Cinto e sete casos de feminicídio foram registrados desde o início do ano, uma média de cinco ocorrências por dia. O levantamento foi realizado pelo professor Jefferson Nascimento, doutor em Direito Internacional pela USP, com base no noticiário nacional.
De acordo com a pesquisa, 68 casos foram consumados e 39 tentados. Há registros de ocorrências em pelo menos 94 cidades, distribuídas por 21 estados.
Segundo levantamento feito pelo GLOBO com base dos dados compilados por Nascimento, mais de metade dos episódios (55%) ocorreram entre sexta-feira e domingo, enquanto os demais foram registrados durante a semana.
Professora do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia da UFRJ, Bila Sorj atribui o elevado índice de homicídios à resistência dos agressores em aceitar as transformações da sociedade.
– Nas últimas décadas, os homens não se transformaram na mesma proporção que as mulheres, há uma diferença cada vez maior na forma como eles e elas pensam o mundo – explica. – As mulheres ganharam autonomia para fazer suas próprias escolhas. Querem que o casamento seja uma relação negociada, e não a palavra final do marido. O feminicídio é resultado da incapacidade dos homens de aceitarem essas mudanças.
Assessora técnica do Centro Feminista de Estudos e Assessoria, Jolúzia Batista destaca que o alto índice de crimes contra a mulher pode ser explicado pelo corte orçamentário de programas de assistência às vítimas.
– O governo federal concebeu, mas depois abandonou, o projeto da Casa da Mulher Brasileira, um centro onde as vítimas recebiam assistência social, atendimento psicológico, orientações para realizar o registro de ocorrência, entre outros serviços. Alguns estados não chegaram a ter o programa; em outros, as instituições estão fechadas ou em uma situação muito precária, como no Distrito Federal.
FONTE: EXTRA
Add Comment