O Principe Herdeiro Muhammad bin Salman mandou prender príncipes, membros da família Real Saudita, Comandantes das Forças de segurança e empresários todos acusados de corrupção. Esquemas podem ter gerados mais de 500 bilhões de dólares de desvios do tesouro Saudita
Perto da meia-noite do útlimo sábado (4.11), dezenas de executivos e consultores foram despejados sem aviso de seus quartos no Ritz-Carlton de Riyadh. As vagas eram necessárias para abrigar 11 príncipes e pelo menos 38 ministros, políticos e grandes empresários, detidos por ordem do príncipe herdeiro, Muhammad bin Salman. Com suas portas fechadas e guardadas, o hotel tornou-se, até segunda ordem, uma penitenciária de luxo.
Entre os presos estão o príncipe Mitaib, até a véspera comandante da Guarda Nacional, e seu irmão Turki, ex-governador de Riyadh, ambos filhos do rei Abdullah, morto em 2015, quatro ministros, o príncipe Al-Waleed bin Talal, homem mais rico do mundo árabe, Bakr bin Laden, presidente da maior empreiteira saudita (e meio-irmão de Osama), os presidentes das três tevês estatais e também o da principal rede privada, a MBC. Estima-se que até 800 bilhões de dólares podem ser confiscados desses detidos por alegação de corrupção.
A operação anticorrupção lançada pela Arábia Saudita levou 201 pessoas à prisão e revelou uma fraude de até 500 bilhões de dólares ao longo de várias décadas, anunciaram as autoridades locais. Príncipes, ministros e um homem de negócios bilionário estão entre as personalidades detidas ou demitidas na semana passada, em uma ação decidida por uma comissão anticorrupção presidida pelo príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, de 32 anos.
Este expurgo ocorre em um tenso contexto regional, com Arábia Saudita e Irã enfrentados pela guerra no Iêmen e uma possível crise política no Líbano após a renúncia do primeiro-ministro Saad Hariri, anunciada em Riad. “Um total de 208 pessoas foram interrogadas até agora. Desses indivíduos, sete foram liberados sem acusações”, indicou o Ministério saudita da Informação em um comunicado.
As autoridades congelaram as contas bancárias dos acusados e anunciaram que qualquer atividade relacionada a temas de corrupção seria confiscada como propriedade do Estado. “A possível magnitude das práticas de corrupção é muito grande”, acrescentou o Ministério. “Segundo nossas investigações dos três últimos anos, calculamos que ao menos 100 bilhões de dólares foram desviados através de corrupção e malversação sistemáticas durante várias décadas”. Os detidos serão julgados em um tribunal, indicou o procurador-geral na segunda-feira.
O príncipe Mohamed, filho do rei Salman, é considerado o líder de fato da monarquia governante. Controla as principais instâncias de poder, desde a defesa até a economia, e parece disposto a acabar com qualquer oposição interna antes que seu pai, de 81 anos, entregue a ele formalmente o poder.
Com este movimento, que alguns analistas descrevem como atrevido e arriscado, o herdeiro ganhou um poder sem precedentes na história recente do país.
A operação anticorrupção coincide com o lançamento de um amplo plano de reformas, o “Visão 2030”, com o qual o príncipe Mohamed pretende modernizar o reino e diversificar sua economia, que depende em grande medida do petróleo, cujo preço despencou nos últimos tempos.
*Com informações das agências internacionais EFE e Ansa , e opovo.com
Fonte: Folha Rondoniense
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