Interessante

Pente-fino da Previdência deve poupar só metade do previsto no início do ano

Servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) entraram em greve por tempo indeterminado. Eles reivindicam reajuste salarial de 27,5% e melhores condições de trabalho (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Na reavaliação mais recente do Orçamento, publicada na sexta-feira (22), esse valor caiu a R$ 5,5 bilhões

A revisão de benefícios previdenciários feita pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve poupar só metade do valor previsto no começo de 2024.

A equipe econômica contava inicialmente com uma redução de R$ 10 bilhões na despesa da Previdência a partir da revisão de benefícios e de melhorias de gestão. Na reavaliação mais recente do Orçamento, publicada na sexta-feira (22), esse valor caiu a R$ 5,5 bilhões.

O reconhecimento da frustração ocorre no momento em que o governo se prepara para anunciar um novo pacote de medidas de contenção de gastos -que também terá no pente-fino em benefícios uma das apostas para poupar recursos e garantir a sustentabilidade do arcabouço fiscal, regra que limita o avanço das despesas.

A equipe econômica já contabilizou no PLOA (projeto de Lei Orçamentária Anual) de 2025 uma expectativa de economia de R$ 25,9 bilhões em gastos obrigatórios a partir da revisão de benefícios.

Desse valor, R$ 10,5 bilhões estão ligados a ações na Previdência. A expectativa do mercado é que o novo pacote signifique um ganho adicional.

“A gente acredita que esse valor [R$ 25,9 bilhões de economia incorporados ao Orçamento] realmente será alcançado e superado, haja vista as medidas que serão anunciadas na revisão”, disse o secretário de Orçamento Federal substituto, Clayton Montes, em entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira (25) para detalhar os números do relatório.

Questionado sobre a credibilidade dessa promessa, dada a frustração da economia em 2024, Montes reiterou que a estimativa será bastante crível. “As medidas serão robustas, mas não podemos dar mais detalhes”, afirmou.

No relatório divulgado em setembro, o governo já havia reconhecido que a economia com a revisão de gastos na Previdência seria menor, mas ainda projetava um ganho de R$ 6,8 bilhões. Agora, o número foi novamente reduzido. “Não se verificou a potência projetada”, disse Montes.

A medida foi um dos fatores que levaram ao aumento de R$ 7,7 bilhões na projeção de gastos com benefícios previdenciários no relatório mais recente. A alteração ensejou a necessidade de bloquear mais R$ 6 bilhões em despesas discricionárias, como custeio e investimentos públicos, para acomodar a pressão.

Ao longo de todo o ano, o gasto com a Previdência já ficou R$ 31 bilhões maior que o previsto inicialmente no Orçamento.

Da frustração total de R$ 4,5 bilhões na economia com o pente-fino da Previdência em comparação com o início do ano, parte relevante (R$ 2,5 bilhões) veio da economia esperada com a implementação do Atestmed, sistema online que dispensa a perícia presencial para pedidos de auxílio-doença.

O governo previa poupar R$ 5,6 bilhões com a ferramenta, sob a lógica de que a concessão mais rápida do benefício reduziria a fatura de pagamentos retroativos devida pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) ao segurado que ficou meses à espera de uma resposta. Agora, a expectativa é que o ganho seja de R$ 3,1 bilhões.

Na coletiva, Montes também confirmou a redução de R$ 1,3 bilhão na previsão de repasses do governo federal a estados e municípios por meio da Lei Aldir Blanc de incentivo à cultura. A informação foi antecipada pela Folha de S.Paulo na sexta.

Uma MP (medida provisória) foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União para formalizar a mudança, que já contribuiu para reduzir o tamanho do bloqueio adicional de despesas anunciado nesta sexta-feira (22). O texto foi assinado por Lula e pela ministra Margareth Menezes (Cultura).

“O objetivo foi corrigir no sentido de melhoria da qualidade do gasto público”, afirmou o secretário. “Os entes tiveram dificuldades na execução dos gastos. Dos R$ 3 bilhões entregues [no ano passado], havia ainda um saldo a ser realizado pelos entes na faixa de R$ 2,8 bilhões.”

Segundo Montes, a avaliação do governo foi a de que os recursos já repassados eram suficientes para cumprir as necessidades da política. “Houve a decisão de reduzir a transferência para este ano, mas como o repasse é definido em lei, foi preciso editar a MP”, acrescentou.

FONTE: FOLHAPRESS

Comentar

About the author

Gomes

Add Comment

Click here to post a comment

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

COMPARTILHE

TV FOLHA AO VIVO – CORREÇÕES DA 1º PROVA DO ENEM

ESPAÇO EMPRESARIAL

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

CONTEÚDO PAGO / PATROCINADO

BAIXE NOSSO APLICATIVO

COLUNISTAS

RESENHA POLITICA

TEIA DIGITAL

ENTREVISTA

PUBLICIDADE

Instagram

Instagram has returned empty data. Please authorize your Instagram account in the plugin settings .
WP2Social Auto Publish Powered By : XYZScripts.com