Ministro das Relações Exteriores afirmou que a negociação mostra o apoio de Washington diante das ameaças da China
O Ministério das Relações Exteriores de Taiwan disse nesta terça-feira (9) que a recente aprovação da venda de mais de US$ 2,2 bilhões em armas pelos Estados Unidos mostra o “apoio” fornecido por Washington diante das ameaças da China.
“A venda de armas a Taiwan demonstra o apoio do governo dos EUA para as necessidades de defesa de Taiwan, bem como sua firme determinação em cumprir seus compromissos de segurança”, afirmou em comunicado a Chancelaria taiwanesa.
Segundo o Departamento de Defesa dos EUA, essa transação contempla a venda de 108 tanques M1A2T Abrams para Taiwan, além de 250 mísseis Stinger, em um acordo que, segundo Washington, “não alterará os equilíbrios militares básicos na região”.
O acordo entre a Agência do Pentágono para Segurança e Cooperação e o Escritório de Representação Econômica e Cultural de Taipei, em Washington, também inclui outros veículos e munições.
Nesse sentido, o governo da ilha valorizou a venda como um método para “melhorar a capacidade de dissuasão” de Taiwan contra as “provocações militares” realizadas pela China continental.
“Taiwan está sob pressão e a ameaça de Pequim. Desta vez, a compra de veículos M1A2 e vários tipos de mísseis é de grande importância para melhorar as capacidades de autodefesa do nosso país”, afirmou o Ministério.
O governo de Pequim rapidamente reagiu às notícias, e o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Geng Shuang, afirmou que a venda “viola as leis internacionais”, e anunciou ter registrado uma queixa formal junto às autoridades americanas.
“Nós condenamos e nos opomos a isso, Taiwan pertence à China (…). Parem (a venda) para evitar que as relações (com os Estados Unidos) piorem”, disse o porta-voz.
Enquanto isso, a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, usou sua conta no Twitter para comemorar a transação.
“Continuaremos a acelerar o investimento na defesa nacional e a associar-nos a países com a mesma mentalidade para defender a democracia e promover a paz e a estabilidade na região”, escreveu Tsai.
Em maio, os principais chefes de segurança dos EUA e Taiwan, John Bolton e David Lee, respectivamente, realizaram uma reunião pela primeira vez desde o desmembramento das relações diplomáticas entre os dois há 40 anos, um encontro que foi lamentado pela China.
Pouco depois de vencer as eleições na Casa Branca, Trump já havia causado sua primeira crise diplomática com a China, conversando com a presidente de Taiwan, no contato de mais alto nível entre Taipei e Washington desde 1979.
Tempos depois, Trump questionou a política de “uma única China” adotada pelo ex-presidente Jimmy Carter e válida até hoje, embora mais tarde ele tenha se comprometido com o mandatário chinês, Xi Jinping, a respeitá-la.
Trump, no entanto, teve outros gestos com Taiwan desde que chegou ao poder, como ameaças de represálias contra aliados diplomáticos taiwaneses que romperam relações com a ilha em favor da China.
Além disso, existe a previsão de que Tsai passará quatro dias nos EUA neste mês, dentro de uma excursão pelo Caribe, embora detalhes de sua agenda não tenham sido divulgados.
FONTE: EFE
Add Comment