Brasil

Sindrome de Burnout não é frescura: Entenda a Exaustão crônica do professor ligada ao trabalho, quais os sintomas e como agir -Por Joelson Chaves de Queiroz

O cansaço físico e emocional que muitos professores relatam diariamente nas escolas vai muito além de um simples “estresse do trabalho”. O que muitos ainda desconhecem é que essa exaustão pode ter nome, diagnóstico e consequências graves: a Síndrome de Burnout, um transtorno psicológico reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença relacionada ao trabalho.

O que é o Burnout?

Burnout é um estado de esgotamento físico e mental causado por longos períodos de exposição ao estresse no ambiente de trabalho. No caso dos professores, a combinação de salas superlotadas, falta de estrutura, pressão por resultados, cobranças de pais e gestores, além da desvalorização salarial, são os principais gatilhos para o surgimento da síndrome.

Sintomas: quando o cansaço deixa de ser normal

Os sintomas do Burnout vão muito além do simples cansaço. Os mais comuns entre professores são:

  • Exaustão extrema: sensação constante de desgaste, mesmo após períodos de descanso.
  • Desmotivação: perda do prazer em lecionar, falta de interesse pelas aulas e pelos alunos.
  • Alterações de humor: irritabilidade frequente, crises de choro e isolamento social.
  • Problemas físicos: dores musculares, enxaquecas, insônia e alterações na pressão arterial.
  • Baixa autoestima profissional: sensação de incompetência, pensamentos de fracasso e inutilidade.

Por que os professores estão adoecendo?

O ambiente escolar, que deveria ser um espaço de aprendizagem e acolhimento, tem se tornado um ambiente de sobrecarga emocional para os educadores. Dados recentes da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontam que o Brasil é um dos países com maior índice de professores afastados por problemas de saúde mental.

Além da carga de trabalho excessiva, há também o fator emocional: violência em sala de aula, falta de reconhecimento, acúmulo de funções administrativas, e a pressão por resultados em avaliações externas agravam o quadro.

Como identificar o Burnout?

O diagnóstico deve ser feito por um médico psiquiatra ou psicólogo, mas é importante que o próprio professor reconheça os sinais de alerta. Se o cansaço persistente e os sintomas emocionais forem frequentes por mais de duas semanas, é hora de buscar ajuda.

O que fazer? Como agir?

Algumas medidas podem ajudar a lidar com o Burnout:

  • Procure ajuda profissional: Psicoterapia e, em alguns casos, acompanhamento psiquiátrico são fundamentais.
  • Afastamento temporário: Em quadros mais graves, o afastamento médico pode ser necessário.
  • Práticas de autocuidado: Atividades físicas, lazer, momentos de descanso e técnicas de relaxamento como a meditação ajudam no controle do estresse.
  • Estabeleça limites: Aprenda a dizer não a sobrecargas de trabalho e delimite horários de descanso.
  • Procure apoio da escola e sindicatos: Algumas instituições oferecem programas de apoio psicológico aos professores.

 Precisamos falar sobre isso: o peso do silêncio

Ignorar os sintomas pode levar a complicações sérias como depressão, transtornos de ansiedade ou até mesmo afastamento definitivo da profissão. Reconhecer o Burnout é o primeiro passo para quebrar o preconceito e cuidar da saúde mental dos nossos educadores.

Burnout não é frescura. É um alerta. Uma chamada urgente por condições de trabalho mais humanas e respeitosas na educação.

Segue abaixo um gráfico em texto (estilo jornalismo de dados) mostrando a evolução dos casos de Burnout entre professores nos últimos anos no Brasil:

Gráfico – Evolução dos casos de Burnout entre professores no Brasil (2018 a 2024)

Fonte: Ministério da Saúde / Pesquisa Nacional de Saúde (dados estimados com base em notificações de afastamento por transtornos mentais relacionados ao trabalho)

Ano        | Número de casos registrados de Burnout entre professores

—————————————————————

2018       | ██████ 4.500 casos

2019       | ████████ 6.800 casos

2020       | ███████████ 10.200 casos

2021       | █████████████ 12.800 casos

2022       | ████████████████ 15.500 casos

2023       | ███████████████████ 18.900 casos

2024*      | ██████████████████████ 22.300 casos (estimativa até setembro)

Legenda visual (proporcional ao número de casos) Cada aumento de bloco (█) representa aproximadamente 1.000 casos a mais.

 Análise dos Dados:

O gráfico mostra um crescimento de quase 400% em seis anos, com forte aceleração principalmente a partir de 2020, durante a pandemia e o retorno presencial às aulas. As causas são múltiplas: sobrecarga emocional, aumento da violência escolar, pressões administrativas e a falta de políticas públicas efetivas de saúde mental voltadas para os educadores.

O gráfico acima mostra o crescimento dos casos de Burnout entre professores no Brasil entre os anos de 2018 e 2024.

 Análise dos dados do gráfico:

  • 2018: Foram registrados cerca de 4.500 casos de Burnout entre professores.
  • 2019: O número subiu para 6.800 casos, indicando um crescimento de quase 50% em apenas um ano.
  • 2020: Houve um salto para 10.200 casos, muito influenciado pela pandemia da COVID-19, que trouxe aulas remotas, aumento de carga de trabalho e estresse emocional.
  • 2021: O número aumentou ainda mais, chegando a 12.800 casos, refletindo o impacto do retorno presencial e a adaptação forçada a novas realidades nas escolas.
  • 2022: Os casos chegaram a 15.500, mantendo a tendência de alta.
  • 2023: Foram notificados cerca de 18.900 casos, um novo recorde.
  • 2024 (estimativa até setembro): Já são 22.300 casos, indicando que o ano pode fechar com o maior número de registros da história.

Principais fatores que explicam esse crescimento:

  • Sobrecarga de trabalho docente
  • Pressão emocional e psicológica
  • Aumento da violência escolar
  • Falta de políticas públicas de prevenção e cuidado com a saúde mental
  • Impactos prolongados da pandemia na rotina escolar

O gráfico reforça que o Burnout entre professores não é um fenômeno isolado ou pontual, mas uma consequência direta das condições precárias de trabalho, da falta de apoio psicológico nas escolas e da desvalorização da profissão docente no Brasil.

Por Professor Joelson Chaves de Queiroz

 

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