Abdul Fatah al Burhan foi nomeado pelo antecessor que esteve no cargo apenas 24 horas. Nomeação foi transmitida pela TV sem áudio e sem legendas
Abdul Fatah al Burhan, o novo líder da junta militar do Sudão, constituída ontem para dirigir o país após a derrocada do presidente Omar al Bashir, tomou posse na noite desta sexta-feira (12), depois de ter sido nomeado por seu antecessor, Awan bin Aur, que esteve no cargo apenas 24 horas.
O general Al Burhan jurou seu cargo com o uniforme militar e diante de outro uniformizado, como mostrou a emissora de televisão estatal sudanesa, que transmitiu apenas imagens, sem locução ou legendas.
Essas imagens foram transmitidas pela emissora estatal pouco depois que o ministro da Defesa sudanês, Awad bin Auf, apareceu na tela para renunciar ao seu cargo à frente do Conselho Militar Transitório e designar Al Burhan para substitui-lo.
Em mensagem lida diante das câmaras, Bin Auf anunciou que sua decisão busca “preservar a unidade do exército” e “evitar fendas” em seu seio.
Além de renunciar, afastou do seu cargo o vice-presidente da junta, Kamal Abdel Maaruf, que é chefe do Estado-Maior do Exército sudanês.
Bin Auf tinha tomado posse ontem à noite, poucas horas depois de ter sido o encarregado de anunciar aos sudaneses que as Forças Armadas tinham derrubado Al Bashir e o mantinham sob detenção, em resposta a quase quatro meses de protestos nas ruas contra o governante.
Os manifestantes e a oposição rejeitaram desde o primeiro momento a criação de uma junta militar e a própria figura de Bin Auf, e esta noite comemoraram sua renúncia nas ruas de Cartum.
As Forças da Liberdade e da Mudança, coalizão de partidos e grupos opositores, asseguraram em comunicado que seguirão adiante com as mobilizações e com o acampamento às portas da sede do comando do exército na capital, até a entrega do poder a uma autoridade civil e a suspensão das medidas de exceção.
O chefe do comitê político da junta militar, Omar Zein Alabidin, assegurou hoje em entrevista coletiva que o poder será repassado a um governo civil ao final da etapa transitória, que a princípio duraria dois anos.
FONTE: EFE
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