Resenha Politica

Adesão do Prefeito de Porto Velho Hildon Chaves ao Grupo do Governador Marcos Rocha não foi xeque-mate – Por Róbson Oliveira

A novidade mexeu com as peças do tabuleiro eleitoral e fez com que partidos que estavam sem rumo começassem a enxergar um porto seguro

XEQUE 

Os governistas começaram o mês anunciando o apoio do prefeito da capital Hildon Chaves como um “xeque” no tabuleiro das eleições. Foi um fato político robusto e bem articulado pelo chefe da Casa Civil, uma vez que o alcaide foi hostilizado nas eleições municipais pelos governistas e superou os embates da campanha com Breno Mendes, candidato a prefeito do governador. Logo depois da capitulação do alcaide de Porto Velho os governistas partiram para canibalização dos demais partidos, sem o mesmo sucesso.  

MATE 

Com o afunilamento do processo, eis que os próceres da reeleição de Marcos Rocha começam a perceber que o “xeque” dado com a adesão de Hildon Chaves não foi mate. E que as demais forças políticas de oposição começam a mostrar que a disputa para o Governo de Rondônia vai ser fratricida e que não há eleição vencida na véspera. Portanto, não foi um xeque mate eleitoral.  

OPOSIÇÃO 

Esta coluna já havia antecipado aos eleitores que em Rondônia nunca existiu vitória por WO, e que nestas eleições também não ocorrerá. Por enquanto quatro novos postulantes a substituir Rocha estão montando o palanque bem mais seguro do que “Titanic” governamental, apesar dos orçamentos bem mais modestos. Embora os governistas tenham avançado sobre a oposição, nem todos capitularam e muitos dos que embarcaram na onda governista serão os primeiros a pular do navio caso o projeto comece a fazer água. É um filme que muitos já viram. A repetição é questão de tempo uma vez que as promessas incialmente feitas são tão exageradas que não cabem no orçamento da campanha.  

NOVIDADE 

Quando todos (inclusive esta coluna) davam como certa a ida do senador Marcos Rogério (PL) para um ministério no palácio do Planalto, deixando aliados à deriva do processo sucessório, surpreendentemente o senador anunciou durante uma entrevista radiofônica que é sim pré-candidato a governador. A novidade mexeu com as peças do tabuleiro eleitoral e fez com que partidos que estavam sem rumo começassem a enxergar um porto seguro.  

RUINDO 

Marcos Rogério disputa o mesmo eleitorado bolsonarista o que leva a intuir que um dos dois pode ficar fora do segundo turno. Em duas semanas o favoritismo de Marcos Rocha e a tentativa de vencer por  WO começou a ruir, mesmo com a ajuda bussolar do timoneiro do Porto Velho.   

PROFISSIONALISMO

Já o deputado federal Léo Moraes (Podemos), monitorou de longe todas os lances do governo e, reservadamente, intensificou as conversas com vários segmentos partidários com o objetivo de se lançar a governador. Poucos acreditavam na candidatura a governador do deputado, o que favorecia os governistas na canibalização dos partidos supostamente de oposição. Léo foi paciente, estratégico e corajoso para aguarda o afunilamento do processo e mexer o tabuleiro eleitoral com profissionalismo, atraindo para o projeto a deputada federal Jaqueline Cassol. O acordo entre Podemos e PP está em andamento e pode atrair mais agremiações. Esta sim foi uma jogada de mestre.  

EXPERIÊNCIA 

O MDB, partido que possui uma estrutura estadual histórica e uma militância, embora envelhecida, aguerrida está ao deus-dará. Inexplicavelmente os emedebistas ficaram agarrados à boia lançada ao mar pelo coronel governista. Tratado como náufrago, não subiu imediatamente ao barco governista porque não existiam os espaços que o presidente do partido Lúcio Mosquini almejava para conseguir mais um mandato. É ainda um partido importante neste jogo eleitoral, mas seu presidente precisa de mais experiência para dar uma boa mexida e negociar espaços do tamanho histórico da agremiação, como faziam os velhos caciques do MDB de outrora.  

