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Hildon Chaves e Comitiva fazem trilha em traçado para reativar passeio turístico

Para os participantes, é possível reativar o passeio turístico do trecho da estrada de ferro até a localidade de Santo Antônio

 Com 21 anos de Rondônia, o prefeito de Porto Velho dr Hildon Chaves ainda não tinha feito uma aventura tão marcante na capital como a caminhada que fez na manhã de sábado, sobre os trilhos da lendária Estrada de Ferro Madeira Mamoré, acompanhado de um grupo de pessoas até a localidade da igrejinha de Santo Antonio, num percurso que durou cerca de três horas.

A programação, idealizada pelo professor de história e vereador, Aleks Palitot, tinha por objetivo mostrar a viabilidade turística da reativação do passeio de trem da antiga estrada, além de oferecer opções para caminhadas, trilhas e mountain bike. Além do prefeito e do vereador Palitot, participaram da aventura os comandantes da 17ª Brigada, general de Brigada, Ricardo Costa Neves e do 5° BEC, tenente coronel João Batista de Sá Neto e assessores militares; o presidente da Superintendência do Desenvolvimento e Turismo, Julio César Siqueira; presidente da Funcultural, Antonio Ocampo; representante do Iphan; presidente do Crea, Nélio Alencar, engenheiros e arquitetos da prefeitura.

A região mais crítica de todo o trecho da estrada de ferro, começa logo no bairro Triângulo, numa extensão de aproximadamente 500 a 600 metros, a mais afetada pela grande enchente da 2014. Houve grande desbarrancamento e parte dos trilhos desabaram. O desbarrancamento daquela área tem sido usado como principal argumento pela usina hidrelétrica de Santo Antonio, para sustentar a tese da inviabilidade de reconstrução da estrada de ferro. Segundo a usina, a enchente provocou abalos geológicos irreversíveis no solo. O vereador Alex Palitot contesta e exige a apresentação de um laudo técnico que fundamente essa argumentação.

O presidente do Crea, Nélio Alencar disse ao prefeito que vai doar um laudo técnico sobre os danos causados, sobretudo à estrutura geológica do solo. Para ele, é possível fazer um rip-rap – talude de contenção – com pedra brita que pode ser fornecida pela própria usina.

Durante o percurso, a comitiva parou por algum tempo na residência do morador Luciano Moreira de Luna, neto do pioneiro Antônio Moreira de Luna que chegou ao local em 1912, onde ficava o primeiro porto da capital, à época, chamado de Porto do Velho. Hoje, da varanda de sua casa assiste, impotente, a ferrugem consumir aos poucos a carcaça do que foi um dia uma maria fumaça. “Eu limpava ela, tirava a sujeira, o mato, daí veio o pessoal do Iphan e disse que eu não podia mexer na máquina. Esse Iphan só atrapalha”, reclamou seu Luciano.

Logo adiante, no quilômetro dois, até a Vila Candelária, num trecho chamado de cemitério de máquinas, estão abandonadas as carcaças de dez máquinas entre marias fumaças (locomotivas) e guindastes à vapor.

Mais um trecho de caminhada à frente, outra parada para conhecer o Cemitério da Candelária, que funcionou até a década de 30. Segundo o professor Palitot, ali foram enterradas cerca de três mil pessoas, das quais a metade, mortos durante a construção da lendária estrada. A informação, a propósito, desfaz um mito de que foram dezenas de milhares os mortos durante a construção da ferrovia. O Cemitério também está abandonado, o mato toma conta do lugar e esconde os túmulos. Um assessor militar do 5° BEC ofereceu ao prefeito um projeto completo de revitalização para tornar o local mais acessível às visitações turísticas.

Em vários dos túmulos, as inscrições do epitáfio na lápide foram feitas em aramaico (língua afro-asiática de uma antiga região do centro da Síria) e em português. Numa delas, ainda bem visível pode ser identificado o túmulo de Isaac Leon Benchimol, pioneiro da tradicional família dona de uma rede de lojas de eletrodomésticos na Amazônia.

Ao longo da caminhada, o cansaço era superado pela empolgante aula de história do professor Palitot, sobre a construção da estrada, com comentários bem abalizados feitos pelo prefeito dr Hildon sobre o perfil empreendedor do magnata bilionário Percival Farquar, que aceitou o desafio da construção quando grandes empresas tinham desistido sob o argumento de que nem todo o dinheiro do mundo e toda a população dos Estados Unidos juntos conseguiriam concluir tal projeto.

Na Igreja de Santo Antonio, o general Costa Neves manifestou sua preocupação com a manutenção do Museu da Memória do Marechal Rondon. Hoje o museu está sob cuidados da 17ª Brigada, com custos bancados pela usina de Santo Antônio, pelo período de dois anos. A preocupação do general tem por fundamento as características de rotatividade próprias da vida na caserna militar. “Enquanto eu estiver no comando aqui vamos cuidar, zelar e conservar. Mas, e quando eu for transferido, será que o próximo comandante vai se interessar?”, questionou numa reflexão sobre a situação.

Dr Hildon tranquilizou-o e disse que quando a Brigada não quiser ou não mais puder manter os cuidados sobre o museu, o município está pronto para absorvê-lo. O museu da Memória do Marechal Rondon em Porto Velho possui o maior acervo sobre a vida do herói militar brasileiro que tem em Rondônia, o único estado brasileiro a homenagear alguém com o próprio nome.

Texto e fotos Comdecom

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