Policiais que trabalharam na Abin combinaram de produzir fake news nas redes sociais
O relatório da investigação da Polícia Federal sobre um esquema de espionagem ilegal com a estrutura da Abin (Agência Inteligência Brasileira) mostrou que o ex-agente da Polícia Federal Marcelo Bormevet, preso pela corporação na semana passada, atuou para contribuir com a disseminação de informações falsas após o primeiro turno das eleições de 2022. Em uma troca de mensagens com o agente da PF Carlos Magno, também investigado pelo caso, Bormevet afirmou que iria “montar um perfil e começar a escrever”. “Não vou mais ficar parado, a inércia é prejudicial. Não podemos nos furtar dessa missão”, afirmou. O R7 tenta contato com a defesa de Bormevet.
A troca de textos aconteceu no dia 4 de outubro de 2022, dois dias após a votação em primeiro turno. Em outro trecho, Magno cometa que a dupla “teria que fazer de tudo agora”. À época, os dois agentes da PF estavam cedidos à Abin.
Para os investigadores, a conduta dos dois faz com que “a desinformação propagada adquira inevitavelmente um peso maior, dado o prestígio e a credibilidade associados às suas funções”.
Áudio
Um dos elementos de prova coletados pela PF é um áudio presente em uma conversa entre os dois que comprovaria fraudes do PT nas urnas.
Em uma troca de mensagens em 26 de outubro de 2022, Magno afirmou que tinha enviado o arquivo para várias pessoas.
A apuração da PF mostrou que veículos de comunicação tiveram acesso ao material e publicaram reportagens sobre o assunto.
“Toma tudo logo”
Outra troca de mensagens entre Magno e Bormevet mostra o compartilhamento de um link para uma suposta coletiva de imprensa do ex-presidente Jair Bolsonaro em 26 de outubro, quatro dias antes do segundo turno.
Bormevet afirmou torcer para que, na ocasião, Bolsonaro anunciasse o adiamento do pleito. “Toma tudo logo. Faz a eleição mais pra [sic] frente. De forma limpa”, disse.
Add Comment