Brasil

Carvalho admite fragilidade diante de denúncias de aparelhamento e corrupção, mas convoca para “briga”

Confira as 2h 26min da reunião do presidente parelalo Gilberto Carvalho com os comunicólogos e conselheiros aliados: ideologia e radicalismo

 

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net

Por Jorge Serrão – [email protected]
Em um evento mediático, em rede social, direto do Palácio do Planalto, para mostrar unidade e força dos petistas e do governo, em favor da polêmica “Política de Participação Social” (já em vigor, independentemente do decreto 8243), o Secretário Geral da Presidência da República Sindicalista do Brasil, Gilberto Carvalho, foi forçado a admitir o contrário do desejado. O articulador da máquina político-social foi obrigado a reconhecer a fragilidade governamental diante das denúncias, via imprensa, de aparelhamento do governo e de não enfrentamento da corrupção.

Com todo cuidado para não parecer uma reunião de campanha em plena sede do governo federal, Gilberto Carvalho teve de repetir a constatação de que a eleição não será fácil para o PT. Carvalho manifestou contrariedade com o surgimento de “uma posição de direita militante que não tinha antes”. Também teve de cometer a ousadia de contrariar a opinião pública de seu companheiro Luiz Inácio da Silva, ao verificar que as manifestações de xingamento contra a Presidenta Dilma Rousseff não partiram apenas da tal “elite branca”, mas também do “andar de baixo”.

Gilberto Carvalho foi claro: “Não fizemos o debate na mídia para valer. Passamos esse tempo todo com uma pancadaria diária deu resultado. Essa pancadaria diária é o que resultou no palavrão para a presidente Dilma lá no Itaquerão. E me permitam pessoal! Lá no Itaquerão não tinha só elite branca lá não! Eu fui para o jogo, não no estádio, fiquei ali pertinho numa escola, para acompanhar os movimentos. Eu fui e voltei de metrô. Não tinha só elite no metrô não! Tinha muito moleque gritando palavrão dentro do metrô que não tinha nada a ver com elite branca”.

Gilberto Carvalho completou sua tese contra a visão de Lula, com a máxima sinceridade: “A coisa desceu! Tá? Isso foi gotejando, água mole em pedra dura, esse cacete diário de que não enfrentamos a corrupção, que aparelhamos o estado, que nós somos um bando de aventureiros que veio aqui para se locupletar, essa história pegou! Na classe média, na elite da classe média e vai gotejando, vai descendo! Porque não demos combate, não conseguimos fazer o contraponto. Essa eleição agora vai ser a mais difícil de todas”.

O estranho foi ver Gilberto Carvalho e seus petistas amestrados admitindo (mesmo que em tom tático de falsidade) que estão perdendo terreno para os segmentos conservadores no Brasil: “Há uma vigilância permanente por um conservadorismo muito marcado, que tem vindo muito acompanhado de um certo ódio e adjetivação absurda da esquerda, muito presente e que se expressa de uma forma muito forte, por razões óbvias, nos meios de comunicação. Isso não nos surpreende, pelo contrário, nos estimula a provocar esse debate. O que está em jogo é o debate pela hegemonia política nesse país que vai muito além do significado desse decreto. O decreto vale hoje mais pelo que significa, do que pelo que diz o seu texto. Temos de comprar essa briga!”.

Gilberto Carvalho deixou clara como será “a briga” com seus adversários e inimigos na imprensa e no Congresso Nacional: “A gente foi surpreendido e ficamos um pouco assustados com essa reação que não esperávamos, mas hoje avaliamos que esse é um bom combate, um debate que nos interessa. Nossa atitude agora não é de nos insurgir contra o Congresso, rivalizar com o Congresso, mas de propor ao Congresso transformar esse limão numa limonada, abrir um debate público sobre a participação popular no país. O decreto não tem que ser revogado, mas podemos pensar em um projeto de lei que avance nas questões, na linha de novas linguagens, que respondam ao que as ruas demandaram e continuam demandando”.

A síntese de tudo que foi falado na reunião promovida por Gilberto Carvalho é simples. Embora não possam dizer publicamente, o PT fará de tudo para permanecer no poder, usando todos os meios lícitos ou ilícitos. Gilberto Carvalho promove sua ofensiva pelo campo do diálogo, ao mesmo tempo em que articula, nos bastidores, com movimentos sociais mais radicais… A “briga” promete ser feia…

Desentendimento


Resumo da Ópera Bufa

Na visão dos petistas no debate, o governo precisa usar melhor a internet como instrumento de consultas públicas, para supostamente “promover diálogos com atores que ainda não se sentem participando do jogo de tomada de decisão governamental pela via da participação popular direta”.

Para isso, é necessária a criação de um sistema público de comunicação que viabilize a tal participação social.

Também foi consenso que o discurso da regulamentação da mídia precisa estar na ponta da língua para não ser rechaçado pelos tais “conservadores da mídia hegemônica”.

Os petistas vão focar na redistribuição das verbas publicitárias para criar o que chamam de “mídia democrática”.

Avanço, apesar de lento

Duas declarações de Gilberto Carvalho indicam que a tomada de poder petista não está tão lenta quanto parece:

“O decreto 8243 foi para dar organicidade ao que já existe”.

“O decreto vale mais pelo que significa do que pelo texto dele”,

Direitismo hegemônico?

O ativista Pablo Capilé, do coletivo Fora do Eixo, defendeu que o governo precisa criar um esquema de financiamento para a mídia independente e uma política pública de comunicação para disputar com a grande mídia, no embate ideológico direita-esquerda:

“Dos 413 deputados, 400 são de direita. Dos 83 senadores, 60 são de direita. Dos 27 governadores, 22 são de direita. O poder é de direita, como se governa desse jeito? Como estabelecer um equilíbrio para dar uma guinada para a esquerda?”.

Só falta agora que a tal “direita”, que os petistas consideram equivocadamente hegemônica, partir para cima e detonar de vez a petralhada do poder…
Quem está preso tem pressa

Escravos pós-modernos

Justamente no momento em que a companheira Dilma faz campanha internacional para dar a Angola uma vaga no Conselho de Segurança da ONU, uma notícia ultra negativa de exploração de trabalho escravo atinge a maior transnacional brasileira em sua parceria com a longeva ditadura angolana.

O procurador Rafael Araújo Gomes, do Ministério Público do Trabalho de Araraquara, no interior de São Paulo, ingressou com uma ação civil pública contra o grupo Odebrecht pela prática de trabalho escravo de cerca de 500 trabalhadores brasileiros na construção de uma usina de cana-de-açúcar em Angola.

As obras acusadas de usar trabalho escravo pertencem à Biocom/Companhia de Bionergia de Angola, empresa angolana que tem como sócios a Odebrecht Angola, a Sonangol Holdings — que pertence à estatal petrolífera de Angola — e a Damer Industries.

Investidores da Odebrecht ficarão preocupados, já que a ação tem um valor indenizatório de R$ 500 milhões.

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