DISPUTA – Embora os deputados estaduais eleitos tomem posse somente em fevereiro com uma formação diferente da atual, nos bastidores os nomes dos deputados Laerte Gomes (PSDB) e José Clemente (MDB), conhecido pelo epíteto de Lebrão, são especulados para disputar a presidência do legislativo estadual. O primeiro tem reunido um número razoável de parlamentares em torno do seu projeto, mas ainda insuficiente para estufar o peito e garantir a vitória. O segundo, igualmente hábil nos bastidores como o primeiro, é o preferido do governador eleito Marcos Rocha e não tem hesitado em usar o prestígio do coronel para empinar sua pretensão. Quem também alimenta a possibilidade de entrar na briga é o deputado estadual Jean Oliveira (MDB), rebento do ex-presidente Carlão de Oliveira – figura que dispensa comentários. Na medida que a posse se aproxima os bastidores fervilham. Como nem sempre o favorito para este cargo é o vencedor, nomes que sequer são especulados no momento podem surgir com força total.
PAPAGAIO – O presidente do Superior Tribunal de Justiça, João Otávio de Noronha, provocou o maior quiproquó ao declarar que o aumento de 16,35%, concedido ao Judiciário pelo Congresso Nacional, não é vinculante. De acordo com o ministro, apenas os ministros dos Tribunais Superiores têm direito ao reajuste automático e, o efeito vinculante, é uma “papagaiada”. Ao inovar sobre esta matéria a pergunta que emerge da papagaiada é se o princípio da isonomia virou uma piada de papagaio. O aumento depende ainda da sanção presidencial para vigorar: seja tão somente para o andar de cima, seja para todos os andares da Casa Grande.
IDEOLOGIZANDO – Enquanto as autoridades políticas brasileiras travam uma briga ideológica com as autoridades cubanas em relação ao projeto “Mais Médicos”, as pessoas mais humildes que necessitam do atendimento preventivo e curativo nos cafundós do país ficam sem médicos. Não será uma tarefa fácil para o Ministério da Saúde preencher as oito mil e quinhentas vagas abertas pelos profissionais caribenhos com a rapidez que o dissenso se impôs após as desavenças ideológicas entre as autoridades cubanas e o futuro presidente do Brasil. Os médicos brasileiros sempre criticaram o programa, com a ruptura é hora de os profissionais brasileiros trocarem as críticas por ações práticas e assumirem os postos nos cafundós do país. Nas UPAS, a maioria localizada nas periferias das grandes cidades, o atendimento dos médicos brasileiros é bem conhecido.
CARREIRA – As associações médicas cobram dos governos a valorização profissional com a transformação em carreira de Estado. As representações médicas têm suas razões, visto que é uma profissão diferenciada que trata diretamente de vidas. Transformar o profissional da medicina concursado em carreira de Estado, conforme proposta de Emenda Constitucional que tramita no Senado Federal (PEC 140/2015), seria uma excelente saída porque o Brasil ainda sofre com grande desigualdade na distribuição de médicos entre regiões, estados, capitais e municípios do interior. E o principal fator é porque não existe uma carreira de médico de Estado no Brasil, que permita ao profissional se deslocar para regiões mais afastadas com suas famílias.
INCOMPATIBILIDADE – Na hipótese da adoção desta proposta da PEC 140, indispensável que nela conste a vedação para que esses médicos não atuem concomitantemente na iniciativa privada. Hoje, vários médicos que deveriam estar nas unidades públicas optam por substitutos nos seus respectivos plantões para se dedicarem às clinicas privadas. Um problema que os governantes não conseguem resolver em razão do forte corporativismo que estes profissionais possuem. Embora não seja uma regra, mas em geral no Brasil a profissão médica é vista como um nicho de ascensão social e uma escolha segura para uma conta bancária pomposa.
DISPARIDADE – Não é por outra razão que uma mensalidade numa Faculdade de Medicina ultrapassa as cifras de sete salários mínimos, o que reserva as vagas aos filhos dos abastados. Nas universidades federais esta regra não é muito diferente porque aluno oriundo da rede pública de ensino dificilmente consegue uma vaga no curso ao disputar com aquele (aluno) da rede privada do ensino médio. A disparidade é abissal.
OPERAÇÃO – Há dois meses já havia um burburinho em torno de supostos malfeitos no âmbito da administração municipal de Ji-Paraná. Nos meios políticos não foi surpresa a operação policial desencadeada a partir de relatórios técnicos produzidos pelo Tribunal de Contas da União que subsidiaram a investigação policial. Todos os fatos ainda não são conhecidos publicamente, no entanto, os burburinhos de meses atrás dão uma dimensão do alcance que esta operação pode desvendar.
OAB – A seccional da OAB de Rondônia elegeu pra o próximo triênio o advogado trabalhista Elton Assis como seu novo presidente. O novo presidente da OAB-RO é um profissional de bom trato e tem como principal característica o diálogo. Os destinos da seccional estão em boas mãos e tem tudo para retomar o protagonismo político que a entidade perdeu nos últimos anos.
PERDA – Foi uma perda enorme para a Polícia Militar de Rondônia e para os amigos o falecimento da coronel Maltez. Era uma pessoa afável e de uma verve contagiante. A passagem de Maltez para o andar de cima deixa uma lacuna imensa aqui no andar de baixo. Todas as homenagens feitas são merecedoras.
AUTOR: ROBSON OLIVEIRA – COLUNISTA RESENHA POLITICA
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