Após a liberação dos dois sentidos da Ponte Rio-Niterói, cerca de 200 trabalhadores – segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF) – do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, seguiram por diversas vias do Centro do Rio. O grupo chegou até ao prédio da sede da Petrobras, na Avenida República do Chile. O trânsito ficou complicado durante a tarde para o motorista que seguia pela região central.
Na calçada da sede, os manifestantes dão continuidade ao protesto, que, em seu início, interditou por cerca de duas horas o sentido Rio da Ponte-Rio-Niterói. A pista sentido Niterói ficou fechada por cerca de uma hora por motivos de segurança, após determinação da PRF. Por volta das 15h30m ainda havia retenções, no sentido Rio, entre a reta do Cais e a saída para a Avenida Brasil.
Mais cedo, devido ao fechamento da Ponte e de importantes vias do Centro do Rio, o trânsito ficou complicado em diferentes regiões do município. Houve impacto na Avenida Brasil, sentido Centro, a partir de Benfica; na Linha Vermelha, no mesmo sentido, a partir da Maré; no Viaduto do Gasômetro, sentido Centro, e na Avenida Francisco Bicalho. As pistas lateral e central da Avenida Presidente Vargas, no sentido Candelária, chegaram a ser fechadas durante a passagem do protesto, gerando reflexos na Avenida Passos e na Avenida Presidente Antônio Carlos.
A Ponte foi totalmente liberada ao tráfego de veículos por volta das 13h50m, segundo a CCR Ponte, concessionária que administra a via. Os manifestantes desceram de ônibus no Vão Central da Ponte e iniciaram a caminhada, que também fechou parte da Avenida Brasil, no trecho do Into, e a Avenida Francisco Bicalho. Segundo a Secretaria municipal de Transportes de Niterói (NitTrans), uma ambulância ficou impedida de prosseguir com paciente, por causa da interdição na Ponte.
A BR-101 apresentou congestionamento de até dez quilômetros, do Piscinão de São Gonçalo ao acesso à Ponte. O motorista ainda encontrava trânsito lento por volta das 16h na Alameda São Boaventura e na Avenida Jansen de Melo, em Niterói. No sentido oposto, o reflexo chegou à Avenida Brasil, na altura de Manguinhos e na Linha Vermelha, altura da Linha Amarela. Às 14h30m, o trânsito era lento apenas no Caju. Vias do Centro do Rio, como as avenidas Francisco Bicalho, Presidente Vargas, Via Binário e Gasômetro também apresentaram retenção, no sentido Avenida Brasil.
A manifestação foi organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores Empregados nas Empresas de Manutenção e Montagem Industrial do Município de Itaboraí (Sintramon). O sindicato convocou uma reunião às 8h desta terça-feira na casa de shows Faraó, em Itaboraí, com trabalhadores da Alumini Engenharia, empresa que participa da construção do Comperj, da Petrobras, cujas obras são objeto de investigação da Operação Lava-Jato.
A previsão era que os trabalhadores seguissem direto para um protesto em frente ao prédio da Petrobras. Segundo o sindicato, no entanto, os funcionários decidiram descer dos ônibus no vão central da Ponte e fazer uma manifestação na via, interrompendo o trânsito.
A Júlia Benites, que mora em Niterói e ia para o trabalho em Manguinhos, ficou parada no trânsito em frente ao posto da Polícia Rodoviária na Ponte devido ao protesto. Júlia, que estava em um ônibus intermunicipal, relatou que muitos passageiros deixaram o veículo e decidiram voltar a pé para Niterói. Os passageiros e motoristas que permaneciam no local aguardavam com apreensão que a situação se normalize.
— Muita gente estava indo para o médico, ou tinha outros compromissos, e resolveu voltar para Niterói a pé. Dois passageiros perderam as consultas que tinham no Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia), que demoram anos para serem marcadas. Eu, por exemplo, perdi duas entrevistas com pacientes que tinha marcado para a tarde — conta.
O Centro de Operações da Prefeitura do Rio informou que atua monitorando o tráfego com 40 câmeras localizadas nos acessos para a Ponte e na região do Centro e da Zona Norte. Além disso, 121 painéis, entre fixos e móveis, orientam os motoristas nas regiões do Centro, Zona Oeste, Zona Norte e Zona Sul.
Fonte: O Globo
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