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Apreensões de drogas e animais silvestres já batem recordes em 2020

A quantidade de bichos resgatados aumentou quatro vezes em relação a 2019. As apreensões de maconha dobraram.

A quantidade de bichos resgatados aumentou quatro vezes em relação a 2019. No caso das apreensões de maconha, número dobrou na comparação com o ano passado. Especialistas em segurança pública apontam que mais pessoas podem estar recorrendo às práticas criminosas como fonte de renda e que falta fiscalização na origem dos problemas.

As apreensões feitas pela polícia nas rodovias brasileiras bateram recordes neste ano. A quantidade de animais silvestres resgatados é quase cinco vezes o número de 2019. Entre janeiro e agosto de 2020, a PRF encontrou mais de 25 mil bichos sendo transportados de forma ilegal. A maioria é formada por aves e crustáceos.

O presidente da ONG SOS Fauna, Marcelo Pavlenco, monitora o tráfico ilegal de animais há 30 anos. Ele explica que, em linhas gerais, os compradores são colecionadores e pessoas que usam os bichos em competições em grandes cidades, como BH, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Os animais são capturados principalmente no Nordeste e em todo o cerrado brasileiro.

Marcelo Pavlenco avalia que a pandemia pode ter feito mais pessoas aderirem a esse tipo de atividade ilícita. ‘Geralmente, quem captura são pessoas de baixíssimo poder aquisitivo, nas regiões mais pobres do Brasil. Muitas pessoas perderam o emprego. Muitas que já conheciam esse tipo de comércio ilegal e não o praticavam – mas eram consumidoras – acabam passando a comercializar esses bichos’, descreve.

Assim como houve aumento de animais silvestres apreendidos pela polícia nas estradas, as apreensões de drogas também subiram expressivamente. A quantidade de maconha encontrada pela polícia, por exemplo, já é duas vezes maior em 2020: mais de 300 toneladas foram apreendidas pela PRF.

O tráfico usa o Brasil como um corredor de passagem entre os países onde a maior parte dessas drogas é produzida, como Bolívia, Chile e Paraguai, e os grandes mercados consumidores, que ficam principalmente na Europa.

Na avaliação do porta-voz da Polícia Rodoviária Federal, Inspetor Aristides Júnior, os investimentos na área de inteligência da corporação são os principais responsáveis pelos recordes de apreensões de drogas e de animais.

‘Eu passei a ter um efetivo muito maior atuando nessa área de inteligência, não só nas capitais, mas também nas sedes das delegacias do interior’, afirma. ‘Todos os agentes da PRF passaram a receber telefones celulares. Então, hoje, nós podemos fazer consultas no sistema da polícia nos nossos próprios celulares. A criação dos canis da PRF também contribuiu muito, visto que os cachorros agilizam a fiscalização no combate às drogas.’

Diferentemente da avaliação feita pela PRF, o ex-secretário Nacional da Segurança Pública coronel José Vicente da Silva Filho aponta que o aumento expressivo na quantidade de apreensões tem mais relação com o fato de a pandemia ter reduzido muito o número de veículos circulando pelas estradas. Ele considera também que o recolhimento de mais cargas ilícitas sinaliza que, na verdade, falta um trabalho mais intenso de inteligência policial nas fronteiras do Brasil, por onde a droga entra. E também nos estados onde os animais são originalmente contrabandeados.

‘O que se tem como certo é que, do total que está circulando de drogas, o máximo que essas apreensões conseguem é entre 20% e 25% do que corre pelo país. Ou seja, se há apreensão tão grande, nós podemos saber que a quantidade de drogas que circula é maior ainda’, garante. ‘Nós estamos no segundo ministro da Justiça e, por enquanto, não se começou nada muito sério no setor de inteligência.’

A hipótese de aumento da criminalidade ainda não está confirmada, mas também não pode ser descartada, segundo a Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O órgão garante que não é possível falar em falta de fiscalização, porque em abril do ano passado, o governo federal iniciou um programa de monitoramento das fronteiras chamado Vigia que fez o país aumentar muito as apreensões nessas regiões.

De acordo com o Ministério da Justiça, o programa será implementado em todos os estados que têm fronteira até o final deste ano. Os únicos que ainda não estão incluídos são Amapá e Pará.

O Ibama, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, não se pronunciou sobre o aumento de animais apreendidos nas estradas do país.

FONTE: CBN

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