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BC revisa projeção de inflação para cima, a 6,9%

Relatório trimestral ameniza recuo do PIB; em 2017, IPCA deve ficar acima do centro da meta

BRASÍLIA – O Banco Central revisou suas projeções para este ano: aposta numa recessão um pouco menor que a anunciada antes, mas com inflação mais alta. A previsão para a queda na atividade econômica passou de 3,6% para 3,3%. E a estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado oficialmente no sistema de metas, subiu de 6,6% para 6,9%.

Para o ano que vem, a expectativa, anunciada nesta terça-feira, frustrou o mercado financeiro, que esperava ver a inflação na meta. Houve recuo da perspectiva para o IPCA em 2017, de 4,9% para 4,7%, mas ainda não chegou aos 4,5% como previa a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada há duas semanas.

De acordo com o relatório trimestral de inflação, as projeções atuais mostram que o BC só cumprirá estritamente sua missão em 2018, quando a projeção para a inflação chegará a 4,4% no primeiro trimestre. No período seguinte, cairá mais um pouco e alcançará 4,2%.

Nas contas dos técnicos, a probabilidade estimada de a inflação ultrapassar o limite superior do intervalo de tolerância da meta em 2016, de 2 pontos percentuais está em torno de 69% e, em 2017, de 18%. As projeções para este ano, segundo o BC, pioraram pelos problemas na área fiscal, porque a inflação vista pelo brasileiro foi maior que a projetada pelo BC, as tarifas de serviços públicos aumentaram mais que o esperado e os alimentos estão mais caros.

“De fato, as expectativas de inflação têm sido impactadas negativamente esse ano pelo nível elevado da inflação corrente, pelo aumento recente 13487917_10205171901177156_1205510175_nobservado nos preços de alimentos, pelos efeitos residuais do processo de ajuste de preços relativos observado em 2015, mas também pelas incertezas fiscais criadas no passado”, diz o Copom, que complementa.

“Para o Comitê, a aprovação e a implementação de ajustes na economia brasileira, inclusive de ordem fiscal, além de outros fatores como a dinâmica dos preços administrados, o processo de distensão no mercado de trabalho e a perspectiva de um hiato do produto desinflacionário são fatores importantes do contexto em que decisões futuras de política monetária serão tomadas, com vistas a assegurar a convergência da inflação para a meta de 4,5% estabelecida pelo CMN, em 2017”.

Segundo o documento, há avanços no combate à inflação, mas sua continuidade depende de ajustes – principalmente fiscais – na economia brasileira. O BC lista desafios no controle dos preços como a inércia do processo de realinhamento do câmbio, a confluência de fenômenos climáticos sobre a produção mundial de alimentos, mais especificamente de grãos, e seus efeitos sobre os preços domésticos e, as incertezas em relação ao comportamento da economia mundial. Isso ainda não leva em conta a saída do Reino Unido da União Europeia, já que o relatório foi feito com dados até o dia 17.

Para os diretores do BC, nos próximos dois anos, o cenário é de crescimento global moderado, com a depreciação ocorrida do real em relação a moedas de importantes parceiros comerciais nos últimos anos, o que ajuda nas exportações. Mesmo assim, o Copom considera que o ambiente externo permanece desafiador.

No âmbito interno, o Copom reitera que a economia continua em terreno negativo em função de incertezas diversas. O investimento cai por causa dessas incertezas e o consumo privado também se contrai, em linha com os dados de crédito, emprego e renda.

“Entretanto, para o Comitê, à medida que a confiança de firmas e famílias se fortaleça, o ritmo de atividade tende a se recuperar. Além disso, o Comitê avalia que, no médio prazo, mudanças importantes devem ocorrer na composição da demanda e da oferta agregada. O consumo tende a crescer em ritmo moderado e os investimentos tendem a ganhar impulso”, diz o Copom, que justifica ainda:

“Nesse contexto, o Comitê buscará circunscrever a inflação aos limites estabelecidos pelo CMN em 2016 e adotará as medidas necessárias de forma a assegurar a convergência da inflação para a meta de 4,5%, em 2017. Dessa forma, o cenário central não permite trabalhar com a hipótese de flexibilização das condições monetárias”.

 

 

 

Fonte: oglobo

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