TELEMARKETING
Ainda está no âmbito da Justiça Eleitoral de Rondônia (TRE), para julgamento de mérito, a ação intentada pelo Podemos contra o uso de disparo em massa de propaganda eleitoral por telemarketing feita na semana passada pelo candidato à reeleição Marcos Rocha. O relator é o juiz eleitoral Clênio Amorim, indicado pela OAB-RO, e que possui uma larga experiência na área uma vez que já foi reconduzido às funções por várias vezes. A liminar requerida não foi julgada porque perdeu o objeto, visto que o próprio Marcos Rocha comunicou à Justiça Eleitoral que havia suspendido os disparos por telemarketing, ferramenta que é vedada por lei. A antecipação da suspensão em si, reconhecendo a ilegalidade, não ilide o crime.
PESQUISA
Os fatos a serem analisados pela corte eleitoral são graves, embora o governador negue o cometimento da vedação e alegue que as ligações foram feitas com o objetivo de colher subsídios para uma pesquisa. Na tentativa de se esquivar, escamoteou a verdade e apresentou um suposto contrato de pesquisa. Embora sua execução tivesse sido por telemarketing.
MÁSCARA
Quem conhece pesquisa e tem o mínimo de intimidade com a coleta de tais dados sabe que a justificativa de Marcos Rocha à Justiça Eleitoral é uma lorota. Seja aqui, seja alhures, pesquisa tem método, formato e dinâmica própria. Também sabe que os dados colhidos por telefone não podem sofrer interferência de quem tem interesse no resultado. Portanto, ao utilizar a voz do governador e o disparo em massa, fica descaracterizada por completo a tese que Marcos Rocha se agarra para fugir das garras da regra eleitoral. A nossa dedução dos fatos é que foi telemarketing mesmo. Mascarar a verdade não é a melhor argumentação.
EXPLICAÇÃO
Outro ponto ainda obscuro e que exige do pré-candidato Marcos Rocha uma luz é explicar como obteve o acesso aos números de telefones (inclusive o deste cabeça-chata) para que os disparos em massa fossem executados. A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais – LGPD (13.709/18), veda expressamente a prática, além de transgredir as regras do Marco Civil da Internet. São explicações que a população exige sem sofismas para que novas transgressões não sejam perpetradas, desequilibrando de forma abusiva a disputa entre os concorrentes ao pleito. O governador pode muito, mas não pode tudo. Mesmo a entouragem achando que pode.
ESPECULAÇÃO
Com a convenção marcada para o próximo final de semana, o União Brasil, partido que deverá homologar a candidatura à reeleição de Marcos Rocha, especula-se que a chapa majoritária será composta por Sérgio Gonçalves de vice-governador, irmão do atual Chefe da Casa Civil, Junior Gonçalves. Caso a hipótese se confirme, Jr mostrará mais uma vez que nos bastidores é tão rápido que qualquer outra raposa política, revelando uma capacidade de articulação incomum para quem estreou na área em tão pouco tempo. O MDB e o Republicanos ainda pleiteiam a indicação e fazem gestões nos bastidores para emplacar seus nomes. Até as convenções pode haver reviravoltas uma vez que em política nada é definitivo.
SUSPENSÃO
Ontem, final da tarde, o Diário Oficial do Estado publicou, por determinação do Tribunal de Contas do Estado, a suspensão de Pregão Eletrônico do Departamento de Estradas e Rodagens para contratação de transporte que levaria aos municípios o concreto asfáltico destinado ao “Tchau Poeira”, principal programa de infraestrutura em execução da administração estadual e que tem ancorado a propaganda do governador Marcos Rocha na sua pré-campanha à reeleição.
IRREGULARIDADES
Entre as diversas recomendações do TCE, os diretores do Departamento de Estradas de Rodagens ficaram notificados para abster-se de homologar, adjudicar, contratar e publicar “Atas de Registro de Preços” em razão das irregularidades apontadas pelos técnicos do controle da corte. Além de intimá-los a apresentarem justificativas do relatório com as inúmeras irregularidades, sob pena de multas pesadas, inclusive outras medidas administrativas mais severas.
FRACASSO
Após as repercussões negativas da traição do senador e pré-candidato a governador pelo PL, Marcos Rogério, ao colega Expedito Junior (PSD), fracassou o encontro organizado em Vilhena para confirmar a chapa governamental do partido à pré-candidatura a senador de Jaime Bagattoli. As próprias fotos do evento distribuídas pela assessoria retratavam fielmente a desânimo dos presentes ao evento com a imagem de uma criança na mesa principal bocejando cansaço no mesmo momento em que o senador falava seu lero lero.
VACINAÇÃO
As autoridades rondonienses estão sendo relapsas no programa de vacinação infantil e doenças que estavam erradicadas estão voltando com voracidade perigosa. A imunização é fundamental para as políticas públicas e para que as unidades hospitalares não sejam demandadas por doenças de fácil controle. A incapacidade de nossas autoridades, especialmente em Rondônia, de fazer propagandas esclarecedoras para alcançar as metas de vacinação é aterrorizante. Estão preocupados com as eleições, enquanto a população adoece. Sarampo, poliomielite, covid, entre outras vacinas, não possuem um calendário para começar a vacinação em massa. Aliás, a saúde rondoniense continua um gargalo sem solução. Priorizam a poeira e negligenciam no essencial.
CONTAS
O Tribunal Regional Eleitoral rejeitou por unanimidade as contas do MDB. A aprovação do uso do fundo público eleitoral é um dos requisitos fundamentais para que o partido esteja em condições de disputar as eleições. Lúcio Mosquini, presidente da legenda, não está nem aí com o problema, visto que tem ocupado seu tempo em negociar seu apoio ao projeto de reeleição do governador. Apesar do perigo de ter sua candidatura à reeleição refutada pela corte eleitoral.
