Policial

Mãe é presa por acobertar estupro de filhas pelo padrasto em Corumbiara

Meninas de 13 e 15 anos sofreram abuso sexual desde 2010.
Suspeito foi preso em 2015 após descumprir medida judicial.

A Polícia Militar (PM) de Cerejeiras, no Cone Sul de Rondônia, cumpriu mandado de prisão preventiva na última quinta-feira (21) contra uma mulher de 31 anos, indiciada por estupro continuado por omissão. De acordo com a Justiça, ela sabia que o companheiro, preso desde 2015, abusava das filhas de 13 e 15 anos, mas nunca o denunciou.

A PM encontrou a mulher em uma fazenda do distrito Vitória da União, em Corumbiara (RO). Conforme os autos do processo, desde 2010, quando a família morava no estado de Paraná (PR), as duas meninas vinham sendo molestadas pelo padrasto.

As vítimas afirmam que, na época, contaram para a mãe, mas elas não acreditou e as mandou morar com a avó materna em outra cidade. Porém, a filha mais velha foi obrigada a retornar para a casa, pois a tia, que ficou com ela, não quis mais mantê-la.

Os estupros com a menor continuaram. Toda vez que a mãe saia de casa, o padrasto ia até o quarto da menina, tirava suas roupas, a obrigava passar a mão em seu órgão genital, enquanto ele passava as mãos nos seios dela e a beijava. Quando o crime acontecia, a menor chorava e gritava, contudo, o padrasto só parava quando desconfiava que algum vizinho estivesse próximo a casa.

Quando mudaram para Corumbiara em 2014, a vítima denunciou o padrasto para a patroa da mãe, que acionou o Conselho Tutelar.

Em atendimento social, a vítima relatou sobre os estupros sofridos, porém, a mãe alegou às autoridades que a filha demonstrava “um comportamento estranho de rebeldia e namoro” e defendeu o companheiro dizendo que ele era um bom marido, que teve um casamento conturbado devido seu ex-marido ser alcoólatra, mas que nunca desconfiou que o homem abusasse das filhas.

Na ocasião, o juízo determinou que o homem mantivesse uma distância mínima de 100 metros da menor. Porém, em 2015, ele voltou a morar sob o mesmo teto da vítima com a permissão da mulher, e foi preso.

Em novembro deste ano, a Justiça determinou também a prisão da genitora após entender que o simples fato de ter ciência da conduta do companheiro e nada ter feito, já caracteriza crime. Se condenada, ela pode pegar mais de 10 anos de prisão.

 

Fonte: G1

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