Operação dos EUA tinha como alvo agente ligado a atentados na Tunísia em 2015
TRÍPOLI — Um ataque aéreo em um campo do Estado Islâmico na Líbia matou pelo menos 40 pessoas e deixou outras seis feridas na cidade de Sabratha nesta sexta-feira, de acordo com autoridades locais. As forças militares dos EUA assumiram a autoria da missão, que tinha como alvo o agente Noureddine Chouchane, supostamente ligado a dois atentados na Tunísia do ano passado.
No entanto, ainda não se sabe se ele está entre as vítimas fatais — cuja maioria acredita-se ser de militantes jihadistas tunisianos.
— Nós estamos constatando os resultados da operação e vamos fornecer informações adicionais quando for apropriado — disse um porta-voz do Pentágono.
O ataque teria atingido um sítio onde os extremistas se reuniam nesta manhã — possivelmente para ouvir o discurso de um líder muçulmano. No entanto, a filiação específica dos militantes ainda não é conhecida.
Embora a coalizão internacional liderada pelos EUA estejam intensificando suas ações militares na Líbia, por conta do avanço do Estado Islâmico sobre o território, as fontes ouvidas pelo jornal americano negaram que o ataque represente o início de uma nova guerra americana no país.
— Com todo o respeito à Líbia, eu já fui claro que nós vamos atrás do EI onde quer que ele apareça, da mesma forma que fomos atrás da Al-Qaeda onde quer que ela aparecesse — disse o presidente Barack Obama nesta semana. — Nós vamos continuar a agir onde nós temos uma operação e um objetivo bem definidos em mente.
Mais de cinco anos após os protestos que detonaram a Primavera Árabe e culminaram com o fim do regime autoritário de Zine el-Abidine Ben Ali, os tunisianos vivem entre a esperança de uma nova vida democrática e a sombra do terrorismo. No ano passado, três grandes atentados arrasaram o país. A invasão de homens armados ao Museu do Bardo em março deixou 21 turistas e uma policial mortos. Menos de três meses depois, em junho, 38 estrangeiros foram mortos por atiradores em um resort na praia de Sousse, balneário turístico do país. Em novembro, um homem-bomba que tentava atingir o carro da comitiva presidencial matou 12 pessoas. Os três casos foram reivindicados pelo Estado Islâmico.
Além disso, milhares de cidadãos do país se juntaram às fileiras do EI. Pelo menos seis mil tunisianos estão alistados no grupo, fazendo da Tunísia um dos principais países de origem dos combatentes estrangeiros dos jihadistas.
Fonte: oglobo
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