O time de Aguirre decepcionou. Apesar de líder, ficou atrás, como time pequeno. Não perdeu porque Rodygo teve a coragem de perder gol incrível
Frustrante.
O clássico entre Santos e São Paulo foi ruim para os dois lados. 0 a 0 que deixou o time de Cuca estagnado.
E o de Diego Aguirre com a possibilidade de ficar dois pontos longe do Internacional. A liderança que conseguiu é frágil. Como o futebol sem ambição de campeão do time são paulino.
Tudo poderia ser muito pior se o garoto Rodrygo, comprado pelo Real Madrid por 50 milhões de euros, cerca de R$ 242 milhões, não mostrasse toda a sua inexperiência.
Aos 27 minutos do segundo tempo, ele teve a chance do jogo. Em um contragolpe, Gustavo Henrique deu um lançamento desde a defesa.
A bola caiu entre o atacante e Arboleda. Rodrygo foi mais esperto na dividida. E desceu sozinho com a bola dominada. Chegou frente a frente com Sidão, que saía desesperado. O garoto de 17 anos veio à tona. O chute saiu torto, para fora. O jogador desperdiçou um gol inacreditável.
Além do Internacional ter a chance de passar o São Paulo na liderança, amanhã, contra a Chapecoense, outro prejuízo. Everton saiu ainda no primeiro tempo. O estiramento na coxa esquerda pode ter voltado a incomodar o jogador que ficou três partidas fora do time. É uma contusão muito preocupante.
“Resultado poderia ter sido vitória nossa, principalmente pelo que fizemos no primeiro tempo. Tivemos total controle. Em qualquer momento podia ter feito o gol. No segundo tempo não conseguimos manter o ritmo frenético, mas tivemos duas grandes oportunidades, uma no pé do Rodrygo. Não era o nosso dia hoje”, lastimava Cuca.
“É um empate que a gente tem que valorizar. Jogar aqui na Vila não é fácil, não. O time foi maduro suficiente para não tomar gol. É verdade que não fizemos, mas acontece. É um empate importante. Agora é secar o Internacional para a gente se manter lá em cima”, tentava se animar Reinaldo. Mas não conseguia esconder o constrangimento. Sabia que o São Paulo entrou para segurar o 0 a 0.
“É difícil jogar na Vila. É outro Santos. Um Santos trabalhado e forte. Sempre queremos ganhar, mas há momentos nos quais devemos conseguir pontos fora de casa. Um ponto que dá a liderança. São pontos que, talvez no final, serão decisivos”, dizia Aguirre.
Ambição de menos para quem ser campeão do Brasil.
Foi assustadora a retranca montada por Aguirre. O treinador uruguaio não queria de maneira alguma perder para o Santos e deixar o Internacional disparar, se vencer amanhã. E tratou de montar o São Paulo no 3-6-1. Queria e conseguiu travar o rival superpovoando as intermediárias. Queria o ponto do 0 a 0.
Cuca ganhou de presente a iniciativa do jogo. A busca pela vitória. Seu time entrou de maneira tradicional, 4-3-3. E buscou a vitória do início ao fim da partida. Cuca havia orientado seus jogadores para atacar em bloco. Aceitar a provocação do São Paulo, que buscava apenas os contragolpes, abrindo mão de buscar a vitória. E o Santos foi melhor no clássico.
A partida foi marcada pelas faltas. A ordem dos treinadores era não dar espaço aos adversários. Os 12 cartões amarelos durante o jogo não foram por acaso. Surgiram do medo da derrota.
O Santos faz um campeonato de recuperação. Desde a chegada de Cuca, o time se livrou da ameaça do rebaixamento. E chegou a incríveis oito partidas sem tomar gols, o que não acontece desde 1955. A compactação da equipe, a dinâmica de jogo é completamente diferente do que era nas mãos de Jair Ventura.
E o time tentou vencer o retracando líder do Brasileiro, buscando a iniciativa de jogo. Mas parando na forte marcação e no empenho dos atletas do São Paulo.
Sem lateral direito, Régis suspenso e Bruno Peres lesionado, Aguirre montou seu time com três zagueiros e colocou o atacante Rojas improvisado como ala. Jucilei, Hudson, Nenê e Everton no meio de campo. E Reinaldo na ala. Na frente, isolado de tudo e de todos, Diego Souza. Esquema tático de time pequeno. E não de quem deseja ser campeão brasileiro.
O pior momento do jogo para o São Paulo foi quando Everton não suportou seguir em jogo. Liziero entrou no seu lugar, aos 45 minutos do primeiro tempo. O medo é que o esforço da partida possa ter provocado novo estiramento.
O Santos, embora tivesse o domínio do jogo, finalizava pouco. E seu artilheiro aceitava a marcação dos zagueiros. Gabigol não se movimentava, velho defeito.
Na segunda etapa, de futebol horrível, veio a grande chance da partida.
Foi desperdiçada por Rodrygo.
O São Paulo conseguiu.
Escapou da derrota.
Vai dormir líder do Brasileiro.
Mas mostrou futebol decepcionante.
Triste para quem deseja voltar a ganhar o Brasileiro.
E o Santos tem sérios motivos para lamentar.
Teve a partida nas mãos.
Mas não soube vencer…
FONTE: R7.COM
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