Nesta semana, o longa de James Cameron reestreia numa versão remasterizada, em 4K
No cinema, a tecnologia está em constante e rápida evolução. “Avatar” ajudou a provar isso em 2009, quando inaugurou uma era de ouro para o 3D e popularizou o uso em larga escala da captura de movimentos. Treze anos depois, o filme reforça essa ideia, ao voltar às telas depois de passar por um “upgrade”.
Nesta semana, o longa de James Cameron reestreia numa versão remasterizada, em 4K, tecnologia que não existia nas salas de cinema na época de seu lançamento original. Por mais inovador que seu visual tenha sido há não muito tempo, nem “Avatar” ficou imune à passagem do tempo.
A ideia agora, conta Cameron em conversa com jornalistas, é recuperar o deslumbre que o planeta fictício de Pandora causou com suas cores e seu brilho e, também, apresentar a trama para gerações que nunca a viram da forma para a qual foi concebida, numa telona.
“Nós estamos falando de 13 anos, o que quer dizer que há toda uma geração que não nasceu a tempo de ver o filme no cinema, ou seja, da maneira como ‘Avatar’ deve ser visto”, diz o cineasta, dias depois de a Disney retirar o filme de suas plataformas de streaming.
“O longa nos tirou da nossa rotina e nos levou para um outro lugar, pela lente da ficção científica e da fantasia. Enquanto os espectadores tentavam entender a tecnologia envolvida nesse processo, eles eventualmente cederam à imersão que oferecemos.”
O relançamento antecipa a aguardada sequência “Avatar: O Caminho da Água”, prevista para dezembro, e ao menos outros três títulos que devem expandir o universo criado por Cameron, que num único longa faturou US$ 2,8 bilhões -ou R$ 14,4 bilhões- e se firmou como a maior bilheteria de todos os tempos.
Neste segundo capítulo da saga, voltamos a acompanhar os na’vi, raça alienígena que povoa Pandora e que no primeiro filme frisou a importância de preservar a natureza, diante de um governo americano que queria minar os recursos naturais locais.
Enquanto o primeiro “Avatar” encantou com as cenas de voo em banshees, criaturas aladas que lembram pterodáctilos, o segundo capítulo deve apostar suas fichas na ambientação submarina. Aqui, também, a expectativa é que a computação gráfica e os novos equipamentos necessários para levar os personagens para o fundo do mar impulsionem uma revolução tecnológica em Hollywood.
“Imersão”, portanto, não é a palavra-chave só para o relançamento do “Avatar” de 2009, mas também para “O Caminho da Água”. Quem já viu partes do novo filme nos Estados Unidos tem batido nessa tecla, dizendo que as tecnologias desenvolvidas nesses últimos 13 anos oferecem uma experiência ainda mais sensorial, como se o espectador estivesse dentro de um aquário.
Sigourney Weaver, que ganhou fama no além-Terra de “Alien – O 8º Passageiro”, diz que, ao ver pela primeira vez algumas das cenas do novo longa, numa sala de cinema, começou a se mover como se estivesse numa piscina -lentamente, como se os braços lutassem contra a resistência da água.
“É um filme que propõe uma nova experiência, mas os temas do primeiro continuam lá. Ainda falamos da importância da família, de proteger nossas comunidades e de combater países e corporações que querem explorar os recursos do nosso belo planeta. E há muita aventura também”, diz a atriz.
Seu retorno à franquia deve causar estranhamento em quem se lembra bem de “Avatar”. A personagem Grace Augustine, afinal, morreu em meio ao clímax da trama. Cameron, no entanto, convidou Weaver para fazer uma nova personagem -Kiri, uma na’vi adolescente que é filha dos protagonistas de Zoe Saldana e Sam Worthington.
Como ela só aparece em cena em seu formato azulado e extraterrestre, Kiri não terá qualquer semelhança física com a cientista do filme original. Todo o trabalho de Weaver em “O Caminho da Água” foi feito por meio de captura de movimentos -ou seja, diversos sensores foram presos ao seu corpo e ao rosto, transmitindo os movimentos e expressões da atriz para um computador, que os simulava numa personagem digital.
Kiri será fundamental para a trama, já que Cameron espera que ela se conecte justamente com essa nova geração que nunca viu “Avatar” nos cinemas. Quando somos mais jovens, temos a tendência de automaticamente gostar da natureza e dos animais, mas perdemos essa característica conforme crescemos, ele acredita.
“‘Avatar’ nos devolveu essa capacidade de nos sentirmos maravilhados. Vamos ver o impacto cultural que isso de fato teve agora, se as pessoas aparecerem ou não nos cinemas para ver ‘O Caminho da Água’.”
AVATAR
Quando Reestreia nesta quinta (22), nos cinemas
Classificação 10 anos
Elenco Sam Worthington, Zoe Saldana e Sigourney Weaver
Produção EUA, 2009
Direção James Cameron
FONTE: FOLHAPRESS
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