O plenário da Câmara dos Deputados se reúne hoje (18), a partir das 10h30, para votar as emendas ao Projeto de Lei 4567/16, que desobriga a Petrobras de ser a operadora de todos os blocos de exploração do pré-sal no regime de partilha de produção. O texto-base da proposta foi aprovado no dia 5 de outubro, com 292 votos a favor, 101 contrários e uma abstenção.
O projeto de lei é de autoria do senador licenciado José Serra (PSDB-SP), atual ministro das Relações Exteriores, e deve seguir para sanção do presidente Michel Temer se não receber emendas que modifiquem o mérito da matéria.
A legislação atual prevê a participação da Petrobras em todos os consórcios de exploração de blocos licitados na área do pré-sal com um mínimo de 30% e na qualidade de operadora. O projeto deverá ampliar a participação do capital privado na região. A empresa brasileira, no entanto, ainda terá a preferência para escolher os blocos em que pretende atuar como operadora, desde que com a anuência do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), atendendo aos interesses nacionais.
Entre as emendas que devem ser analisadas na sessão desta terça-feira está a que pretende deixar claro no texto que apenas áreas não estratégicas poderão ser operadas por empresas estrangeiras, mantendo as consideradas estratégicas sob o comando da Petrobras.
Investimentos
Para o presidente da estatal, Pedro Parente, se o projeto que trata do fim da participação obrigatória da Petrobras no pré-sal for sancionado, as novas regras vão atrair “investimentos importantes para o crescimento e para a geração de riqueza e de empregos”. Segundo ele, com a mudança, a obrigação em vigor atualmente dará lugar à opção da melhor escolha para a petrolífera brasileira.
“Isso é um benefício muito grande por a empresa viver um momento de restrição financeira. Se formos obrigados a participar de todos os campos, não teremos recursos. Isso faria com que a exploração desses campos levasse um tempo muito mais longo”, disse Parente em entrevista no Palácio do Planalto, após reunião com o presidente da República, Michel Temer, no fim de setembro.
Um estudo do Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) aponta que as reservas do pré-sal representam um potencial de investimentos de US$ 420 bilhões até 2030 para desenvolvimento dos blocos da região, cerca de US$ 390 bilhões em royalties e participações especiais e a geração de mais de 1 milhão de empregos.
A federação considera que o projeto que flexibiliza as regras de operação do pré-sal representa “um marco para o país”. Segundo a entidade, a nova legislação, além de atrair investimentos, poderá dinamizar o mercado de petróleo e gás, considerado crucial para o desenvolvimento econômico e social do Brasil, com aumento da oferta de emprego e de renda.
Segundo a Firjan, esses ganhos poderão ser ainda maiores levando-se em conta os efeitos diretos e indiretos do incremento da atividade petroleira. “O retorno dos investimentos no mercado de petróleo e gás também irá estimular um círculo virtuoso no cinturão de fornecedores. Com o crescimento das encomendas, estas empresas se transformarão em uma cadeia produtiva mais eficiente e mais competitiva, desenvolvendo a capacitação necessária para atender até mesmo ao mercado internacional”, destaca a Firjan.
Crítico do modelo atual, o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretor fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, acredita que a mudança na lei de partilha só trará vantagens. “Ganha a Petrobras, que deixa de ter obrigatoriedade de participar de todos os leilões, ficar com 30% e ser a operadora única, ainda mais na situação econômico-financeira em que se encontra; ganha o governo brasileiro que, com as mudanças, já pode fazer leilões a partir do ano que vem, não precisa mais ficar esperando pela recuperação da Petrobras; ganham os estados e municípios brasileiros, pois voltar a fazer leilões significa no médio prazo aumentar arrecadação de royalties e no curto prazo voltar a gerar emprego e investimentos.”
Segundo Pires, flexibilizar a lei atual não significa entregar as riquezas do país a grandes petrolíferas estrangeiras. “Falar que, com a mudança da lei, o país estará entregando suas riquezas no setor ao capital internacional é uma grande bobagem, um populismo de quinta categoria. A gente sabe bem o que aconteceu no setor de petróleo da Petrobras nos últimos”, critica, referindo-se aos desvios de recursos revelados pela Operação Lava Jato.
Diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Alberto Machado Neto, ressalta que não basta receber o dinheiro dos royalties ou os bônus de assinatura sem desenvolver o mercado interno de bens e serviços.
“Os royalties acabam e, sem uma política de desenvolvimento da indústria local, o país vai acabar de pires na mão. Mas é claro que a visão de que o governo estaria entregando nossas riquezas naturais ao capital estrangeiro com a aprovação de lei é uma visão míope”, destaca o professor em entrevista à Agência Brasil. “Mesmo que se venda o petróleo, principalmente no regime de partilha, o Estado brasileiro recebe uma parte da receita e do óleo – uma parte deste óleo fica no país. E isso não é entreguismo: é geração de recursos, de mercado, de riqueza para o país”, completa.
Prós e contras
O cientista político José Luiz Niemeyer afirma que o projeto tem “prós e contras”. Coordenador de Graduação e Pós-Graduação em Relações Internacionais do Ibmec/RJ, o professor destaca que as mudanças previstas no projeto de lei dão mais flexibilidade ao mercado de exploração, produção, venda, importação e exportação de petróleo e derivados.
