Agropecuária foi o destaque na primeira alta da economia em 2 anos. Tecnicamente, resultado positivo tira o país da recessão.
A economia brasileira voltou a crescer após oito trimestres seguidos de queda. Nos três primeiros meses de 2017, o Produto Interno Bruto (PIB) avançou 1,0% em relação ao 4º trimestre do ano passado, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2016, a economia “encolheu” 3,6% – confirmando a pior recessão da história do país.
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(Foto: Arte/G1)
Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 1,595 trilhão no primeiro trimestre. Sobre o avanço de PIB de 1%, o crescimento ocorreu sobre uma base bastante deprimida, destaca Rebeca de La Rocque Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE. “Além disso, a gente está no mesmo patamar de PIB que a gente tinha no final de 2010”.
Agronegócio foi destaque entre os setores
A agropecuária registrou a maior expansão em mais de 20 anos e foi destaque entre os setores da oferta calculados pelo IBGE, com salto de 13,4% em relação ao trimestre imediatamente anterior. A safra recorde de grãos ajudou a impulsionar o resultado. Foi o maior crescimento desde o 4º trimestre de 1996.
“Apesar de a agropecuária pesar 5,5% no Valor Adicionado da economia [participação do setor no cálculo do PIB], os prognósticos de recorde de safra, isso puxou todas as taxas para cima”, avalia a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca de La Rocque Palis.
Em seguida, a indústria subiu 0,9% após dois trimestre de queda, enquanto o setor de serviços não teve variação. “O serviço, que representa mais de 73,3% do valor adicionado total da economia, puxou para baixo o desempenho do PIB”, diz Rebeca.
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(Foto: Arte/G1)
Do lado da demanda, todos os componentes do PIB apresentaram queda na mesma base de comparação. O consumo das famílias recuou 0,1%, enquanto os gastos do governo caíram 0,6%, e a Formação Bruta de Capital Fixo (investimentos) encolheu 1,6%.
Nos quatro últimos trimestres terminados em março, o PIB acumulou queda de 2,3% em relação aos quatro períodos imediatamente anteriores. Esta taxa resultou da contração de 2,1% do Valor Adicionado (VA) a preços básicos e do recuo de 4,1% nos Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios.
Comparação com o ano anterior
Em relação ao 1º trimestre do ano anterior, o PIB caiu 0,4%, o 12º resultado negativo seguido. Também nesta base de comparação, a agropecuária se destacou com alta de 15,2% na geração de Valor Adicionado, mas a indústria sofreu queda de 1,1% e serviços recuou 1,7%.
Pelo oitavo trimestre seguido, todos os componentes da demanda interna apresentaram resultado negativo na comparação com igual período de 2016. No primeiro trimestre de 2017, a Despesa de Consumo das Famílias caiu 1,9%.
A taxa de investimentos ficou em 15,6% do PIB. De acordo com Claudia Dionísio, gerente de Contas Trimestrais do IBGE, esta foi a menor taxa registrada em toda a série histórica, com início em 1996. Antes, a menor taxa foi registrada no 1º trimestre do ano passado, quando foi de 16,8%.
“A gente continua tendo queda nos investimentos. Foi puxado muito pela queda na importação de máquinas e equipamentos no trimestre”, afirma a coordenadora do IBGE.
Já a taxa de poupança foi de 15,7% no primeiro trimestre, frente a 13,9% no mesmo trimestre do ano anterior.
Revisão do PIB do 4º trimestre
O IBGE revisou as taxas do PIB do ano passado. No 4º trimestre, na comparação com o trimestre imediatamente anterior, houve queda de 0,5%, ante o resultado negativo de 0,9% anteriormente divulgado. No 3º trimestre, o PIB foi revisado de queda de 0,7% para recuo de 0,6%.
No 2º trimestre de 2016 não houve revisão. Já no 1º trimestre, a taxa foi revisada de queda de 0,6% para retração de 1,0%. O IBGE destacou, no entanto, que as revisões não alteraram a taxa do acumulado do ano, que foi de queda de 3,6%.
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(Foto: Arte/G1)
Fonte: G1


























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