O número de mortos por causa da chuva mais pesada a cair sobre a Caxemira em 50 anos subiu para pelo menos 420 nesta terça-feira (9), e milhares de pessoas ainda estão presas nos telhados de residências.
No lado indiano da Linha de Controle fortemente militarizada que divide a região do Himalaia entre os dois países, a cidade de Srinagar estava submersa.
“Os danos são impressionantes, em algumas partes da Caxemira as pessoas estão presas nos telhados de suas casas nos últimos três dias”, disse um alto funcionário da Força Nacional de Resposta a Desastres da Índia, em Nova Délhi.
O funcionário, que pediu anonimato, disse que as autoridades poderiam ter enviado antes equipes de ajuda, mas “todos nós fomos pegos de surpresa, porque não havia um único aviso emitido pelo órgão da meteorologia. As enchentes nos pegaram de surpresa”.
O Departamento Meteorológico da Índia tinha previsão de chuva forte na Caxemira na semana passada, mas a Comissão Central das Águas, que emite alertas de inundação, tem sido criticada pela mídia indiana por não ter alertado o Estado.
Cerca de 47.000 pessoas foram retiradas de suas casas na Índia, onde há o registro de 217 mortes até esta terça-feira. A Força Aérea da Índia lançou mais de 550 toneladas de material de emergência, e 80 equipes médicas criaram serviços de saúde de emergência em escolas públicas e centros de saúde estatais.
A inundação é a primeira grande emergência humanitária sob o governo do novo primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, mas também vem em um momento difícil para o primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, que tem enfrentado semanas de protestos de rua que visam forçá-lo a deixar o cargo.
No Paquistão, 203 pessoas foram mortas pelas enchentes na Caxemira e áreas adjacentes. Saeed Qureshi, um funcionário da Autoridade de Estado de Gestão de Desastres, disse que o volume de chuvas fez com que os planos de contingência se tornassem inúteis.
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