Para Niemeyer, a flexibilização do mercado de negócios do setor de petróleo, neste momento de crise na estatal, é positiva “porque vai atrair investimento que nós não podemos fazer em razão do excessivo endividamento da Petrobras”.
Segundo o cientista político, a decisão vai reativar o setor de petróleo no país no médio prazo, com consequências para a cadeia do setor como um todo. “Me parece que flexibilizar agora, nos próximos meses, vai acabar sendo estratégico para a Petrobras no grande negócio petróleo, melhorando os segmentos de exportação e importação. E é positivo também para a economia brasileira na medida em que fará com que outros setores que ainda estão muito atrasados no país, nas áreas de energia, comunicação e infraestrutura – que poderiam ser mais modernos – possam avançar e também abocanhar uma fatia destes recursos que virão para o país”, destaca, em entrevista à Agência Brasil.
Apesar de considerar a mudança positiva, em relação ao desenvolvimento tecnológico, segundo Niemeyer, a Petrobras já atingiu um nível de excelência, o que pode despertar interesse externo. “A empresa tem técnicos e tecnologia disponíveis. O que pode acontecer é exatamente o contrário: com a entrada do capital estrangeiro, empresas multinacionais podem vir a ter acesso a essa nossa tecnologia. E isso pode ser prejudicial no longo prazo, uma vez que acabaria por se traduzir em transferência barata de tecnologia”, pondera.
Críticas
Na avaliação do professor emérito do Instituto de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), Luiz Pinguelli Rosa, a decisão da Câmara dos Deputados consolida a redução do papel da Petrobras e envolve também a decisão de promover o desinvestimento (venda de ativos) na empresa sob o pretexto de capitalizar a companhia para reduzir o endividamento da estatal e devolver-lhe o poder de voltar a investir.
“Essa lei não é uma coisa isolada, ela é parte de um processo de esvaziamento da companhia. A Petrobras é muito importante para o Brasil e, como operadora exclusiva, iria fomentar o desenvolvimento tecnológico no país, promover a contratação nos estaleiros, o desenvolvimento das nossas universidades. Já as empresas estrangeiras, que a partir de agora virão para cá, vão buscar a tecnologia em seus países de origem”, critica.
Na avaliação de Pinguelli Rosa, que é ex-presidente da Eletrobras, existem outras soluções para reduzir o endividamento da estatal. “Basta o petróleo voltar a subir um pouco que facilita tudo. E as reservas do pré-sal por si só podem alavancar o financiamento também”, defende.
O presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), Felipe Coutinho, vai além na crítica e diz que a retirada da exclusividade da companhia como operadora do pré-sal é um retrocesso, que vai devolver o país “a um novo ciclo do tipo colonial”.
“Ao tirar a Petrobras deste processo de ser a operadora única do pré-sal você estará também diminuindo as obrigações de utilização de conteúdo local, acelerando os leilões e dando às multinacionais a condição de se apropriar do petróleo da região e, consequentemente, aumentando também as exportações. E não se conhece, historicamente, nenhum caso em todo o mundo em que você tenha um país que tenha se desenvolvido exportando petróleo”, pondera.
Mudança de estratégia
Segundo Coutinho, a Petrobras poderia superar as eventuais dificuldades em fazer investimentos sozinha no pré-sal com a exploração programada dos blocos. “Manter a garantia da propriedade [das reservas] pela União e colocar a produção na medida da necessidade do consumo. Em resumo: produzindo numa velocidade estratégica. E para isto não há a menor necessidade de retirar da Petrobras o direito de ser a operadora única, ainda mais sob a justificativa de que isto é necessário para acelerar os leilões”, argumenta o engenheiro.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) também avalia que a Petrobras e o país têm mais a perder do que a ganhar com a mudança no regime de partilha da exploração do pré-sal. Em entrevista à Agência Brasil, o coordenador-geral da entidade, José Maria Rangel, disse que o argumento dos defensores da mudança na lei de que o investimento estrangeiro vai alavancar o setor petroleiro e ajudar a empresa a sair da crise é uma falácia porque os recursos só devem começar a ser aplicados, de fato, a partir de 2024.
“Todo investimento na área de petróleo e gás no Brasil tem minimamente um tempo de maturação de sete anos. Se a lei for aprovada, suponhamos que tenhamos leilão no início de 2017. Esses investimentos só chegarão ao país em 2021. E estamos falando de quatro anos para iniciar o processo, com o ápice acontecendo em 2024. É falacioso dizer que os investimentos privados é que vão alavancar o setor. Você não vai ter investimento privado agora. Com a flexibilização da lei, e a realização dos leilões em maior intensidade terá como único benefício a entrada de recursos via pagamento de bônus de assinatura – que pode acabar sendo uma mixaria”, critica Rangel.
Fonte: EBC
But, as the child of a middle-class family in an era before tax-supported public education, he received
privately tutors, then schooling at private academies in Pittsburgh and in north-central Pennsylvania.
Elementary school is the perfect opportunity to start
home schooling your child. It is so rewarding to see what God will do if it will only give him the opportunity.
This does not mean that gaining exemption will give you one less course to
complete, but you should ask for recommendations of another course that could fulfill this requirement.
What Does the Ivy League Mean to the Americans?
On the first day of class, record the names, phone numbers and e-mail addresses of at least two students in each of
your classes. In dorms, students in flip-flops, gym shorts and pajama pants shuffled downstairs to pick up box lunches.
Different students request different types of academic papers,
so the company offering academic writing should be able to
meet their needs.