Brasil

Calorão aumenta as vendas de ar-condicionado, que já tiveram alta de 16% no 1º semestre

A comparação é com o mesmo período do ano passado; meteorologia prevê temperaturas de até 43ºC em Cuiabá (MT)

As previsões do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) sobre a nova onda de calor que se espalha pelo Brasil e vai deixar os dias bem quentes na última semana de inverno estão levando muita gente às lojas em busca de um ar-condicionado. De janeiro a junho, as vendas desses equipamentos tiveram um aumento de 16%, na comparação com o mesmo período do ano passado, e devem disparar neste mês.

Segundo a Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), no primeiro semestre de 2022 foram vendidas 1.279.074 unidades de ar-condicionado split, que é um dos modelos mais comuns para instalação residencial, e nos mesmos meses deste ano, 1.483.492 equipamentos saíram das lojas. Todos esses produtos são fabricados no país.

O aumento registrado nas vendas de ventiladores nesse mesmo período foi ainda maior. Os modelos de mesa tiveram alta de 34%, já que, em 2022, até junho, foram vendidos 2.011.355 unidades e, neste ano, foram 2.692.983. A saída de ventiladores de coluna cresceu 18%, com 757.780 aparelhos vendidos no ano passado, contra 895.206 em 2023.

O setor deve fechar o ano com as vendas acima de 4 milhões de unidades, um aumento de cerca de 10% ante 2022, segundo projeção da Abrava (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento). Ela considera as dificuldades do mercado, que ficou dois anos seguidos sem crescimento, também por conta do clima, mas com as temperaturas abaixo do previsto.

A expectativa da Eletros é semelhante, de um crescimento entre 5% e 10% em 2023. “O ano passado foi muito ruim, o pior dos últimos dez anos, registramos uma queda de 60% nas vendas de ar-condicionado de janela, e de 48% nos modelos split. Neste ano, começamos a recuperação”, contou Jorge Nascimento, presidente da Eletros.

Consequências do aquecimento global e do fenômeno El Niño, o calor de 2023 e os recordes de temperatura “fizeram do ar-condicionado um artigo de primeira necessidade”, falou a entidade. 

“A gente já sabia que neste ano haveria um super-El Niño, com superaquecimento, mas o que nos surpreendeu foi a antecipação das temperaturas altas, que chegaram bem no inverno”, disse Nascimento.

As empresas do setor de eletroeletrônicos e eletrodomésticos já aguardavam uma alta do mercado de refrigeração, mas, para a Abrava, esse avanço também teve a contribuição das novas tecnologias de eficiência energética, que estão contribuindo para o avanço desse comércio, pois geram uma economia de energia que chega a até 70%, se comparadas aos modelos mais antigos. 

Como o aumento no gasto de energia elétrica é um dos maiores receios de quem está pensando em comprar um ar-condicionado, o presidente da Eletros dá uma dica: “A melhor opção é verificar a informação sobre a eficiência do produto no consumo de energia. Hoje, quase metade da produção das 14 fábricas brasileiras é do modelo inverter, que tem consumo até 40% menor. Pensar nisso na hora da compra vai evitar precocupações com a conta depois”.

FONTE: R7.COM

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