BUFÃO
O Bobo da Corte era um funcionário encarregado de entreter o rei e a rainha na idade média. Naquela época o bufão não era nada bobo. Ele possuía várias habilidades artísticas e era capaz de improvisar falas irreverentes que beiravam a críticas em relação às extravagâncias dos nobres que parasitavam na corte. No decorrer dos tempos, esse mesmo bobo perdeu a verve artística e passou a ser reconhecido nos escaninhos dos poderes como uma espécie de servidor babão, puxa-saco, velhaco e com limitação cognitiva. A principal função era agradar ao patrão. Em Porto Velho, por exemplo, uma figura do alto escalão da prefeitura tem se assemelhado ao bufão por fazer piadas nos regabofes oficiais e fazer troça com os jornalistas, vereadores e com quem se insurja contra os interesses da corte pela qual vassala. Uns chamam de Fafa, outros de farofa, fabi, enfim, é mesmo o bobo.
CRETINICE
Este cabeça-chata já presenciou em uma roda de autoridades o bufão tecer críticas acerbas a profissionais que fazem parte da própria camarilha a que ele mesmo faz parte, em especial jornalistas. Na oportunidade, como alerta, registramos ser cretinice zombar de profissionais responsáveis em chegar aos súditos os feitos do soberano.
FÚTIL
Ingenuamente achei que o bobão havia se corrigido, mas ao que parece piorou ainda mais desde a última vez em que estivemos juntos no mesmo regabofe social. Na semana passada em um restaurante destilou suas bobagens contra este colunista. O mesmo que hoje ele faz troça é o mesmo que ele teceu elogios num passado próximo quando sequer sonhava assumir as funções públicas de bufão. E é o mesmo que nestas linhas se compadeceu com a tragédia que recaiu sobre o lar dos seus genitores. Juro que me surpreendi com as lorotas do bufão, uma vez que sempre mantivemos uma relação mútua de respeito e generosidade. Ao se aventurar na política, uma área pantanosa para quem não é do ramo, percebo que aquela pessoa afável se transformou num bobão. Virou um bufão que faz qualquer pantomima para agradar a nobreza com suas futilidades.
FOLCLORE
Conversando com seis vereadores, pessoas que mantêm contato direto com a coluna, fui informado que o bufão, mesmo tendo funções importantes, nunca é demandado porque não entende da ciência nem tão pouco sabe distinguir um cenário político de um cenário barroco que embelezava os castelos medievais. Virou essa figura folclórica do bobo da corte na era pós-moderna. Sobra ao bufão tempo para contar suas piadas de gosto duvidoso aos súditos igualmente fúteis. Há quem garanta que nem um suposto simples ofício é capaz de rabiscar. Sua especialidade é palhaçada. Fazer graça semelhante ao bobo da corte.
EPÍTETO
Entre os frequentadores do paço municipal há quem diga em sigilo de fonte que alguns auxiliares do primeiro escalão da administração municipal são conhecidos pelos epítetos: existe (ou existia) Sua Majestade, a Rainha da Inglaterra, Zé do Lixo (tema da próxima coluna) e o bobo da corte.
CONTRASTE
Mas nem tudo é folclore quando o assunto é o bobão, dizem que de moda ele possui uma expertise como ninguém. Porto Velho nunca foi o seu forte, outro dia se perdeu na Zona Leste e foi obrigado acionar o GPS para encontrar o caminho da prefeitura. Mas de Paris, Nova Iorque e Madri, o animador de castelo é um especialista. Anda de olhos fechados nestas metrópoles, embora em Porto Velho se perca de olhos abertos.
PERSONAL
Nas rodas da corte é o profissional mais requisitado quando o assunto é a alta costura e as coleções novas da Casa Gucci e da Versace. Dizem os mais próximos que vem daí sua capacidae infalível para se manter num cargo sem os conhecimentos inerentes às ciências políticas, uma vez que tem quebrado o galho da nobreza municipal quando instado a indicar a marca mais adequada para cada ocasião: seja a casual, seja a clássica. Um verdadeiro personal stylist, a real vocação desse bobo que faz da graça a desgraça dos aristocratas da corte.
EXPERIÊNCIA
Na seara política a única experiência do bobo foi amealhar uns votos nas eleições passadas numa candidatura fracassada que nem os amigos o levaram a sério. Não falava no programa eleitoral nada com nada. Porque nada tinha a propor. Também nunca foi chamado por grupo político para ajudar na construção de algum projeto eleitoral. Sua especialidade é agradar a todos que lhe dão ouvidos quando o tema é futilidades. Ele é tão frívolo que distribui para os seus contatos fala de autoridades tecendo loas a colaboradores, sendo um deles ele próprio. Quem conhece dos meandros da política sabe que a boca que beija é a mesma que apedreja e que nem tudo que é dito pode ser levado a sério, ao pé da letra.
LIXO
Há um ditado quem lixo se recicla quando o lixeiro é do ramo. Quando se mexe em lixo, sujo fica. Esta metáfora faz parte de um relato que a coluna fará adiante.
MERCADO
O mercado imobiliário da capital vai em vento e popa. Nem a crise que assola o país tem refletido nas transações por falta de liquidez e nem impedem comercializações em queshe. É um mercado que merece entrar no radar de todos. Voltaremos com o assunto.
AUTOR: RÓBSON OLIEVIRA – COLUNA RESENHA POLITICA
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