O ex-governador também foi questionado sobre dinheiro que receberia do grupo Prezunic, na gestão anterior da empresa. A atual gestão é de um grupo chileno.
— Em relação ao Prezunic, não houve nenhum tipo de entrega de propina. Essa relação começou quando era presidente da Alerj e houve uma tentativa de alguns deputados de extorsão ao grupo que seu Joaquim (Joaquim Cunha, do grupo Prezunic) liderava. Eu impedi, ele ficou grato e passou a me ajudar em campanhas eleitorais, principalmente a de 2002 e 2006. (Joaquim) foi um contribuinte importante caixa dois. Não tenho certeza se, em 2010, ele também me ajudou, creio que sim — afirmou Cabral, dizendo que recebeu do grupo apenas recursos de caixa dois.
Procurado, o Prezunic ainda não retornou o contato. O GLOBO não localizou Joaquim Cunha.
Lavagem de dinheiro
O depoimento de hoje do ex-governador foi no processo em que ele e outras pessoas ligadas a ele são acusadas de lavagem de dinheiro por meio de concessionárias do grupo Dirija. Segundo a denúncia, o dinheiro era enviado às empresas do grupo e, depois, era depositado nas contas dos auxiliares de Cabral, sob a justificativa de que serviços tinham sido realizado. Contratos fictícios eram firmados para justificar a transação. Cabral confirmou a acusação.
– Tenho conhecimento dos fatos, sim. Eram pessoas da minha relação e intimidade que conviviam comigo e cuidavam do dinheiro da propina, do meu dinheiro pessoal – afirmou.
O emedebista disse saber do esquema, mas que nunca pediu aos donos do grupo Dirija para que ajudassem na lavagem de dinheiro.
– Pessoalmente, nunca pedi. Nunca disse emita uma nota para fulano ou ciclano. Era uma coisa que o Ary tratava com eles – afirmou Cabral, dizendo que o grupo nunca pediu nenhum benefício junto ao governo do estado por conta disso.
Logo no início do depoimento, Cabral lembrou sua mudança de postura:
– Obrigada pela oportunidade de esclarecer, diante da nova postura que adotei de confessar meus erros e meu arrependimento. Queroa agradecer minha defesa, e a senhor (Bretas) pela oportunidade de poder contar ao senhor a verdade dos fatos e à sociedade, representada pela imprensa.
FONTE: O GLOBO
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