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Bolsonaro diz que decisão sobre possível destruição de mensagens hackeadas não é de Moro

Presidente afirmou que ‘foi uma invasão criminosa’, mas não teve problemas porque nada trata de reservado em seus telefones

O presidente Jair Bolsonarofoi questionado neste sábado sobre a possível destruição das mensagens obtidas nas investigações sobre os hackers.  Na quarta-feira, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, confirmou que recebeu um telefonema do ministro da Justiça, Sergio Moro, para informá-lo de que estava na lista  das autoridades hackeadas. Segundo Noronha, Moro informou que as mensagens obtidas seriam “descartadas”.

–  A decisão de possível destruição não é dele (Moro). Podemos pensar e torcer por alguma coisa, mas o Moro não fará nada do que a lei não permite. Agora, foi uma invasão criminosa. Eu não tive esse problema porque nada trato de reservado nos meus telefones – afirmou Bolsonaro, após participar nesta manhã da formatura anual da turma de novos paraquedistas das Forças Armadas no 26º Batalhão de Infantaria Paraquedista, na Vila Militar, na Zona Oeste do Rio. Ao todo, foram 638 formandos.

A PF afirmou que  caberá à Justiça decidir sobre o destino do conteúdo. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) reagiu e a oposição recorreu à Procuradoria-Geral da República (PGR) .

Depois fez uma alusão à investigação sobre seu filho Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), que alega ter tido o sigilo quebrado nos relatórios do Coaf.

– Invadir a privacidade das pessoas, quebrar sigilo sem autorização judicial também é crime – completou.

Os relatórios do Coaf, porém, são feitos a partir de comunicação dos bancos a partir de operações atípicas. Não são propriamente  o sigilo bancário.

Neste sábado, foi divulgado pela “GloboNews”  o depoimento do DJ Gustavo Henrique Elias Santos, preso na Operação Spoofing, à Polícia Federal (PF) . Ele afirmou que teve as contas do WhatsApp e Telegram hackeadas por Walter Delgatti Neto, que confessou ter invadido os celulares de diversas autoridades.

O suspeito afirmou ainda que Delgatti mandou uma mensagem a ele se “vangloriando” de ter acessado o aparelho de Moro, e que fez um print da tela do notebook do hacker, contendo ícones do Telegram de autoridades, quando recebeu uma ligação em vídeo de Delgatti. Os depoimentos de Santos, de sua mulher, Suelen Priscila de Oliveira, e do motorista Danilo Cristiano Marques, todos presos pela PF, foram obtidos pela “GloboNews”. Os três suspeitos afirmaram não saber qual é a atividade profissional de Delgatti.

Uso de helicóptero da FAB

Ao final, o presidente comentou o uso de helicópteros da Força Aérea Brasileira (FAB) por seus parentes para ir no casamento de seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

– Fui no casamento do meu filho. Minha família da região do Vale do Ribeira estava comigo. Eu vou negar o helicóptero e mandar de carro? Não gastei nada além do que já ia gastar – afirmou Bolsonaro

Bolsonaro criticou também, durante a entrevista coletiva, as terras reservadas para comunidades indígenas e defendeu a exploração de minerais nessas áreas.

– Terra riquíssima (reserva indígena Ianomami). Se junta com a Raposa Serra do Sol, é um absurdo o que temos de minerais ali. Estou procurando o “primeiro mundo” para explorar essas áreas em parceria e agregando valor. Por isso, a minha aproximação com os Estados Unidos. Por isso, eu quero uma pessoa de confiança minha na embaixada dos EUA – disse ele, que indicou o filho Eduardo Bolsonaro, deputado federal por São paulo, para assumir a embaixada do Brasil nos Estados Unidos.

FONTE: O GLOBO

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