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Bolsonaro diz que sobrevoará região de barragem para ‘tomar todas as medidas cabíveis’

Presidente fez um pronunciamento no Palácio do Planalto no qual comentou tragédia em Brumadinho (MG). Barragem rompeu no início da tarde, e mar de lama invadiu a região.

O presidente Jair Bolsonaro fez um pronunciamento nesta sexta-feira (25) no qual informou que sobrevoará neste sábado (26) a região em Minas Gerais atingida pelo rompimento de uma barragem. Segundo Bolsonaro, após “reavaliação” dos danos, serão discutidas “todas as medidas cabíveis”.

No início da tarde desta sexta, uma barragem da mineradora Vale rompeu em Brumadinho (MG), levando um mar de lama à região. Segundo os Bombeiros, 200 pessoas estão desaparecidas.

“Amanhã [sábado] pela manhã, juntamente com o ministro da Defesa, partiremos para Belo Horizonte e de lá será dada a essa delegação, o governador de Minas, onde sobrevoaremos a região para que possamos, mais uma vez reavaliando os danos, tomar todas as medidas cabíveis para minorar o sofrimento de familiares e possíveis vítimas, bem como a questão ambiental”, afirmou (leia a íntegra mais abaixo).

Embora Bolsonaro só tenha se referido ao ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, afirmou em seguida que outros ministros podem integrar a comitiva.

Segundo Rêgo Barros, ainda não está decidido se o presidente descerá em Brumadinho ou se somente fará o sobrevoo na região.

Mais cedo, nesta sexta, o governo federal anunciou a criação de um gabinete de crise para monitorar as ações em Brumadinho e definir o que pode ser feito.

Numa entrevista concedida a uma rádio de Brumadinho, Bolsonaro afirmou que não quer “começar a culpar os outros”, mas acrescentou que “algo está sendo feito errado“.

“A questão da mineração, eu não quero começar a culpar os outros pelo que está acontecendo, mas algo está sendo feito errado ao longo dos tempos”, afirmou Bolsonaro na entrevista.

Repercussão

Também nesta sexta-feira, o vice-presidente, Hamilton Mourão, afirmou que a mineradora Vale, responsável pela barragem, é uma empresa privada e que, por isso, o governo não pode ser culpado pelo acidente.

“Essa conta não pode vir pra gente. Não pode vir para o nosso governo. Porque nós assumimos faz 30 dias. É uma empresa privada, a Vale é uma empresa privada. Tem que apurar o que houve. Era considerada a barragem de menor grau de risco”, disse Mourão.

Em nota, a Vale disse que “lamenta profundamente” o acidente e está empenhando “todos os esforços” no socorro e apoio aos atingidos.

“Ainda não há confirmação sobre a causa do acidente. A prioridade máxima da empresa, neste momento, é apoiar nos resgates para ajudar a preservar e proteger a vida de empregados, próprios e terceiros, e das comunidades locais”, afirmou a mineradora na nota.

Também nota, o Ibama – instituto federal responsável pela fiscalização ambiental em âmbito nacional – afirmou que, em situações de emergência, a competência de acompanhamento é do órgão licenciador, que, neste caso, é do estado de Minas Gerais.

Ainda de acordo com o comunicado, o Ibama só assumiria a competência pela tragédia de Brumadinho se o resíduos ultrapassarem os limites territoriais de Minas Gerais ou se os desdobramentos do incidente acabarem atingindo “significativamente” um bem da União.

Também por meio de nota, a Agência Nacional de Águas (ANA) afirmou que está monitorando a onda de rejeito e coordenando ações para manutenção do abastecimento de água para as cidades que captam água ao longo do rio Paraopeba.

No comunicado, a ANA ressalta que a barragem da Usina Hidrelétrica Retiro Baixo está a 220 km do local do rompimento e possibilitará amortecimento da onda de rejeito. Segundo a agência, a estimativa é de que a onda de rejeito atingirá a usina em cerca de dois dias.

Íntegra

Leia abaixo a íntegra do pronunciamento do presidente Bolsonaro:

Chegamos pela manhã de Davos, Suíça. E logo no início da tarde tivemos a triste notícia do rompimento de uma barragem de rejeitos de uma empresa de Brumadinho. De imediato determinamos que tropas da quarta brigada de infantaria da região de Juiz de Fora se deslocasse para a região.

Logo depois, ultimamos o ministro do Desenvolvimento Regional, o ministro do Meio Ambiente, e também o ministro de Minas e Energia se deslocassem para a região e também, juntamente com governo do estado de Minas Gerais, para criar um gabinete de crise para que em consonância com o nosso criado aqui em Brasília não só nos colocasse as informações em tempo real do que estava acontecendo, mas para que nós pudéssemos tomar todas as medidas cabíveis e possíveis para minorarmos o dano da região.

Amanhã de manhã, juntamente com o ministro de Defesa, partiremos para Belo Horizonte. De lá se dará esta delegação com o governador do estado de Minas e sobrevoaremos a região para mais uma vez, reavaliando os danos, tomar as medidas cabíveis para minorar o sofrimento dos familiares de possíveis vítimas, bem como a questão ambiental.

Por ora é o que nós temos a informar para vocês.

FONTE: G1.COM

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