Por meio do esquema investigado pela operação desta quarta-feira no Porto de Santos, a Polícia Federal (PF) identificou uma ex-dançarina do cantor Latino que recebeu R$ 154 mil após trabalhar uma semana na Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). Os pagamentos foram feitos envolvendo uma empresa suspeita de pagar propina, de acordo com os investigadores.
Em 11 de abril de 2016, Daniele Elise Rodrigues, de 22 anos, foi designada como assessora do presidente da Codesp, José Alex Botelho de Oliva, embora morasse em Laguna (SC) e não tivesse experiência na área de portos. Oliva foi preso na manhã desta quarta-feira, com outras sete outras pessoas, entre elas dois diretores da Codesp.
Daniele foi destituída do cargo uma semana depois por pressão dos sindicatos de servidores que atuam na estatal. Ainda assim, ela recebeu três transferências bancárias da empresa Capital Três que foi usada em triangulações de propina, segundo o delegado Victor Rodrigues Alves Ferreira, chefe da Delegacia de Combate à Corrupção (Delecor) da Superintendência da PF no estado de São Paulo:
– As triangulações de dinheiro de propina entre as empresas envolvidas em procedimentos licitatórios (da Codesp) acabou com R$ 150 mil na conta de uma modelo de 22 anos que é ex-dançarina do cantor Latino, contratada como assessora do presidente da Codesp”, disse o delegado.
A operação que investiga irregularidades em contratos que somam R$ 80 milhões no Porto de Santos, principalmente nas áreas de tecnologia, consultoria e dragagem. Segundo o procurador Thiago Lacerda Nobre, do Ministério Público Federal (MPF), o esquema pode ser ainda maior:
– É uma das maiores organizações criminosas no país que atua no porto de Santos, com referência a centenas de milhões de reais, me parece a ponta do iceberg do que está por vir para ser apurado.
O GLOBO não localizou Daniele para comentar o caso. Até as 16h, a Codesp não havia se pronunciado.
FONTE: EXTRA
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