País é vítima da guerra civil desde que, há oito anos, a Otan contribuiu para a vitória de grupos rebeldes sobre a ditadura de Muammar Kadhafi
Pelo menos três civis morreram e outros dez ficaram feridos em um bombardeio atribuído às tropas do marechal Khalifa Hafter, o homem forte da Líbia, contra um hospital no sul de Trípoli, informaram nesta terça-feira (16) à Agência Efe fontes de segurança.
Segundo um dirigente da operação militar “Vulcão da Ira”, ligada ao governo reconhecido pela ONU na capital, vários projéteis impactaram no interior do hospital de Sawani, uma das aldeias da área metropolitana do sul de Trípoli.
“A maior parte das vítimas, inclusive os três mortos, são membros da equipe médica do centro hospitalar”, explicou a fonte sem oferecer outros detalhes.
Hafter, cujas tropas controlam a maior parte da Líbia e todas as jazidas petrolíferas, lançou no último dia 4 de abril uma ofensiva para tentar conquistar a capital, justamente enquanto o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, realizava uma visita oficial, em uma clara mensagem à comunidade internacional.
Desde então, morreram mais de mil pessoas – entre milicianos e civis -, mais de cinco mil ficaram feridas, e mais de 100.000 se viram obrigadas a deixar suas casas e se transformar em refugiados internos.
Na segunda-feira, fontes militares do governo apoiado pela ONU alertaram que Hafter posicionou novas unidades na pequena cidade de Wadi Marsit, aparentemente com a intenção de recuperar o controle de Gharyan, situada 75 quilômetros ao sul de Trípoli, e estratégica para um eventual ataque à capital
O chamado Exército Nacional da Líbia, milícia liderada pelo marechal Hafter, pediu aos civis que se afastem das áreas de concentração de forças leais ao governo apoiado pela ONU, especialmente nas áreas de Salah Eddin e Al Hadaba, próximas a Gharyan e do eixo sul que leva à capital.
Ontem à noite, pelo menos nove membros das forças ligadas ao marechal Hafter morreram e outros seis ficaram feridos em combates travados em distintos bairros no sul de Trípoli.
A Líbia é vítima do caos e da guerra civil desde que, há oito anos, a Otan — aliança militar do Ocidente — contribuiu militarmente para a vitória dos heterogêneos grupos rebeldes sobre a ditadura de Muammar Kadhafi.
Atualmente, o país tem dois governos, um no leste tutelado pelo próprio Hafter e outro cuja autoridade se reduz a Trípoli e está sustentado pela ONU.
Essa divisão favorece o surgimento de várias milícias e grupos mafiosos dedicados ao contrabando de armas, alimentos, combustível e pessoas, verdadeiro motor da destruída economia nacional.
FONTE: EFE
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