As exportações de suco de laranja do Brasil, o maior exportador da commodity, deverão crescer mais de 20 por cento na temporada 2017/18 (julho/junho), na comparação com a safra anterior fortemente afetada por problemas climáticos nos laranjais, previu nesta quinta-feira a CitrusBR, associação que reúne os exportadores.
No acumulado da temporada 2017/18 até março, as exportações estão em ritmo forte, totalizando 855,8 mil toneladas de suco de laranja concentrado, congelado equivalente a 66 graus brix (FCOJ equivalente), desempenho 29 por cento acima do mesmo período do ano passado, informou a associação nesta quinta-feira.
“Levando em consideração os nove primeiros meses de exportação, tudo indica que o fechamento deve ser bastante positivo em relação ao ano anterior, em que a restrição na oferta de fruta foi determinante para o fraco desempenho”, disse o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, à Reuters.
“Não é possível fazer uma estimativa precisa, mas algo acima de 1,1 milhão de toneladas parece bastante plausível”, acrescentou ele sobre o desempenho esperado para o ciclo fechado.
A exportação da temporada passada foi a mais baixa da série histórica, somando menos de 900 mil toneladas.
Nos nove primeiros meses da safra, o valor das exportações brasileiras apresenta alta de cerca de 30 por cento, para 1,556 bilhão de dólares, segundo dados do governo compilados pela associação.
Principal mercado para as exportações do suco de laranja brasileiro, a União Europeia demandou até agora no ano comercial 512,9 mil toneladas, alta de 20 por cento ante o mesmo período de 2016/17.
Com oferta reduzida por conta do furacão Irma, que afetou fortemente a produção da Flórida, os Estados Unidos seguem a puxar a expansão com 226,6 mil toneladas de suco na safra corrente, um crescimento de 62 por cento na mesma comparação.
“É inegável que o efeito do Furacão Irma sobre a produção da Flórida favoreceu a exportação brasileira”, ressaltou Netto.
Para o Japão, principal destino da Ásia, o crescimento nos embarques chegou a 82 por cento, para 37,7 mil toneladas.
De acordo com o diretor-executivo da CitrusBR, a melhora das exportações representa a volta de uma relativa normalidade após um ano muito difícil.
“A safra passada, a 2016/17, uma das menores da história, produziu uma quantidade muito pequena de suco, o que afetou a oferta, então a comparação com o período anterior pode apresentar algumas distorções”, disse.
CAUTELA
Segundo ele, ao se comparar a safra corrente (2017/18) com duas safras atrás (2015/16), portanto antes dos problemas derivados da pouca oferta de laranja, o aumento no acumulado da safra é de apenas 4,5 por cento.
Nesse sentido, Estados Unidos e Europa mostram direções opostas. “Quando comparamos o volume embarcado para os Estados Unidos na safra atual com a safra retrasada o aumento é de 60 por cento, mas quando comparamos os embarques para a Europa a queda é de 11,2 por cento”, notou.
Enquanto o mercado norte-americano propiciou um aumento de 85.057 toneladas na comparação entre as duas safras, a Europa diminuiu a demanda em 65.106 toneladas.
“Isso mostra que apesar do bom resultado deste ano, que deve ser comemorado, não podemos pensar que todos os problemas estão resolvidos porque a pressão sobre a demanda de suco ainda é um problema grave e que precisamos continuar a enfrentar”, comentou ele, em comunicado.
FONTE: REUTERS
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