Índice de assassinatos registrado no ano passado é o menor desde 1991
A cidade do Rio fechou o ano de 2015 com um índice de 18,6 homicídios dolosos para cada cem mil habitantes, o menor registrado desde o início da série histórica, em 1991, de acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) obtidos com exclusividade pelo GLOBO. Foram 1.202 assassinatos praticados intencionalmente ano passado no município, um número que, mesmo não sendo baixo, está distante dos 4.081 casos registrados em 1994, quando a quantidade de mortes bateu recorde.
Apesar de o índice corresponder a um resultado positivo de sua pasta, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, reconhece que o medo da violência persiste no dia a dia da população carioca. E, ao comentar a estatística, destaca que “não há jogo ganho no combate à criminalidade”:
— Uma série de ocorrências criminais causou um impacto muito forte em 2015. Sei que as pessoas têm uma sensação de insegurança no Rio. Na Linha Vermelha, por exemplo, marginais atacaram, de cima da passarela, uma equipe da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil, no fim do ano passado. O tiroteio provocou o fechamento da via. Isso tem um efeito negativo. Existem problemas? Claro que sim. Há muito ainda a fazer, mas, quando reduzimos o índice de homicídios, estamos dando nossa contribuição. O número do ISP nos orgulha. No entanto, como sempre digo, não há vitória quando o assunto é segurança pública.
No estado, o índice de homicídios dolosos para cada cem mil habitantes foi de 25,4, quase tão bom quanto o de 2012 — 25,1 —, o melhor da série histórica. Segundo o ISP, que ainda não concluiu todas as estatísticas do ano passado, os chamados roubos de rua (que incluem assaltos a pedestres e a passageiros de ônibus, além de casos de celulares levados por bandidos) também sofreram uma significativa redução em todo o território fluminense. Em 2015, foram 85.458 registros (516,4 por cem mil habitantes), contra 95.535 (580,4) em 2014. Ou seja: houve 10.077 casos a menos. Já o índice de roubos de veículos foi 47 para cada dez mil, contra 51,8 em 2014. Em 2006, um ano antes de Beltrame assumir o cargo de secretário de Segurança, o índice era de 88,9.
— O meu carro-chefe é a vida. Mas estou feliz com essas reduções, embora eu saiba que o Rio é o Rio. Temos o mundo inteiro no nosso pé, principalmente quando a questão é homicídio. A Human Rights Watch, a Anistia Internacional e outras organizações internacionais nos cobram muito, e nós também nos cobramos. Em 2009, quando criamos metas, consultorias mostraram os índices de homicídios dolosos de diversos lugares do mundo. O de Washington, por exemplo, era 18 para cada cem mil habitantes; achei alto para a sociedade dos Estados Unidos. Agora, também estamos na casa dos 18. Queremos baixar ainda mais. É um constante desafio — afirma Beltrame.
Fonte: oglobo
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