ISOLADA

A deputada Sílvia Cristina (PDT) é outra que corre risco enormes em ficar sem mandato caso permaneça no PDT. Todos os caciques com quem este cabeça chata conversa sobre a parlamentar apostam que ela será bem votada e, numa nominata mais ampla, manteria facilmente o mandato. O problema é que os pedetista insistem superistimar a capacidade eleitoral  da parlamentar com a lorota de sozinha têm votos suficientes para alcançar o quociente eleitoral, que deverá ficar próximo aos cem mil votos. Na hipótese dela cair nesta esparrela, e se isolar no PDT, o mandato já era. A saída menos ruim, a persistir este cenário de isolamento, é se aventurar numa candidatura solo ao Senado. 

ESQUERDAS 

O PT, PSB E PCdo B tendem a ficar juntos nas eleições majoritárias em Rondônia. Sem a federação entre eles, as nominatas para deputado federal complicaram em razão da escassez de nomes em cada legenda individualmente para ultrapassar as amarras do quociente eleitoral. Mesmo as pesquisas ainda não aferindo com robustez a influência de Lula nas eleições estaduais, os reflexos desta influência nas votações majoritárias podem ajudar nas votações de governador e senado, mais do segundo do que o primeiro. Sem coligações nas proporcionais a salvação é que o efeito Lula catapulte os candidatos das esquerdas com boas votações nas legendas. A exemplo de Bolsonaro em 2018.  

SENADO 

Assim como as candidaturas ao governo, vários postulantes ao Senado Federal começam a surgir. Expedito Junior (PSD), Jaqueline Cassol (PP), Jaime Bagottoli (PSL), Mariana Carvalho (PSDB) e Ramon Cujui (PT) foram lançados e mais uns dois novos nomes devem surgir até as convenções. As campanhas vão ser casadas com as de governador e tendem a influir no resultado final.  

INCÓGNITA 

Bem votado nas últimas eleições estaduais e municipais, todos aguardam a definição do professor Vinícius Miguel (Cidadania). É uma incógnita ainda o cargo que o professor vai disputar, mas é certo que esteja nas eleições. Vinicius é cobiçado por todos e frequentemente colocado nas listas para deputado federal. É um nome da melhor qualidade e com potencial para ajudar qualquer nominata a alcançar com tranquilidade o quociente eleitoral. Ele tem conversado com todos os dirigentes dos partidos e deixado claro que a definição tem que ser do tamanho que ele hoje representa neste jogo eleitoral. Na próxima semana deverá anunciar o cargo que vai às urnas e qual grupo vai seguir. Mesmo que opte por uma candidatura solo, caminho mais difícil, é um nome a ser respeitado em todo processo.  

LICITAÇÃO 

Em regra, editais de certames para contratação de serviços jurídicos, além da necessária capacitação técnica, exigem uma infraestrutura mínima de equipamentos, pessoas, certificados de capacidade técnica, certificados de qualidade e demonstração de acervo e portfólio. Causa estranheza um edital pontuar apenas qualificações acadêmicas que têm valor apenas para a carreira de professores universitários das universidades federais. O edital de licitação de serviços jurídicos da Associação dos Prefeitos de Rondônia (AROM), ao que parece, pode supostamente estar sendo dirigido para contratar um professor que propriamente um advogado. Com a palavra o TCE, órgão que em Rondônia tem sido diligente contra supostas irregularidades.  

MISTÉRIO

Duas operações policiais que aconteceram recentemente em Rondônia contra pessoas ligadas ao mundo da política sumiram do radar sem que nenhuma informação vazasse. O Silêncio das autoridades sobre os fatos sugere uma suposta simbiose devastadora entre interesses públicos com privados. A coluna ainda não conseguiu acessar todas as informações sobre ambas, mas está no encalço das fontes para divulgar em breve tudo que está sendo investigado, seus personagens e o que foi colhido de provas. Doa em quem doer. Este mistério vai ser revelado. Em breve. 

AUTOR: RÓBSON OLIVEIRA –  COLUNA RESENHA POLITICA

  • A opinião dos colunistas colaboradores são de sua inteira responsabilidade e não reflete necessariamente a posição da Folha Rondoniense

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