O Rabobank estimou nesta quarta-feira que a safra de soja 2017/18 do Brasil, com colheita próxima de ser iniciada, alcançará 107 milhões de toneladas, a segundo maior da história, aquém apenas das 114 milhões de toneladas registradas em 2016/17.
Em relatório com perspectivas para as commodities agrícolas em 2018, o banco projetou que a área ocupada pela oleaginosa neste ciclo será de 34,5 milhões de hectares, um novo recorde.
“Por outro lado, a perspectiva é que a produtividade brasileira retorne à linha de tendência nessa temporada, para 3,1 toneladas/hectare, sendo 9 por cento inferior àquela observada na safra 2016/17, quando houve condições climáticas extremamente favoráveis ao desenvolvimento das lavouras”, pontuou o banco.
De acordo com o Rabobank, a produção brasileira e a norte-americana (prevista em 120 milhões de toneladas) manterão as reservas mundiais em patamares “confortáveis”.
“Em um cenário de elevada oferta e estoques em níveis relativamente confortáveis, geralmente a tendência seria de pressão sobre os preços. Porém a demanda global aquecida tem contrabalanceado e, de certa forma, sustentado as cotações internacionais”, disse o Rabobank, que prevê preços na bolsa de Chicago entre 9,80 e 10,05 dólares por bushel neste ano.
Com relação ao milho, a instituição afirma que a primeira safra (“verão”) alcançará 25 milhões de toneladas, em 4,9 milhões de hectares, quedas de 18 e 10 por cento ante 2016/17, respectivamente.
“Os reflexos dos preços pressionados do milho já foram refletidos na safra de verão 2017/18”, disse o banco, explicando o porquê da menor produção agora após cotações deprimidas em 2016/17 em razão de uma colheita recorde.
Para o milho de segunda safra (“safrinha”), colhido no inverno, a estimativa do Rabobank é de produção de 63 milhões de toneladas em 12 milhões de hectares.
Dessa forma, a expectativa do Rabobank para a safra total brasileira de milho é de 88 milhões de toneladas, 10 por cento menor que no ciclo 2016/17.
CANA E CAFÉ
Quanto à cana-de-açúcar, cuja próxima safra (2018/19) começa oficialmente em abril, o Rabobank prevê moagem entre 580 e 590 milhões de toneladas, em linha com a observada no ano passado.
A instituição não deu previsão para fabricação de açúcar e etanol, lembrando que o mix de produção no ciclo definirá esses volumes.
“Grosso modo, cada redução de 1 por cento no mix de açúcar significaria 0,75 milhão de toneladas de produção de açúcar a menos”, destacou o banco.
Por fim, para o café o Rabobank disse que há “um bom potencial produtivo para safra 2018/19”.
“Apesar do atraso das precipitações, existe uma grande expectativa de alta produção, principalmente por causa da recuperação do conilon no Espírito Santo”.
A instituição prevê uma safra neste ano entre 57 milhões a 59 milhões de sacas, das quais 28 por cento de conilon.
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