MEMES – Embora o governador Daniel Pereira (PSB) declare reiteradamente e publicamente que não é candidato à reeleição e que apoia a pré-candidatura de Acir Gurgacz (PDT), sindicalistas, simpatizantes e auxiliares da administração estadual estão travando uma guerra de guerrilha nas mídias sociais para desgastar o pré-candidato pedetista na esperança de que desista e seja substituído por um nome do PSB: seja Daniel Pereira, seja Jesualdo Pires. Os memes que esses setores espalham terminam ajudando os adversários à medida que o tempo passa e a possibilidade da substituição fica mais distante.
RESERVA – Daniel também declarou que poderá rever a decisão de não disputar a reeleição na hipótese de Acir não conseguir o registro da candidatura devido à condenação que recentemente sofreu no Supremo Tribunal Federal. O tempo tem conspirado contra o governador e o ‘time’ em substituir Acir está passando. Ao perceberem esse ‘time’,neossocialistas decidiram inflar o nome de Jesualdo Pires como o favorito ao posto numa eventualidade. Satisfeito na condição de reserva ao cargo governamental, o ex-prefeito de Ji-Paraná, mesmo anunciando a postulação ao Senado Federal, torce para que seja ele o substituto de Acir. A postura assumida por Pires é um estimulante ao fogo amigo.
CONVENÇÃO – Todas as atenções estarão voltadas para a convenção do MDB que acontece no próximo sábado, a partir das nove horas, na sede do Diretório Regional do partido, na capital. Ao invés da comilança servida aos convencionais e organizada pela agremiação na convenção realizada em 2014, que homologou a candidatura à reeleição ao governo de Confúcio Moura, esta convenção de 2018 tende a servir em seu menu principal a cabeça do ex-governador. Razão pela qual a candidatura a governador que deveria ser o principal atrativo do regabofe virou uma simples sobremesa.
IPERON – Não são boas as expectativas futuras para os pensionistas do Instituto de Previdência de Rondônia. Um estudo técnico bem elaborado pelos técnicos do Tribunal de Contas do Estado concluiu que provavelmente em menos de cinco anos o instituto estará com o caixa no vermelho para honrar com a pensão de quem trabalhou uma vida inteira no crescimento estadual. A má gestão, investimentos perdulários, sonegação e o envelhecimento dos quadros de funcionários da ativa são responsáveis pelo futuro incerto. Mas o principal problema reside na falta de uma política governamental correta que evite o estrangulamento do órgão.
EVENTO – O TCE organizará um encontro entre os candidatos a governador no próximo dia 3, às nove horas, para que seja tornada pública a real situação do estado. A iniciativa do presidente Edilson Silva, que é inovadora, tem como finalidade dar transparência do quadro estadual e subsidiar todos os candidatos com os dados concretos da economia, arrecadação, endividamento e governança da máquina estadual. Além de fornecer elementos sem manipulações para os planos de governo nas áreas de saúde, educação, segurança, meio ambiente, entre outras. Ao tornar públicas as entranhas do governo, o TCE também educa a população a escolher entre as propostas em disputa qual delas reflete a realidade e quais apontam saídas concretas para os gargalos existentes.
EVENTO II – Junto com o TCE, o Tribunal Regional Eleitoral vai participar do evento de forma preventiva, esclarecendo aos candidatos as vedações da legislação em relação à campanha eleitoral. E requererá a cada presente o apoio para combater as ‘fake news‘ que, aliás, já infestam as redes sociais nesse período pré-eleitoral. A iniciativa é vanguardista uma vez que os órgãos de controle rompem o clausuro que sempre estiveram para colaborar na transparência das eleições e colocar à disposição dos eleitores subsídios realísticos que possam cotejar com as propostas dos candidatos na hora de votar. O presidente do TCE, com este gesto, também traz à luz o resultado de um trabalho técnico criterioso do seu corpo funcional que nem sempre é conhecido pelo contribuinte e mostra que não é uma corte de faz de contas. Bem diferente de outrora.
EFEITO ORLOFF – Verificando o que publicou Confúcio Moura em seu inesquecível BLOG (03/02/2011), nos primeiros dias de governo, ao queixar-se da dívida deixada, escreveu: “Infelizmente recebi despesas para pagar e sem o dinheiro em caixa. Os dados estão na Secretaria da Fazenda à disposição de quem quiser conhecer. O maior débito está na Saúde, cerca de 66 milhões de reais. Saldo deixado na conta da saúde de apenas 2 milhões. Dívida global passa de 170 milhões. Vejam que é muito dinheiro. Recurso global deixado em conta em torno de 22 milhões de reais, para todas as secretarias. Os senhores podem ver o tamanho do déficit. Claro que as dívidas processadas e fundadas terão que ser pagas. As outras que não tiverem processos formais concluídos deverão ser auditadas e depois julgadas. Mas todos os processos deverão ser remetidos ao Tribunal de Contas do Estado e ao Ministério Público para conhecimento, porque não tenho condições de assumir pra mim imensa responsabilidade”. Ao entregar o governo a Daniel Pereira, vice-governador, a fama de administrador austero de Confúcio Moura, durou apenas dois meses depois para que a população rondoniense tomou conhecimento de que o tesouro estadual está com a tulha quase vazia. Semelhante a situação deixada pelo antecessor. O TCE promete esquadrinhar o déficit atual e revelar aos pretensos candidatos a sucessão estadual para que depois não justifiquem que não sabiam do tamanho do problema a ser herdado em 2019.
REBOTALHO – Apesar de reconhecer que o explosivo Jair Bolsonaro aparece momentaneamente em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto divulgadas na mídia nacional, quem acompanha os bastidores das eleições pode intuir que esses percentuais não se sustentarão quando o jogo começar para valer. Os motivos são fartos, mas fiquemos em três deles: o primeiro reside na falta de uma estrutura partidária consistente que dê lastro ao candidato ao visitar os estados; segundo, igualmente importante, o ex-militar alcançou o estrelato político sendo a antítese do lulismo, mas não terá como manter o mesmo discurso de ódio numa campanha eleitoral sem Lula e sem um programa de governo com o mínimo – em se tratando de Bolsonaro não é possível exigir algo inteligente – de lógica administrativa. Terceiro, nos debates será prenda fácil já que recorre a explicações pueris para perguntas que exigem do candidato profundidade e intelecto aguçado. É um candidato do rebotalho, embora seus seguidores, intolerantes tanto quanto ele, vão demonizar este cabeça chata. Espero sobreviver aos tiros (risos).
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