Agronegócio

Carteira de crédito rural do Santander Brasil cresce para R$13 bi em 2017

A carteira de crédito rural do Banco Santander Brasil (SANB11.SA) cresceu cerca de 44 por cento em 2017 na comparação com 2016, com a unidade brasileira do banco espanhol concentrando-se na forte agroindústria do país, disse um alto executivo nesta quinta-feira.

Carlos Aguiar, diretor de Agronegócio do banco, disse à Reuters que os empréstimos rurais totalizaram cerca de 13 bilhões de reais ao final do ano passado, catapultando o banco para a quinta posição entre os maiores provedores desse tipo de crédito na maior economia da América Latina.

Em 2016, os empréstimos ao setor pelo banco haviam somado 9 bilhões de reais.

Neste ano, o crédito rural do banco no Brasil poderá crescer entre 10 por cento e 15 por cento, disse Aguiar, com a menor taxa de juros (Selic) abrindo oportunidades para que instituições financeiras privadas cresçam em um segmento ainda dominado por grandes bancos estatais.

“A queda da Selic está acelerando nossa estratégia”, afirmou Aguiar em entrevista.

O Banco Central do Brasil reduziu a Selic, taxa de juros de referência do país, a uma mínima histórica de 7 por cento em dezembro, dando sequência a um ciclo de cortes iniciado em outubro de 2016 em meio a esforços do governo para reanimar a economia.

Com empréstimos sob medida para produtores rurais e o agronegócio, Aguiar disse que o Santander Brasil espera ganhos junto ao único setor que se mostrou relativamente imune à maior recessão do país em décadas, entre 2015 e 2017.

O Santander anunciou no ano passado planos de abrir 16 “agro-stores” focadas em produtos financeiros para produtores rurais no Brasil, das quais 14 já foram inauguradas.

Cerca de um terço delas são no Mato Grosso, onde produtores de grãos utilizaram principalmente sistemas de trocas para financiar suas safras nesta temporada 2017/18.

Por esse sistema, conhecido como “barter”, tradings multinacionais de commodities e revendedores de produtos agrícolas fornecem recursos a produtores e em troca asseguram direito a receber no futuro parte de suas safras.

Pela primeira vez desde a safra 2008/2009, o “barter” representou mais de metade do financiamento aos produtores no Mato Grosso, segundo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), do governo local.[nL1N1O41PU]

Segundo Aguiar, o banco pode oferecer alternativas de empréstimos potencialmente mais competitivas aos produtores do que o “barter”.

O Banco do Brasil é atualmente o maior fornecedor de crédito ao agronegócio no Brasil, com cerca de 66 por cento do mercado, segundo um ranking compilado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

FONTE: REUTERS

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