Os embarques de suco de laranja do Brasil, maior exportador global da commodity, cresceram 30 por cento no acumulado da atual safra 2017/18 até abril, puxados pela recuperação de safra e pelas compras dos Estados Unidos, cuja oferta doméstica está mais restrita, informou nesta segunda-feira a CitrusBR.
De acordo com a associação que reúne os exportadores, o Brasil vendeu entre julho e abril 941,4 mil toneladas de suco de laranja concentrado, congelado equivalente a 66 graus brix (FCOJ equivalente), ante 723,1 mil toneladas em igual período do ciclo anterior.
Em faturamento, as exportações somaram 1,716 bilhão de dólares, crescimento de 31 por cento.
Conforme a CitrusBR, esse desempenho deve-se em “boa parte” aos Estados Unidos, cuja produção menor na Flórida obrigou o país a importar mais. No acumulado da temporada, os norte-americanos já compraram 256,2 mil toneladas de FCOJ (alta de 69 por cento), um recorde para esse período de dez meses.
Para a União Europeia (UE), principal mercado para as exportações de suco de laranja brasileiro, a demanda até agora foi de 558,7 mil toneladas, 22 por cento acima das 458,9 mil toneladas embarcadas em igual momento do ano passado.
Quanto ao Japão, principal destino da Ásia, as vendas somam até agora 40,6 mil toneladas (alta de 41 por cento). Para a China, as exportações avançaram 19 por cento, para 30,1 mil toneladas.
De acordo com o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, o ritmo nas exportações brasileiras também reflete uma base de comparação baixa, uma vez que houve restrição de oferta na temporada anterior.
“A baixa na produção durante a safra 2016/2017, uma das menores da história continua, sem dúvida, influenciando no ritmo de alta da safra corrente”, destacou, em comunicado.
O ciclo 2016/17 foi afetado por problemas climáticos, de modo que a produção na atual temporada cresceu mais de 60 por cento.
O efeito da restrição de oferta da safra passada nas exportações atuais pode ser notado quando se compara os números com duas safras anteriores (2015/16), antes dos problemas derivados da pouco oferta de fruta, destacou a associação.
Nesse comparativo, o aumento no período é de apenas 3 por cento.
“Essa análise nos sugere que a alta nas exportações, mesmo sendo uma boa notícia para setor, precisa ser olhada com cautela”, ponderou Netto.
FONTE: REUTERS
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