informou Seguei Popko, responsável administrativo, no Telegram.
“Os russos lançaram várias ondas de drones Shahed”, comentou Oelski Kuleba, chefe da região administrativa militar de Kiev, ao se referir aos drones fabricados no Irã. “Visaram a instalações de infraestrutura crítica”, acrescentou.
Quase três horas depois, a capital e a região vizinha suspenderam o alerta aéreo. “Vinte alvos aéreos foram abatidos”, informou a administração militar da cidade.
Mísseis e drones de fabricação iraniana foram lançados contra a capital e outras regiões no sábado (31) e mataram três pessoas, enquanto outra foi morta no domingo (1º), na região sul de Zaporizhzhia.
O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, relatou uma explosão na última segunda-feira no bairro de Desnyanski, onde “um homem de 19 anos foi hospitalizado”. Mais tarde, as autoridades informaram que o jovem foi ferido por vidro que caiu de um prédio.
Os ataques russos do Ano-Novo visaram às áreas centrais de grandes cidades, segundo Mikhailo Podoliak, assessor do presidente Volodmir Zelenski.
“A Rússia não tem mais alvos militares, então tenta matar o maior número possível de civis e destruir instalações civis”, tuitou.
Além dos quatro mortos, dezenas de pessoas ficaram feridas, acrescentaram as fontes.
‘Desumanos’
Em 31 de dezembro, a artilharia russa atingiu uma cidade nos arredores de Kherson, e um menino de 13 anos foi ferido. Posteriormente, as forças russas atacaram o hospital onde o menor estava internado.
“O que o menino de 13 anos tem a ver com esses desumanos que tentaram matá-lo duas vezes?”, questionou o governador Yaroslav Yanushevitch no Telegram.
O ataque russo danificou o hospital de Kherson e deixou a cidade e seus arredores sem energia. Em novembro, as forças russas se retiraram de Kherson, a única capital regional sob seu controle, mas continuaram a bombardeá-la.
A força aérea ucraniana disse que 45 drones de fabricação iraniana foram destruídos: 13 deles, abatidos na última noite de 2022, e os outros 32, depois da meia-noite.
O chefe de polícia Andrii Nebitov publicou no Facebook uma imagem dos destroços de um drone com a inscrição “Feliz Ano-Novo” em russo.
Na região leste de Donetsk, as autoridades pró-Rússia relataram a morte de um civil na cidade de Yasinuvata como resultado de um bombardeio ucraniano.
Após uma série de derrotas militares, Moscou começou a atacar a infraestrutura energética ucraniana em outubro e deixou milhões de pessoas no frio e no escuro.
O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que a justiça “moral e histórica” está do lado de seu país nesta guerra.
Já o Ministério russo da Defesa anunciou que, no sábado, atacou “instalações de defesa ucranianas envolvidas na fabricação de drones ofensivos”.
“Conseguimos desmantelar os planos do regime de Kiev de organizar ataques terroristas contra a Rússia em um futuro próximo”, afirmou. A Rússia acusa a Ucrânia de atacar suas instalações e infraestruturas militares locais.
Tropas russas abateram um drone na quinta-feira perto de Engels, uma base aérea estratégica a centenas de quilômetros da fronteira ucraniana.
Nesta segunda-feira, informaram que o drone abatido sobre a base aérea de Engels matou três pessoas quando caiu. É política de Kiev não assumir a responsabilidade por tais ataques.
FONTE: AFP
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