Brasil

Brasil registra primeiro caso de Candida auris

Crédito: CDC/Divulgação. Candida auris, superfungo que está se espalhando pelo mundo.

O fungo fatal é resistente a medicamentos e é considerado uma ameaça à saúde global. Ele foi encontrado em uma unidade de saúde da Bahia

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta, na segunda-feira (7/12), sobre um possível primeiro caso positivo no Brasil de Candida auris, fungo resistente a medicamentos responsável por infecções hospitalares que se tornou um dos mais temidos em todo o mundo.

No alerta, o órgão regulador afirmou que o Candida auris (C. auris) “é um fungo emergente que representa uma séria ameaça à saúde pública”. A infecção por C. auris é resistente a medicamentos e pode ser fatal. Em todo o mundo, estima-se que infecções fúngicas invasivas de C. auris tenham levado à morte de entre 30% e 60% dos pacientes.

O fungo foi descoberto em 2009 no Japão no canal auditivo de um paciente. Além disso, seu diagnóstico ainda requer métodos laboratoriais específicos pois pode ser facilmente confundido com outras espécies de leveduras, o que leva ao tratamento incorreto, colocando em risco a vida do infectado. Os contaminados pelo C. auris ainda correm risco de morte. A estimativa é que ele tenha causado a morte de 30% a 60% de seus infectados.

Em 2016, com o surto de doenças causadas pelo fungo na América Latina, a Anvisa publicou um Comunicado de Risco com orientações para a vigilância laboratorial, com encaminhamento de isolados para laboratórios de referência e medidas de prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde (Iras) pela C. auris. Desde 2017, laboratórios da Rede têm analisado amostras suspeitas que são encaminhadas por diversos estados do Brasil.

Primeiro caso na Bahia

Ainda sem nenhum registro no país, o primeiro caso foi confirmado depois de uma análise técnica na última segunda-feira em um homem adulto internado na UTI no estado da Bahia. Uma força tarefa também foi criada pelos órgãos responsáveis para evitar uma maior disseminação do vírus no estado.

A Agência afirmou que têm sido realizadas análises fenotípicas para verificar o perfil de sensibilidade do microrganismo. Além disso, o Laboratório Especial de Micologia da Escola Paulista de Medicina (Lemi–Unifesp), referência no sequenciamento para identificação de C. auris em serviços de saúde, realizará o sequenciamento genético (padrão-ouro) do microrganismo.

A Anvisa também recomenda que os serviços de saúde e laboratórios de microbiologia estejam alertas às orientações previstas em documentos oficiais da agência, para que ações de prevenção e controle da disseminação desse fungo sejam adotadas de forma oportuna e segura. Ele vive em superfícies hospitalares e é altamente resistente, podendo sobreviver por muito tempo.

FONTE:  CORREIO BRAZILIENSE

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